Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira, 30 de dezembro
Investidores repercutem dados internos, monitoram cenário fiscal e seguem de olho na ômicron lá fora
Após fechar a véspera em queda, a Bolsa iniciou as operações em alta nesta quinta-feira, 30, último dia do ano para o mercado financeiro, seguindo o ritmo das bolsas americanas. Os investidores repercutem novos dados econômicos internos de novembro, como o superávit do setor público consolidado e a queda da dívida bruta do País.
Ajudam a impulsionar a Bolsa para cima a valorização das ações das gigantes siderúrgicas, como a Vale, que sobe quase 2%, refletindo o aumento do preço do minério de ferro na China. Às 14h19, o Ibovespa subia 0,99%, retomando os 105 mil pontos - 105.138. O dólar tombava 2,05%, cotado a R$ 5,577, em dia de Ptax.
Durante a manhã, o Banco Central divulgou que o setor público consolidado – que envolve o Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras - apresentou superávit primário de R$ 15,034 bilhões em novembro. Foi o melhor resultado para o mês desde 2013 - R$ 29,745 bilhões. Em outubro deste ano, o setor registrou superávit de R$ 35,399 bilhões e, em novembro de 2020, as contas ficaram negativas em R$ 18,140 bilhões.
O resultado de novembro deste ano superou o intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro, que ia de um déficit de R$ 28,700 bilhões a superávit de R$ 9,500 bilhões, com mediana positiva de R$ 6,100 bilhões. O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.
Já Dívida Bruta do Governo Geral fechou o mês de novembro no valor de R$ 6,978 trilhões, o que representa 81,1% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual é menor que os 82,3% de outubro, número revisado pela autoridade monetária.
Juros futuros
Os juros futuros abriram mais pressionados nesta quinta-feira, mas perderam força, em sintonia com o movimento do dólar ante o real, cujo recuo é reforçado pelos números melhores do setor público consolidado. Mais cedo, nos trechos longo e médio a queda era de 10 pontos-base.
Por volta das 14h10, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caía para 10,46%, de 10,61% na abertura. O DI para janeiro de 2025 recuava para 10,54%, de 10,71%, e o vencimento para janeiro de 2023 recuava para 11,73%, de 11,84%.
Sobe e desce na Bolsa
As maiores altas
Méliuz (CASH3) | + 9,30% |
Magazine Luiza (MGLU4) | + 8,58% |
Locaweb (LWSA3) | + 5,84% |
Cielo (CIEL3) | + 6,41% |
SulAmerica (SULA11) | + 5,71% |
As maiores baixas
Marfrig (MRFG3) | - 1,79% |
Itaúsa (ITSA3) | - 0,89% |
Vibra (VBBR3) | - 0,85% |
Santander Brasil (SANB11) | - 0,92% |
Itaú (ITUB4) | - 0,89% |
Cenário fiscal: Auxílio Brasil e auditores federais
No último dia do ano, os investidores acompanham também a movimentação dos auditores fiscais, que devem realizar paralisações ao longo de janeiro, para reivindicar um reajuste salarial amplo para a toda a categoria de servidores federais.
Nesta quinta-feira, o Diário Oficial da União publicou a lei que estabelece o programa social Auxílio Brasil, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro. Apesar do sinal verde para o programa, Bolsonaro vetou alguns trechos, como o que previa a inclusão automática no programa de todas as famílias elegíveis para receber o benefício e O o artigo que trazia metas para a redução de taxas de pobreza no País para os próximos três anos.
Exterior
Nova York
As bolsas americanas operam em alta nesta quinta-feira, seguindo o tradicional rali de fim de ano. Por lá, os investidores repercutem os últimos dados sobre o mercado de trabalho do país.
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos registrou redução de 8 mil solicitações na semana encerrada em 25 de dezembro, somando 198 mil, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho do país ao longo da manhã. O resultado ficou abaixo da expectativa dos analistas consultados pelo Wall Street Journal, que esperavam 205 mil pedidos.
