Logo Mais Retorno

Siga nossas redes

  • Instagram Mais Retorno
  • Youtube Mais Retorno
  • Twitter Mais Retorno
  • Facebook Mais Retorno
  • Tiktok Mais Retorno
  • Linkedin Mais Retorno
Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta sexta-feira, 18 de março
Mercado Financeiro

Bolsa cai 4,39% na semana e escorrega aos 111 mil pontos; dólar tem valorização de 2,23%

Tensões políticas e entraves na privarização da Eletrobras também afetaram a Bolsa

Data de publicação:22/04/2022 às 17:59 -
Atualizado 3 anos atrás
Compartilhe:

A Bolsa de Valores de São Paulo derreteu nesta sexta-feira espremida pelo feriado de Tiradentes e o fim de semana. O Índice Bovespa caiu 2,86% aos 111.077 pontos, o que em relação à quinta da semana anterior representa um tombo de 4,39%. O dólar disparou, fechou com alta de 4,00% negociado, a R$ 4,81, e com uma valorização de 2,23 % na semana.

O mercado de ações reagiu com virulência à perspectiva de que os juros americanos tenham um ajuste mais acentuado, de 0,5 ponto porcentual,já na reunião de maio do Federal Reserve, (Fed, o banco central americano). Pelo menos foi isso que sinalizou o seu presidente, Jerome Powell, na véspera.

bolsa
Bolsa chegou a cair mais de 3% nesta sexta-feira, mas se recuperou um pouco no fim do dia - Foto: Reprodução

As bolsas internacionais viveram um dia de queda e aqui a B3 incorporou o movimento negativo de dois dias lá fora, já que não operou na quinta-feira. As quedas apresentadas pelos papeis de empresas brasileiras no exterior, negociados por meio de ADRs (American Depositary Receipts) no dia anterior foram assimilados aqui no pregão da Bolsa desta sexta-feira.

Outros fatores pesaram nesses resultados. O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto admitiu que a Selic pode avançar um pouco mais, depois de ter sugerido que a alta poderia terminar em 12,75%, em maio. E isso pode ter levado a um reposicionamento dos investidores na Bolsa, além das questões políticas.

Um novo embate entre o presidente Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) também eleva as temperaturas nas esferas políticas. O perdão institucional concedido pelo presidente a Daniel Silveira, 24 após ser condenado pela Justiça, por incitar agressões a ministros e atentar contra a democracia, promete novos capítulos.

Não bastassem essas tensões, a derrota do governo no TCU no processo sobre privatização da Eletrobras também foi negativo para o mercado de ações. A suspensão do julgamento da segunda etapa da privatização da companhia por 20 dias pelo TCU representa uma derrota para o governo, que tenta avançar o tema, já que a disputa eleitoral tende a colocar ainda mais risco na operação.

Com a decisão, o processo só deve voltar à pauta no dia 11 do mês que vem, o que inviabiliza os planos do governo de realizá-lo até 13 de maio.

Em relação à Petrobras, que finalizou a venda para a empresa Ubuntu Engenharia da totalidade de sua participação nos blocos PAR-T-198 e PAR-T-218, localizados na Bacia do Paraná, as ações da empresa caem, seguindo o recuo de cerca de 2% nas cotações do petróleo, ao passo que o recuo do minério de ferro na China por problemas de demanda pesa nos papéis do setor metálico no Ibovespa.

O dia foi de queda generalizada, mas entre os destaques de desvalorização estão as ações de maior liquidez, as que permitem uma rápida saída da bolsas, como Vale, que caiu 5,80%, Petrobrás, 3,90% e CSN, 7,68%.

Embora não seja propriamente uma novidade, já que os quatro cantos do mundo esperam por uma aceleração na alta dos juros, a confirmação de que esse movimento vai mesmo acontecer e está próximo, levou os investidores a precificar novos e pesados ajustes ao longo do ano.

As bolsas das Europa fecharam em queda, e as de Nova York com desvalorização acima de 2%: Dow Jones caiu 2,82%; S&P500, 2,77%, e Nasdaq, 2,55%.

Vale dizer que o Ibovespa chegou a cair mais de 3% ao nível dos 110 mil pontos, mas apresentou ligeira recuperação no finzinho do pregão, amenizando as perdas. Resta saber se isso reflete o entendimento do mercado, de que as quedas foram exagerados para os fatos, ou não.

O dólar foi favorecido pela perspectiva de alta nos títulos da dívida americana e também pressionado pelos investidores estrangeiros saindo de suas posições na B3: somente no dia 19 de abril, a drenagem de recursos foi de R$ 479 milhões.

Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.