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Bolsa
Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 7 de fevereiro

Investidores digerem as últimas projeções econômicas do país e estão atentos aos riscos fiscais com a PEC dos combustíveis e Refis

Data de publicação:07/02/2022 às 11:23 -
Atualizado 2 anos atrás
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Após subir 0,30% na semana anterior, a Bolsa iniciou os negócios desta segunda-feira, 7, em queda, descolando do exterior, no fim do dia esboça uma pequena reação. Internamente, o mercado absorve as novas projeções econômicas para o País, que apontam um avanço mais forte para a inflação em 2022, porém sinalizam uma acomodação para o indicador em 2023, e está atento aos riscos fiscais. Às 17h50, o Ibovespa apresentava ligeira alta de 0,07%, aos recuperando os 112 mil pontos - 112.328. Já o dólar caía 1,26%, cotado a R$ 5,225.

Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta segunda-feira, 7 de fevereiro
Projeções do mercado apontam para uma inflação mais forte em 2022 e em 2023 mais estável, segundo o Focus - Foto: Reprodução

A alta no preço das commodities lá fora - com exceção do petróleo, que segue em baixa - reflete nas ações da Vale, que sobem quase 1% e ajudam a minimizar as perdas do principal índice da B3.

Durante a manhã, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, que traz as estimativas dos economistas para os principais indicadores do mercado. E pela quarta vez consecutiva, eles elevaram suas projeções para o IPCA, índice que mede a inflação do país. Subiram de 5,38% para 5,44%, ante 5,03% nos últimos trinta dias. E para os próximos anos – 2023 e 2024 – foram mantidas em 3,50% e 3,00%, respectivamente, sinalizando estabilidade no índice

O que chama a atenção do mercado quanto a esse avanço é que essa elevação contínua em 2022 pode levar o Banco Central a rever os rumos da política monetária. Até então, a postura da autoridade monetária foi mais contracionista, com o intuito de segurar a velocidade da inflação.

No entanto, no comunicado da última reunião, o Copom sinalizou que deve reduzir um pouco a força nos ajustes da Selic, previstos para serem na ordem de 1,0 ponto porcentual e depois em 0,5 p.p. Mas com esse quadro, o BC pode rever essas sinalizações.

As projeções jogam ainda mais gasolina nas expectativas do mercado quanto à divulgação de indicadores importantes que ocorrem ao longo desta semana, como a ata do Copom, nesta terça-feira, 8, IPCA de janeiro na quarta-feira, 9, e IBC-Br, índice de atividade do Banco Central, na sexta-feira, 11.

Juros futuros

Os juros futuros operam em queda nesta segunda-feira. Os investidores estão em compasso de espera pelos dados econômicos que saem nesta semana.

Por volta das 13h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro para janeiro de 2027 recuava para 11,09%, de 11,29% na abertura.

O DI para janeiro de 2025 caía para 10,95%, de 11,14%, e o para janeiro de 2023 cedia para 11,92%, de 12,00% no ajuste de sexta-feira.

Cenário doméstico: discussão da PEC dos combustíveis e Refis

No plano doméstico, o foco de atenção, e de provável tensão do mercado, são as idas e vindas de debates e negociações em torno de propostas que tendem a causar impacto nas contas públicas e aumentar o rombo fiscal. Uma gira em torno da PEC que prevê a redução de impostos federais e estaduais sobre os combustíveis – medida vista como populista para diminuir os preços e agradar ao consumidor em ano eleitoral.

Outra é a proposta que promove um amplo Refis (refinanciamento de dívidas) para as empresas de todos os portes. A iniciativa é do Congresso, que deve derrubar o veto do presidente Bolsonaro ao programa de parcelamento de dívidas de pequenas e microempresas, para ampliá-lo.

Há ainda duas fontes de tensão fiscal no front econômico que podem impactar negativamente o humor dos mercados: o reajuste de 33% do piso salarial dos professores da educação básica concedido pelo presidente Bolsonaro e a pressão de servidores por aumentos como os que contemplaram os vencimentos das forças de segurança.

Sobe e desce da Bolsa

Maiores altas

BB Seguridade (BBSE3)+ 4,91%
Usiminas (USIM5)+ 3,43%
Bradespar (BRAP4)+ 3,23%
JBS (JBSS3)+ 3,07%
CSN (CSNA3)+ 2,33%
Fonte: B3

Maiores baixas

Notre Dame Intermédica (GNDI3)- 5,94%
Hapvida (HAPV3)- 5,79%
Qualicorp (QUAL3)- 3,78%
Cogna (COGN3)- 4,02%
Grupo Soma (SOMA3)- 3,33%
Fonte: B3 (dados atualizados às 13h54)

Balanços corporativos no Brasil: com o pé no acelerador

Nesta segunda-feira, a temporada de balanços corporativos no Brasil engatou a primeira, com a divulgação dos resultados da empresa BB Seguridade, holding de seguros do Banco do Brasil.

