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Mercado Financeiro

Mercado terá atenções voltadas para números da inflação, aqui e nos EUA

Aqui, o IBGE divulga o IPCA de novembro, e lá fora sai o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos

Data de publicação:10/12/2021 às 07:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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A cautela toma conta dos mercados nesta sexta-feira, 10, dia de agenda cheia com dados da inflação, tanto aqui quanto nos Estados Unidos. As ações asiáticas fecharam no negativo e os futuros americanos lutam para se manterem próximos da estabilidade.

Investidores pesam a ameaça econômica trazida à tona novamente com algumas restrições de mobilidade impostas pela nova cepa ômicron e o mercado chinês está no foco nos investidores depois que gigantes do setor imobiliário como Evergrande e Kaisa deixaram de pagar parte de suas dívidas.

Mercado está atento à inflação nesta sexta-feira, 10
Mercado está atento à inflação nesta sexta-feira, 10 - Foto: Envato

O mercado financeiro segue na expectativa para os dados da inflação, pois são vistos por especialistas como variáveis que poderão recalibrar as expectativas de investidores e gestores em relação à política monetária nos dois países. Nos Estados Unidos, pesa ainda o aguardo da reunião do Fomc (Copom americano), que acontece na próxima semana, evento que gera tensão e coloca o mercado em compasso de espera.

No ambiente doméstico, o interesse sobre o assunto aumentou depois que o Banco Central adotou um tom mais duro em relação à condução dos juros, ao indicar que o aperto monetário continua, ao encomendar nova alta de 1,50 ponto porcentual na reunião de fevereiro do próximo ano, quando a Selic poderá subir para 10,75% ao ano.

O mercado financeiro não abre mão da expectativa de que, apesar do recado duro, o Banco Central adote uma posição mais branda, mas isso vai depender dos dados de inflação que serão conhecidos daqui para a frente, avaliam os especialistas. E o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro que o IBGE divulga nesta sexta-feira será o primeiro indicador importante de inflação nesse período pós-Copom. O economista João Leal, da Rio Bravo Investimentos, estima um IPCA em torno de 1,1%.

Mercado de ações tem realização de lucros

A continuidade de aperto nos juros, uma indicação de que a inflação não está dando trégua e permanece preocupando a autoridade monetária, causou sentimento de mal-estar no mercado, que reagiu com queda da Bolsa e valorização do dólar.

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou o pregão com baixa de 1,67%, aos 106.291 pontos, pressionada por vendas de ativos. Investidores aproveitaram o cenário de pessimismo com inflação e juros, cristalizado no comunicado do Banco Central, para pôr o lucro acumulado com as recentes valorizações no bolso. O dólar subiu 0,73%, para R$ 5,57.

A expectativa de que os dados podem levar o Fed (Federal Reserve, banco central americano) a acelerar a redução de estímulos monetários, seguida de possível elevação dos juros, e o temor com a variante ômicron do coronavírus deram tom negativo ao mercado.

Em Nova York, o índice Nasdaq, da bolsa eletrônica, recuou 1,71%, para 15.517 pontos; o S&P 500 caiu 0,72%, para 4.667 pontos, e o Dow Jones permaneceu estável, em 35.754 pontos.

Medidas que restringem a liquidez no sistema financeiro americano e global, como a redução de estímulos monetários ou uma alta dos juros nos EUA, provocam efeitos negativos em todos os mercados, principalmente nos de países emergentes, com queda das bolsas e pressão de alta sobre as moedas locais.

Orçamento 2022: R$ 100 bi em despesas

No cenário fiscal local, diante da necessidade de revisar gastos obrigatórios e garantir o Auxílio Brasil de R$ 400, o Ministério da Economia encaminhou um ofício ao Congresso Nacional pedindo a inclusão de novas despesas no Orçamento de 2022. A votação da peça orçamentária está marcada para o próximo dia 17.

Com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, o governo do presidente Jair Bolsonaro terá um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões para aumentar gastos em 2022, ano eleitoral.

Se a inflação subir, a folga aumentará ainda mais, assim como a necessidade de revisão dos gastos obrigatórios. A PEC, no entanto, foi promulgada de forma fatiada, com apenas parte do espaço fiscal garantido. O restante ainda depende de aprovação da Câmara.

O ofício da pasta aponta necessidade de aumento de despesa para benefícios previdenciários, seguro-desemprego, abono salarial, benefícios de prestação continuada e outras despesas obrigatórias.

