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Renda Fixa

Debêntures: veja as que renderam mais de 20% em 2022, e as perspectivas do setor para este ano

Expectativa continua postiva com projeção de juros de dois dígitos ao longo de 2023

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Data de publicação:16/01/2023 às 08:00 -
Atualizado um ano atrás
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As debêntures nadaram de braçadas no ambiente de juros altos em 2022. Dos 20 compilados no ranking de mais rentáveis, em um levantamento da Quantum Finance, 14 papeis renderam mais de 20% no ano passado.

A campeã foi a debênture da NCF Participações, com rendimento nominal de 28,72%. O retorno equivale a mais que o dobro do CDI, benchmark da renda fixa, que acumulou alta de 12,38% no ano.

PapelTicker

Rend.

nominal

NCF ParticipaçõesNCFP1428,72%
Conc. Rota das BandeirasCBAN2227,73%
Cia de Saneam. ParanáSAPR2824,63%
SBF Com. Prod. EsportivosSBFC1124,08%
Iguatemi Shop. CentersIGTAB122,60%
Iguatemi Shop. CentersIGTAA122,52%
Rede D'OR São LuizRDORC722,21%
LocalizaTFLE1621,91%
Ouro Verde Locação e Serv.OVSA1021,64%
International Meal CompanyMEAL2121,46%
Rede D'OR São LuizRDORB721,36%
International Meal CompanyMEAL1220,82%
Saneamento de GoiásSNGO1820,66%
SmartfitSMFT1620,43%
Saneamento de GoiasSNGO1619,10%
Ventos de São Tito Hold.VNTT1118,26%
International Meal CompanyMEAL1118,16%
CVC BrasilCVCB1417,59%
Cyrela Com. PropertiesCCPRA317,43%
GRU AirportAGRU2117,15%
20 mais rentáveis em 2022

Todos os 20 papeis da lista da Quantum renderam acima do CDI. E superaram também com vantagem ainda maior a inflação de 5,79% medida pelo IPCA em 2022. Os investidores de todos eles embolsaram robusto ganho real, acima da inflação, que chegou a 21,68% no papel campeão (NCF).

As debêntures mais rentáveis do ano tem emissão em empresas de vários segmentos de atividade. Os setores que marcam maior presença entre os papeis, no ranking de maiores retornos, são os de saneamento, de locação de carros e shoppings centers.

Selic investimentos
Ganho real nas debêntures chegou a 21,68% no papel campeão (NCF) - Foto: Reprodução

Juros altos impulsionam rendimento

Os papeis estão indexados a diversos índices, como o CDI e o IPCA, além dos prefixados. “As debêntures com os maiores retornos em 2022 são majoritariamente atreladas ao CDI, que foi um dos benchmarks com a melhor performance no ano”, observa Vinicius Romano, especialista de renda fixa na Suno Research.

O CDI nas alturas combinado com uma “forte demanda por papeis de renda fixa e um fechamento dos spreads de crédito (entendido como uma taxa adicional de remuneração ao indexador) impulsionaram a rentabilidade desses papeis”, avalia. O volume de emissão de papeis de renda fixa, segundo Romano, cresceu em torno de 5% em relação a 2021.

O fechamento nos spreads de crédito leva à valorização dos títulos e a taxa de remuneração cai, pelo processo de marcação a mercado.  Mas, como são ativos de renda fixa, o investidor que permanecer com o papel até o vencimento recebe a remuneração combinada no momento da compra, afirma o especialista de renda fixa da Suno Research.

As debêntures ofereceram, de forma geral, boa remuneração, “mas os ativos pós-fixados tiveram performance melhor dada a elevação das taxas de juro durante 2022”, reforça Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores.

Os ativos prefixados e os indexados à inflação também foram bem, mas tiveram um desempenho menor, por causa da volatilidade das taxas de juro. “As debêntures são sensíveis à variação dos juros”, sobretudo em cenário de alta das taxas que predominou durante boa parte de 2022.

Bruna Centeno, especialista em renda fixa da Blue3, afirma que a alta dos juros atiçou o apetite dos investidores pelos títulos de renda fixa e o mercado bateu recorde de captação no ano passado.

“Empresas que não faziam captação com emissão de títulos vieram ao mercado com a oferta de papeis como debêntures, CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)”.

Perspectivas para 2023

A expectativa continua positiva com o mercado de renda fixa este ano, especialmente em relação a debêntures, pela perspectiva de juros de dois dígitos ao longo de 2023. “O ano promete ser bom para a renda fixa, com a expectativa de que os juros continuem altos”, acredita Ricardo Jorge.

O especialista em renda fixa e sócio da Quantzed destaca a atratividade das debêntures incentivadas. Elas oferecem uma taxa mais atraente, como prêmio de risco, na comparação com os títulos públicos, e são isentas de imposto de renda.

Alguns especialistas veem as debêntures com alguma restrição por causa de sua liquidez mais estreita (dificuldade de passar adiante para quem quer sair do papel no meio do caminho) e prazos de vencimento mais longos. Para Ricardo Jorge, o importante é ter um planejamento financeiro.  “Se não tiver certeza do fluxo de caixa, o investidor deve escolher títulos de vencimentos mais curtos.”

E os riscos?

Outro ponto importante que os especialistas destacam em títulos de dívida de emissão privada, como debêntures, é o risco de crédito. Ou seja, a possibilidade de que a companhia que emitiu o papel fique sem condições de pagar o resgate no vencimento e dê calote ao comprador.

É muito importante conhecer a empresa que emite o papel, alerta Ricardo Jorge. “O investidor deve escolher empresas robustas, com fluxo de caixa sólido”, recomenda o especialista.

Bruna Centeno diz que não existe nenhum título no mercado sem risco. Alguns têm menos, outros mais, até os títulos públicos têm uma pitada de risco, se o País quebrar, comenta ela. “Então, o que mitiga os riscos são os ativos considerados high grade, os mais seguros, de empresas sólidas, com boa classificação na nota de risco.

São cuidados que o investidor deve ter ao escolher um papel de crédito privado, como uma debênture, já que os riscos embutidos nem sempre estão ao alcance da percepção de investidores e analistas. Como ocorreu no episódio recente de rombo oculto no balanço das Americanas.

Americanas no radar

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, diz que o mercado foi surpreendido com o rombo contábil apontado no balanço das Americanas. E não havia nenhuma suspeita de irregularidades contábeis entre analistas e investidores.

“A classificação de risco da empresa era muito boa. O crédito tinha nota AA6. Ninguém esperava isso, nem as agências de classificação de risco. Tanto que as ações da Americanas desabaram quando a notícia foi divulgada”, comenta.

A forte pressão vendedora de ações e debêntures, com poucos interessados na compra, “deixou o mercado absolutamente disfuncional e a classificação de risco sofreu significativo downgrade, para CC, tanto nos preços das ações quanto na classificação do risco de papeis de renda fixa”.

“O risco Americanas estava completamente fora do radar de qualquer investidor”, reforça Erik Sala, especialista em investimentos da DVinvest. “Em escala nacional, diferente da global, que depende do risco soberano do País, agências de risco classificavam a empresa como Triple A”.

A descoberta de que a dívida é o dobro do tamanho que o mercado enxergava mudou tudo, afirma Sala. Empresas de classificação de risco rebaixaram a nota de crédito e para uma empresa de varejo que já sofre com juros altos o custo para emitir nova dívida deve aumentar muito, calcula o especialista. “Isso deve repercutir de forma bastante negativa.”

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Tom
Repórter da Mais Retorno

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