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Renda Fixa

Rendimento da poupança sobe após nova alta da Selic; confira

Rendimento da poupança sobe agora de 0,44% para 0,54% ao mês

Data de publicação:09/12/2021 às 07:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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O rendimento que a poupança começa a pagar a partir desta quinta-feira já mudou com o aumento da Selic para 9,25% ao ano, Ele será composto por juros de 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a variação da Taxa Referencial, a TR, e não mais com base em 70% da Selic, ou 5,43% ao ano. O crédito na conta do aplicador do retorno mais elevado só começa a ser feito a partir do dia 9 de janeiro de 2022, sempre com a data de abertura da conta.

Segundo os cálculos do matemático financeiro, José Dutra Vieira Sobrinho, a remuneração da poupança vai subir dos atuais 0,44% ao mês para 0,54% ao mês. Isso como consequência dos juros que serão fixos em 0,5% e da variação da TR, que volta a andar depois de permanecer em zero desde setembro de 2017. O rendimento mais alto será pago a todas as contas, as antigas, abertas até de 3 maio de 2012 e as novas abertas a partir do dia 4 do mesmo ano.

Poupança
Poupança vai pagar 0,54% ao mês ou 6,70% ao ano - Foto: Envato

O matemático explixa que a Selic em 9,25% deve resultar em uma variação mensal de 0,0421% da TR que, capitalizada ao juro de 0,50%, leva o rendimento da poupança para 0,5424% ao mês, ou 6,71% ao ano.

Mesmo com essa pequena turbinada no rendimento, a poupança vai continuar perdendo da inflação que já está acima dos 2 dígitos no acumulado em 12 meses. A propósito, amanhã, dia 10, será divulgado o IPCA de novembro, estimado em algo em torno de 1,15%.

A poupança deve continuar perdendo de outras aplicações em renda fixa, como os títulos e fundos de investimentos. Para ter uma ideia há fundos com rentabilidade de até 20,12% em 12 meses, como o Infinity Tiger Alocação Dinâmica, e de 9,20%, como Sul América Premium. E são fundo que oferecem liquidez igual ou até melhor que a da caderneta, porque fazem o pagamento no dia seguinte ao de solicitação de resgate.

Entenda as mudanças na poupança

A Lei nº 12.703 trouxe uma distinção entre as contas abertas antes e depois de 4 de maio de 2012. Com o início de queda dos juros naquela época, o Banco Central tentou impedir uma saída em massa de outras aplicações em renda fixa, incluindo os títulos do Tesouro, que teriam então um redução em seu rendimento, em direção à caderneta de poupança, que, por sua vez, teria garantido o juro de 0,5% ao mês.

Para não atropelar as regras vigentes no momento da aplicação, ou a quebra de contrato entre as partes, a saída encontrada foi manter a remuneração de TR mais juro de 0,5% ao mês para as contas abertas até o dia 3 de maio de 2012 (contas antigas), um dia antes da mudança, e alterar o critério para as que fossem abertas a partir do dia seguinte (contas novas). Para estas, a rentabilidade passou a ser de 70% da Selic, sempre que a própria Selic fosse igual ou inferior a 8,5% ao ano.

A partir do momento em que a taxa voltasse a superar esse limite, o rendimento também voltaria à regra antiga, de TR mais 0,5% de juro a cada mês. É por isso, então, que o critério de cálculo do rendimento da poupança será alterado a partir desta quinta-feira, dia 9.

Saques superam depósitos da poupança

Os saques superaram os depósitos na poupança pelo quarto mês seguido em novembro. No mês passado, houve uma retirada líquida de R$ 12,377 bilhões nas cadernetas, segundo dados do Banco Central.

Esse também foi o terceiro recorde negativo seguido para um determinado mês na série histórica, iniciada em 1995. Os volumes de saídas em setembro (R$ 7,719 bilhões) e outubro (R$ 7,430 bilhões) também foram inéditos para os respectivos meses.

Em novembro, os aportes na poupança somaram R$ 281,713 bilhões, enquanto os saques foram de R$ 294,090 bilhões. Este movimento gerou a retirada líquida total de R$ 12,377 bilhões no mês. Considerando o rendimento de R$ 3,648 bilhões da caderneta em novembro, o saldo total das contas ficou em R$ 1,018 trilhão.

Novembro foi o sétimo mês de 2021 em que os saques superaram os depósitos na poupança. Nos meses de janeiro, fevereiro e março, os brasileiros também haviam retirado recursos da caderneta. No acumulado de janeiro a novembro, a população retirou R$ 43,156 bilhões líquidos da caderneta.

Apenas entre abril a julho houve depósitos líquidos nas cadernetas, influenciados pela volta do pagamento do auxílio emergencial para uma parcela da população. Os pagamentos começaram a ser feitos em 6 de abril. Desde agosto, porém, em meio à alta da inflação, a poupança voltou a registrar mais retiradas que aportes.

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Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.