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Por que investidores estrangeiros estão saindo da B3? Saldo é negativo em R$ 580 milhões em abril

Perspectiva de aceleração dos juros americanos está afetando duramente a Bolsa

Data de publicação:25/04/2022 às 00:30 -
Atualizado 2 anos atrás
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Nesses quatro primeiros meses do ano, os investidores estrangeiros foram responsáveis por mais da metade do volume negociado na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, algo em torno de 53% a cada mês. E o saldo no período é positivo em R$ 67,7 bilhões. Mas após os superávits até março, abril aponta inversão de sinal nesse fluxo de gringos.

O capital externo parece estar com menos apetite de compra na Bolsa brasileira. Dados da B3 apontam um saldo negativo (volume de vendas superior ao de compras de ações) de investidores estrangeiros de R$ 580,8 milhões em abril, até o dia 19.

investidores estrangeiros B3
No ano, saldo de investidores estrangeiros na B3 é positivo em R$ 67,7 bilhões - Foto: Reprodução

A pressão vendedora derrubou em 2,83% a B3, para 111.078 pontos, no fechamento do pregão de sexta-feira, 22. O tombo foi uma reação negativa de investidores à perspectiva de um aperto monetário mais duro nos EUA. Vale lembrar que o Ibovespa iniciou o mês orbitando ao redor de 121 mil pontos e até aqui amarga uma queda de 8,26%.

A Bolsa de Valores não repercutiu sozinha a declaração mais dura de Powell. Foi acompanhada pelo dólar, que deu um pinote e subiu 4,09%, para R$ 4,81, na venda. Foi a maior valorização em único dia desde março de 2020, momentos iniciais de chegada da pandemia.

Na quinta-feira, 21, feriado de Tiradentes por aqui, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, declarou que um aumento de 0,50 ponto porcentual nos juros estará sobre a mesa nas próximas reuniões para combater a alta da inflação.

Os mercados, local e globais, repercutiram a fala em que “Powell assumiu a possibilidade de aumentar 0,50 ponto em maio, que pode ser repetido em encontros seguintes”, afirma Gustavo Bertotti, head de renda variável da Messem investimentos.

“O mercado parece ter percebido que o Fed está atrasado no combate à inflação e sentiram isso na fala de Powell.”

Gustavo Bertotti, head de renda variável da Messem investimentos

O juro de curto prazo americano, referenciado nos Fed Funds (semelhante à Selic), varia em um intervalo entre 0,25% e 0,50% ao ano, após o aumento de 0,25 ponto porcentual em março.

Uma elevação maior que a prevista inicialmente, de 0,50 ponto, como não descarta Powell levaria o juro de curto prazo a transitar em um intervalo entre 0,50% e 1,00%.

Super Quarta-Feira

A reunião do Fed está marcada para os dias 3 e 4 de maio. Datas em que ocorre também o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado do Banco Central que decidirá o rumo da Selic. Eventos com datas coincidentes conhecidos no mercado como Super-Quarta-Feira.

Um cenário de política monetária mais rigorosa, com alta dos juros, principalmente nos Estados Unidos, preocupa os mercados emergentes, de países em desenvolvimento, como o Brasil. Juros americanos mais elevados atraem capitais ancorados em outros países para os EUA, deprimindo as bolsas de valores locais e pressionando o dólar.

As expectativas com as decisões do Fed e do Copom tendem a gerar maior volatilidade nos mercados, de ações ao dólar, passando por juros, nesta semana que antecede aos eventos marcados para a virada de maio.

Dados da economia chinesa

Outro ponto no radar do mercado, no cenário internacional, são os dados da economia chinesa, que podem desacelerar no segundo trimestre, acredita Bertotti. A forte queda do petróleo e dos minerais metálicos na sexta-feira, 22, estaria antecipando esse movimento, em um momento que a economia global vive graves incertezas econômicas e surto inflacionário.

A dúvida do mercado, segundo o head de renda variável da Messem, é como virão os dados econômicos chineses no segundo trimestre, “como resultado da decretação de lockdowns em abril em várias regiões industriais da China”. Dados que, para Bertotti, podem apontar para um crescimento menor na China e global no segundo semestre.

O Brasil continua ainda bastante atrelado ao cenário externo, com o mercado exposto ao que acontece lá fora, “mas o risco político aumentou por aqui”, aponta.

“Não é algo ligado diretamente ainda à tensão da corrida eleitoral”, observa, mas à crise política agravada pelo decreto, assinado na quinta-feira por Bolsonaro, que concede perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) – condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por ameaças e incitação à violência contra os ministros da Corte.

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Sobre o autor
Tom Morooka
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