Além disso, o ministério sugere acréscimo de R$ 54,6 bilhões para bancar o Auxílio Brasil de R$ 400, R$ 4,5 bilhões para aquisição e distribuição de vacinas e R$ 1,9 bilhão para o auxílio gás. A equipe econômica calcula que, após a aprovação da PEC, ainda faltam R$ 2,6 bilhões de espaço para acomodar os gastos.

Exterior

Nova York

Nos Estados Unidos, a recuperação das ações enfrenta novos solavancos diante da expectativa em relação aos números da inflação ao consumidor que serão divulgados nesta sexta-feira, além da reunião do Fomc, que pode dar pistas sobre o ritmo de redução e aumento das taxas de juros.

De acordo com a XP, se o consenso estiver correto, a última vez que a inflação esteve tão alta no país foi nos primeiros anos do governo Reagan, quando os Estados Unidos se encontravam em meio a uma recessão acentuada e persistente.

Wall Street espera que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) aponte alta de 0,7% em novembro, o que se traduziria em um aumento de 6,7% em relação ao ano anterior.

Se for confirmado esse avanço, será o nível mais alto ano após ano desde 1982. E os analistas se perguntam qual será a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em relação a isso.

Europa

Na zona do euro, a cautela também toma conta dos mercados por conta do avanço da variante ômicron, além da divulgação de novos dados econômicos, incluindo a inflação.

Os preços ao consumidor da Alemanha subiram fortemente em novembro, registrando sua maior leitura desde junho de 1992, segundo o escritório de estatísticas Destatis, nesta manhã. O índice de preços ao consumidor (CPI) do país alemão avançou 5,2% no período ante igual mês do ano passado e aumentou 6,0% ao ano. Ambos os números vieram em linha com as previsões dos economistas.

Na comparação mensal, o CPI alemão caiu 0,2% em novembro. O aumento na taxa de inflação foi causado principalmente por efeitos de base devido aos preços mais baixos em 2020, ressaltou o Destatis.

Nesse contexto, a redução temporária do imposto sobre o valor agregado e a queda acentuada nos preços dos produtos de óleo mineral também tiveram um efeito de alta sobre a inflação geral, enfatizou o escritório de estatísticas alemão.

No Reino Unido, a produção industrial do Reino Unido registrou queda de 0,6% em outubro ante setembro, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês). O resultado contrariou a expectativa dos analistas, que previam alta de 0,1%. Na comparação anual, a produção da indústria local avançou 1,4%, ante projeção de crescimento de 2,1%.

Ásia

A maioria das bolsas da Ásia fechou em queda nesta sexta-feira, 10, com realização de lucros após três sessões de ganhos. Investidores no continente se desfizeram de ativos de risco, em meio às persistentes incertezas em relação à variante ômicron.

Na quinta-feira, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, afirmou que uma quarta dose da vacina desenvolvida pela farmacêutica pode ser necessária para neutralizar a nova cepa, embora tenha destacado que dados do "mundo real" são necessários para formar uma conclusão definitiva.

Enquanto uma definição sobre a eficácia do imunizante contra a mutação do vírus não é finalizada, a covid-19 continua inspirando preocupação em vários países. A Coreia do Sul, em particular, registrou hoje o terceiro dia consecutivo com mais de 7 mil casos da doença, em uma onda de infecções que já sobrecarrega hospitais.

O primeiro-ministro sul-coreano, Kim Boo-kyum, admitiu que novas restrições à mobilidade poderão ser impostas caso a situação piore mais nos próximos dias.

As perdas em Tóquio foram puxadas principalmente por aéreas, diante das perspectivas negativas para o turismo em meio ao avanço da Ômicron. Os papéis de Japan Airlines e Air Nippon Airlines se desvalorizaram 2,13% e 0,81%, respectivamente.

Na China, a ação da Evergrande marcou queda de 1,67%, ainda em reação à notícia de que a incorporadora entrou em default da dívida.

Na Oceania, a mineradora Fortescue Metals Group caiu 0,82%, após a empresa anunciar renúncia da CEO Elizabeth Gaines, à medida que busca guinada para transição ao sistema de baixo carbono. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Fechamento/bolsas asiáticas (10/12)

  • Kospi (Seul): - 0,64% (3.010 pontos)
  • Nikkei (Japão): - 1,00% (28.437 pontos)
  • Xangai (China): - 0,18% (3.666 pontos)
  • Taiex (Taiwan): - 0,49% (17.826 pontos)
  • S&P/ASX 200 (Oceania): - 0,42% (7.353 pontos)
Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.