Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira, 12 de maio
Investidores repercutem novos dados econômicos americanos e números sobre o setor de serviços no Brasil
Pelo andar da carruagem, os mercados globais podem viver mais um dia de aversão ao risco nesta quinta-feira, 12. No entanto, o clima pesado se tornou mais ameno no mercado americano e o efeito da baixa foi temporário na Bolsa brasileira.
Após abrir em queda, o Ibovespa inverteu o sinal e operava em alta de 0,38%, aos 104.792 pontos, às 14h39. O dólar recuava 0,14%, cotado a R$ 5,137.
No âmbito das ações, gigantes do setor financeiro como Itaú e Bradesco - que sobem mais de 1% e quase 1%, respectivamente - ajudam a impulsionar o Ibovespa no terreno positivo.
Inflação: receio de um aperto monetário agressivo nos EUA
A inflação americana mais acelerada, divulgada na véspera - o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de abril subiu 0,3%, acima dos 0,2% esperados pelo mercado - aumenta a possibilidade de um aperto mais agressivo feito pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na condução da política monetária.
De acordo com Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o CPI acima do esperado, com sinais de disseminação do processo inflacionário para o núcleo, eleva as chances de medidas mais duras do Fed à frente.
"A continuidade de casos de covid-19 na China, mesmo com medidas mais drásticas de controle, tem levado os investidores a reduzirem suas posições de forma acelerada, aprofundando a dinâmica de queda".
Nicolas Borsoi, da Nova Futura Investimentos
A alta da inflação, que não é um cenário exclusivo da economia americana, também é motivo de preocupação na Europa e na China. Cada vez mais torna-se mais complicado para os bancos centrais dos países administrarem a elevação dos juros sem frear o crescimento da economia.
Seja qual for o caminho escolhido - tanto o cenário de avanço dos juros como o de crescimento mais fraco - é negativo para o mercado de ativos de risco como um todo, incluindo a Bolsa brasileira.
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: -1,37%
- Dow Jones Industrial Average: -1,39%
- Nasdaq 100: -1,83% (dados atualizados às 14h48)
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Qualicorp (QUAL3) | +7,24% |
Méliuz (CASH3) | +7,27% |
Cogna (COGN3) | +5,46% |
CVC (CVCB3) | +4,00% |
magazine Luiza (MGLU3) | +4,07% |
Maiores baixas
Minerva (BEEF3) | -5,64% |
CSN (CSNA3) | -8,07% |
CSN Mineração (CMIN3) | -3,23% |
Usiminas (USIM5) | -1,64% |
Totvs (TOTS3) | -2,01% |
Brasil: dados do setor de serviços acima do esperado
No ambiente doméstico, os investidores repercutem novos dados econômicos divulgados pelo IBGE durante a manhã que reforçam um movimento de aquecimento da economia.
Após informar que as vendas no varejo subiram 1,0% em março ante fevereiro, acima da mediana positiva de 0,4% projetada pelos analistas, o instituto reportou que o volume de serviços prestados no país avançou 1,7% no mesmo período.
O número ficou bem acima das estimativas dos economistas, que previam desde queda de 1,5% a alta de 3,2%, com mediana de 0,8%.
Juros futuros
As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam em alta. Às 14h40, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 13,36%, ante 13,33%. O DI para janeiro de 2025 projetava 12,49%, contra 12,41%, e o DI para janeiro de 2027 estava em 12,33%, de 12,28%.
Movimentação no mercado internacional
Wall Street: além da inflação, mercado digere PPI e seguro-desemprego
Além da indigestão com o CPI de abril, os investidores também repercutem os dados do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA publicados pelo Departamento do Trabalho americano durante a manhã, que apontaram avanços.
Em abril, o PPI subiu 0,5% ante março. O resultado veio em linha com o esperado pelos analistas. O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,6% na comparação mensal, também dentro das expectativas do mercado.
Outro dado informado durante a manhã pelo órgão americano foi o volume de pedidos de seguro-desemprego, que reportou alta de 1 mil solicitações na semana encerrada em 7 de maio. O montante superou a projeção dos analistas, que estimavam 194 mil solicitações.
Europa: bolsas fecham em queda
Penalizadas pelas quedas nas ações de materiais básicos, as bolsas europeias fecharam em baixa nesta quinta-feira, com o aumento da aversão ao risco com a inflação americana além do previsto.
No Reino Unido, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês), o PIB cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2022, resultado abaixo da expectativa dos analistas, que apostavam em alta de 1,0% no período.
Isabel Schabel, que integra o conselho do Banco Central Europeu (BCE), alertou que os riscos de a inflação elevada se tornar duradoura estão aumentando e que é urgente implementar políticas de estabilização de preços.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -0,74% (424,40 pontos)
- DAX (Frankfurt): -0,64% (13.739 pontos)
- FTSE 100 (Londres): -1,56% (7.233 pontos)
- CAC 40 (Paris): -1,01% (6.206 pontos)
Ásia: mercados encerram o dia em queda
As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta quinta-feira, à medida que ações de tecnologia foram pressionadas por um tombo do Nasdaq em Nova York no dia anterior.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 2,24%, a 19.380,34 pontos. Apenas o subíndice de tecnologia local teve queda de 3,8%. Já em Taiwan, o Taiex recuou 2,43%, a 15.616,68 pontos. O papel do fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), por exemplo, cedeu 3,07%.
Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei sofreu baixa de 1,77% em Tóquio hoje, a 25.748,72 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 1,63% em Seul, a 2.550,08 pontos, encerrando o pregão no menor nível desde novembro de 2020.
Na China continental, as bolsas foram mais contidas. O Xangai Composto registrou modesta perda de 0,12%, a 3.054,99 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto driblou o viés negativo da Ásia e subiu 0,16%, a 1.921,65 pontos.
Dados recentes mostraram expressivo declínio no número de novas infecções por covid-19 na cidade de Xangai.
Na Oceania, a bolsa australiana foi igualmente influenciada pelo Nasdaq. O S&P/ASX 200 recuou 1,75% em Sydney, a 6.941,00 pontos.
No setor de tecnologia, a queda foi de 8,7%, em seu pior dia desde que a pandemia de covid-19 tumultuou os mercados globais em março de 2020. / com Regina Pitoscia e Agência Estado
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