TR – Taxa Referencial
O que é a Taxa Referencial?
A Taxa Referencial, popularmente conhecida por TR, foi criada em 1991, durante o governo de Fernando Collor, como uma tentativa de melhorar o controle do governo sobre a inflação da época (que vivia em condições absolutamente instáveis). O problema em si só foi melhorado efetivamente alguns anos depois, com a instalação do Plano Real.
O que era "apenas" uma medida contingencial que fazia parte do Plano Color II, tornou-se um indexador econômico no Brasil.
Nos dias atuais, ela segue presente e serve como uma referência da taxa de juros do país, uma finalidade bem diferente da proposta inicial.
Como funciona o cálculo da Taxa Referencial?
A matemática costuma assustar muita gente desde os tempos da escola, mas não se faz necessário temê-la quando o assunto é o cálculo da Taxa Referencial de juros. Isso porque eles são feitos pelo BACEN (Banco Central do Brasil) e você pode consultá-los com facilidade.
De qualquer forma, caso tenha curiosidade sobre como se chega ao resultado, vale explicar como ela é calculada. Tudo começa em uma fórmula simples para o Redutor a ser usado:
R = A + b x TBF , onde:
- R = Redutor
- TBF = Taxa Básica Financeira (média dos juros usados no CDBs e RDBs dos principais bancos brasileiros)
- a = 1,005 (um valor fixo definido no momento de criação da Taxa Referencial como base para o cálculo)
- b = um valor variável de acordo com a TBF do cálculo
A partir dessa primeira conta, o BACEN consegue calcular efetivamente o valor da Taxa Referencial. A fórmula final utilizada é a seguinte:
TR = 100 x [(1+ TBF) ÷ R -1], onde:
- TR = Taxa Referencial
- R = Redutor que foi calculado anteriormente
- TBF = Taxa Básica Financeira
Pela estrutura do cálculo e por regra, a Taxa Referencial não pode ser negativa. O máximo valor que ela pode chegar a ter é zero — o que permite que investimentos como a poupança sejam sempre positivos.
TR Diária x TR Mensal
Ao consultar os resultados dessas fórmulas pelo BACEN, você deve tomar cuidado para não confundir entre os dois modelos de apresentação. São eles:
- Taxa Referencial Diária: é usada como equivalente a uma parte do valor mensal. O acúmulo de todas das TRs diárias representa o valor mensal.
- Taxa Referencial Mensal: é a taxa usada para os rendimentos mensais, considerado como período cheio do investimento.
Esse ponto é importante porque a TR influencia diretamente a Poupança, principal investimento de renda fixa dos brasileiros. É o que você entenderá a seguir.
Onde a Taxa Referencial é utilizada?
Atualmente, a Taxa Referencial é muito empregada em investimentos e correções monetárias. A seguir, destacamos alguns dos principais impactos da TR no Brasil:
Poupança
O valor de remuneração da Poupança é influenciado pela Taxa Referencial. O valor da TR é somado ao rendimento original desta aplicação dependendo da taxa Selic (Taxa Básica de Juros).
Se a taxa Selic for superior a 8,5% ao ano, o rendimento mensal da Poupança é de 0,5% somado à variação da TR. Por outro lado, quando a taxa Selic estiver abaixo de 8,5%, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial.
FGTS
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), tradicional benefício do empregado brasileiro, também é influenciado pela Taxa Referencial.
Isso porque, como o dinheiro fica muito tempo parado, ele precisa render para não se desvalorizar demais em relação à inflação. O rendimento é calculado em 3% ao ano somado à TR.
Outros investimentos
Além do que vimos, a TR também influencia em outros ativos financeiros como financiamentos imobiliários e títulos de capitalização (aplicações bancárias).