O total de pedidos da semana anterior foi revisado para cima, de 205 mil a 206 mil. Já o número de solicitações continuadas apresentou recuo de 140 mil na semana encerrada em 18 de dezembro - 1,76 milhões - o menor nível desde 7 de março do ano passado.
Além disso, o mercado acompanha o avanço da variante ômicron pelo país e os movimentos de retirada de estímulos da economia por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), com o aumento de US$ 20 bilhões para US$ 30 bilhões no valor do corte mensal de recompra de títulos pela autoridade monetária.
Principais índices/Bolsas de Nova York
- S&P 500: + 0,10%
- Dow Jones: - 0,01%
- Nasdaq 100: + 0,33% (dados atualizados às 14h31)
Europa
Na zona do euro, as bolsas operam mistas, com as preocupações com a disseminação rápida da variante ômicron ganhando destaque no mercado financeiro, que teme um possível reflexo na retomada da economia global.
No dia anterior, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que a confluência das variantes ômicron e delta podem provocar um "tsunami" de casos de covid-19.
No Reino Unido, o professor John Bell, da Universidade de Oxford e consultor de ciências da vida do governo local, em entrevista à rádio BBC disse que os casos estão batendo recordes e as internações hospitalares estão em seu nível mais alto desde março.
No entanto, por outro lado, Bell ressaltou que o tempo em que as pessoas passam internadas é relativamente curto, o que aponta que a doença parecer ser menos grave. Além disso, complementou que os pacientes não precisam de oxigênio de alto fluxo. “Esta não é a mesma doença que víamos há um ano”, enfatizou.
Fechamento/principais praças financeiras da zona do euro
- STOXX 600: + 1,18%
- FTSE 100: - 0,24%
- DAX: + 0,21%
- CAC 40: + 0,16%
- PSI 20: - 0,05%
- IBEX 35: + 0,46%
Ásia
Bolsas fecham mistas
As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta quinta-feira, 30, em meio às incertezas relacionadas à variante ômicron do coronavírus. As praças chinesas, no entanto, avançaram em bloco, sustentadas por perspectivas por novos estímulos de Pequim para conter a desaceleração da segunda maior economia do planeta.
O governo chinês "continua a fazer comentários tranquilizadores sobre empréstimos à economia real para apoiar um crescimento mais equilibrado e inclusivo", comenta a corretora Oanda. O Banco do Povo da China (PBoC) reiterou, nesta semana, o compromisso com uma política monetária "proativa", com apoio particular a pequenas e médias empresas.
Em meio a esse cenário, a bolsa de Xangai encerrou o pregão com ganho de 0,62%, a 3.619 pontos, enquanto a menos abrangente Shenzhen subiu 0,91%, aos 2.517,16 pontos.
Em Hong Kong, o Hang Sang avançou 0,11%, aos 23.112 pontos. A ação da Sensetime chegou a disparar 23%, mas terminou em alta de 7,27%, após a empresa do setor de inteligência artificial completar uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) que havia sido atrasada por tensões entre Estados Unidos e China.
Ainda na China, a Evergrande despencou 9,09%, após a incorporadora deixar de pagar juros de dois títulos que venceram na última terça-feira, 28. A companhia informou que retomou 91,7% de seus projetos imobiliários no país asiático.
O índice Taiex, de Taiwan, cedeu 0,16%, aos 18.218 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 0,52%, aos 2.977 pontos, na Bolsa de Seul.
No Japão, o Nikkei, de Tóquio, caiu 0,40%, aos 28.791 pontos, na última sessão do ano. Ainda assim, o índice encerrou 2021 com avanço anual de 4,91%, no maior nível em 32 anos.
Na Oceania, o S&P/ASX 200, de Sydney, registrou leve variação positiva de 0,05%, aos 7.513 pontos. Mineradoras como BHP (+0,85%) e Rio Tinto (+0,75%) lideraram os ganhos nos negócios australianos. / com Tom Morooka e Agência Estado