Segundo balanço da companhia, a seguradora encerrou o quarto trimestre de 2021 com um lucro líquido ajustado de R$ 1,226 bilhão, alta de 33,8% em relação ao mesmo período de 2020 e de 25,7% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Os números vieram acima da expectativa dos analistas e foram bem recebidos pelo mercado. Às 11h45, os papéis da companhia avançavam 3,29%.

Nesta semana ainda estão previstos os números de gigantes do setor financeiro como Itaú e Bradesco, além dos dados do período da Vale e Petrobras, além de outras companhias.

Exterior

Wall Street: bolsas sem direção definida

A semana começou em clima misto para os ativos de risco em Nova York, após a divulgação de um payroll (relatório de empregos) forte na última sexta-feira, 4, e a guinada dos BCs europeus com a disparada do início de uma nova rodada de alta no ciclo de juros do continente. Por lá, as bolsas operam sem direção definida.

Em semana de divulgação da inflação nos EUA, com dados como o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) mensal e anual e os núcleos de inflação americanos, os investidores começam a se questionar se cinco altas nos Fed Funds, equivalente à Selic no Brasil, serão realmente o cenário mais provável para 2022 na política monetária do país.

Em relação ao mercado de ações, para Lucas Carvalho, especialista em renda variável da Blue3, após a derrocada da big techs neste início de ano, fazendo muitos investidores buscarem refúgio nas companhias da velha economia – isto é, nas ações de valor – o mercado de ações dos EUA pode ter um “violento rali de alta em fevereiro”.

Para especialistas, o mercado acionário dos EUA atingirá um novo patamar recorde a partir de fevereiro até o meio do ano, ao passo que as más notícias já estão precificadas.

Principais índices/bolsas americanas

  • S&P 500: - 0,12%
  • Dow Jones: + 0,04%
  • Nasdaq 100: - 0,49% (dados atualizados às 13h59)

Europa: bolsas fecham no positivo

No velho continente, as bolsas fecharam em alta nesta segunda-feira, seguindo a toada positiva do mercado americano. Ao longo da manhã, novos dados econômicos abaixo do esperado foram divulgados pelas agências europeias.

Segundo a Destatis, agência de estatísticas da Alemanha, a produção industrial do país caiu 0,3% em dezembro de 2021 ante novembro. O resultado frustrou a expectativa dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,4% no período.

No confronto anual, a produção geral da indústria alemã teve queda de 4,1% em dezembro, no cálculo sem ajustes. No fechamento de 2021, a indústria alemã produziu 3% mais do que em 2020, mas 5,5% menos do que no ano pré-crise de 2019, informou a Destatis.

Soma-se a isso ainda as tensões referentes à crise geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia. O mercado redobra a atenção com notícias de que invasões russas podem acontecer a qualquer momento. Enquanto a ex-URSS concentra mais de 100 mil soldados perto da fronteira, o governo afirmou que não está planejando uma invasão, mas pode adotar uma ação militar não especificada se suas exigências de segurança não forem atendidas.

E isso inclui a promessa de que a Otan nunca admitirá a Ucrânia em seu bloco. Questionada sobre a chance de uma invasão russa na Ucrânia, a embaixadora dos EUA na Rússia, Linda Thomas-Greenfield disse, em entrevista à CNN, que “ainda estamos trabalhando para desencorajar os russos de fazer a escolha errada em optar pelo confronto”.

Bolsas europeias/principais praças financeiras

  • Stoxx 600 (Europa): + 0,68% (465,28 pontos)
  • FTSE 100 (Londres): + 0,73% (7.571 pontos)
  • DAX (Frankfurt): + 0,71% (15.206 pontos)
  • CAC 40 (Paris): + 0,83% (7.009 pontos)

Mercados acionários asiáticos fecham sem direção única

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, em meio à retomada dos negócios nos mercados chineses e com investidores digerindo robustos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que reforçaram as expectativas de aumentos dos juros norte-americanos na sexta-feira.

Dados da IHS Markit mostraram que o PMI de serviços chinês caiu para 51,4 em janeiro, indicando que o setor se expandiu no ritmo mais fraco em cinco meses diante dos efeitos de novos surtos de covid-19, mas ficaram em segundo plano.

Na China, os principais índices acionários saltaram, impulsionados por ações ligadas à construção e energia, ao voltar de um feriado de uma semana para a comemoração do ano novo lunar. / com Tom Morooka e Agência Estado

Bolsas asiáticas/fechamento

  • Nikkei (Tóquio): - 0,70% (27.248 pontos)
  • Kospi (Seul): - 0,19% (2.745 pontos)
  • Hang Seng (Hong Kong): + 0,03% (24.579 pontos)
  • Taiex (Taiwan): + 1,28% (17.900 pontos)
  • Xangai Composto (China continental): + 2,03% (3.429 pontos)
  • Shenzhen Composto (China continental): + 1,04% (2.285 pontos)
  • S&P/ASX 200 (Sydnei): - 0,13% (7.110 pontos)
Sobre o autor
Julia Zillig
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