Mercado está atento para divulgação da inflação americana nesta quinta-feira
Indicador é importante, porque pode influenciar os próximos passos do Fed
O mercado financeiro, que concentrou o interesse ao cenário doméstico nos últimos dias, deve deslocar o foco de atenção nesta quinta-feira, 10, aos dados de inflação ao consumidor que serão divulgados nos Estados Unidos. A inflação, conhecida pela sigla CPI em inglês, é vista como um indicador importante que pode influenciar os próximos passos da política monetária conduzida pelo Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA).
A menos que ocorra surpresas com os dados de inflação, o mercado deve continuar apostando que o Fed seguirá a sinalização já dada e subir 0,25 ponto porcentual os juros, alta já incorporada aos preços dos ativos, na próxima reunião do comitê de política monetária americano (FOMC), em março. Por enquanto, por lá, os futuros operam mistos, com os investidores adotando posição de cautela antes da divulgação do indicador.
Apesar disso, foi com essa perspectiva, segundo analistas, que as bolsas americanas, subiram com força no dia anterior, lideradas pela valorização das ações de empresas do setor de tecnologia. O índice Nasdaq subiu 2,08%, para 14.409 pontos; o S&P avançou 1,45%, para 4.587 pontos, e o Dow Jones subiu 0,86%, para 35.768 pontos.
A Bolsa brasileira subiu menos, apenas 0,20%, com o Ibovespa (Índice Bovespa) em 112.461 pontos, no fechamento do pregão, e o mercado de ações ainda em compasso de espera, diante da falta de estímulos que venham a movimentar com mais animação os negócios. Das 92 ações que compõem o índice, 71 subiram.
Os próximos meses serão decisivos para calibrar a altura da Selic no fim deste ciclo de alta. "Em especial, está em aberto o quão poderosa será a alta de juros nos Estados Unidos para atrair dólares e elevar preços em reais", avalia Filipe Teixeira, sócio da Wisir Research.
Futuros/bolsas americanas
- S&P 500: -0,16%
- Dow Jones: +0,08%
- Nasdaq 100: -0,28% (dados atualizados às 7h51)
Em fevereiro, mercado de ações não saiu do lugar
Medido desde o início do mês até agora, o Ibovespa pouco se moveu, acumulando ligeira valorização de 0,28% em quase dez dias do mês. Faltam estímulos e sobram preocupações para dar alento a investidores e ao mercado, de acordo com os especialistas.
No cenário internacional, o principal temor está relacionado a uma alta mais acentuada dos juros americanos que o previsto, o que poderia alterar a dinâmica do fluxo de recursos entre os diversos mercados. Teme-se que um aumento de atratividade da renda fixa, pela elevação dos juros, passe a atrair capitais ancorados em mercados de outros países para os EUA. Por aqui, isso poderia deprimir ainda mais a bolsa de valores e redundar em maior pressão sobre o mercado de dólar.
Especialmente em um ano eleitoral, que redobra as incertezas político-econômicas e agrava as preocupações com a consistência da política fiscal, por causa das pressões por maiores gastos públicos.
Exterior
Europa: bolsas operam majoritariamente em alta
No continente, em dia de agenda esvaziada, as bolsas operam, em grande maioria, em alta, no aguardo dos dados de inflação americanos.
Bolsas europeias/principais praças
Stoxx 600 (Europa): +0,02%
FTSE 100 (Londres): +0,34%
DAX (Frankfurt): +0,23%
CAC 40 (Paris): - 0,02% (dados atualizados às 7h55)
Bolsas asiáticas fecham em alta
As bolsas na Ásia fecharam na maioria em alta nesta quinta-feira, após os sólidos ganhos de Wall Street na véspera e expectativas sobre novos dados da inflação americana. / com Júlia Zillig e Agência Estado
Fechamento/bolsas asiáticas
Nikkei (Tóquio): +0,42% (27.696 pontos)
Hang Seng (Hong Kong): +0,38% (24.924 pontos)
Kospi (Seul): +0,11% (2.771 pontos)
Xangai Composto (China continental): +0,17% (3.485 pontos)
Shenzhen Composto (China continental): -0,64% (2.302 pontos)
S&P/ASX 200 (Sydney): +0,28% (7.288 pontos)