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Copom e ata
Economia

Copom avalia novo ajuste na Selic de menor magnitude, diz ata

Comitê deixou claro que seguirá ‘vigilante’ e assegurou que pode rever os próximos passos para alcançar a convergência da inflação para suas metas

Data de publicação:09/08/2022 às 10:42 -
Atualizado 2 anos atrás
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O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central repetiu nesta terça-feira, 9, por meio da ata de seu último encontro, que avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude na taxa Selic em setembro.

Na semana passada, o colegiado elevou a taxa de juros do País em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75% ao ano. Segundo a sinalização do BC, a Selic poderia ser mantida em 13,75% ou subir a 14,00% no encontro do mês que vem.

Ata
Ata do Copom destaca possível ajuste na Selic de menor magnitude em setembro e reafirma a busca por atingir a meta da inflação - Foto: Agência Brasil

O comitê deixou claro no documento que seguirá "vigilante" e assegurou que os próximos passos de política monetária poderão ser ajustados para alcançar a convergência da inflação para suas metas, o que inclui o ano de 2023 e, em menor grau, de 2024.

"O Copom nota ainda que a incerteza da atual conjuntura, tanto doméstica quanto global, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação".

Copom, em ata da última reunião

Apesar disso, o colegiado voltou a considerar que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem de expectativas para prazos mais longos, "é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista".

"O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas."

Estratégia

O colegiado disse que optou por sinalizar que "avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, na próxima reunião", com o objetivo de "trazer a inflação para o redor da meta no horizonte relevante", que inclui o ano de 2023 e, em menor grau, de 2024.

Atualmente, as projeções do BC para esses horizontes são de 4,6%, contra o centro da meta de 3,25%, e 2,7%, ante o alvo central de 3,0%.

Além disso, o BC reiterou que, em função da persistência dos choques recentes, "o comitê seguirá vigilante e avaliará se somente a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo assegurará tal convergência".

"Essa estratégia foi considerada a mais adequada para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos", disse o colegiado, completando que também reflete o aperto monetário já empreendido, reforça a postura de cautela da política monetária e ressalta a incerteza do cenário.

Transparência

Na ata, o BC também deu transparência à discussão de política monetária. Segundo o colegiado, com base nas projeções utilizadas e no balanço de riscos, a estratégia requerida para trazer a inflação para o "redor da meta" no horizonte relevante exigia "que o ciclo de aperto monetário continuasse avançando significativamente em território ainda mais contracionista".

Isso, na visão do Copom, inclui um ajuste na reunião de agosto e, posteriormente, a manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período suficientemente prolongado.

"Concluiu-se que um novo ajuste de 0,50 ponto porcentual na reunião de agosto era apropriado frente a um ambiente de elevada incerteza, apesar do estágio já significativamente contracionista da política monetária, que, considerando suas defasagens, deve impactar a economia mais fortemente a partir do segundo semestre deste ano", avaliou.

Copom, em documento

Risco de desaceleração global

Na ata, o Copom deu mais detalhes sobre a avaliação negativa sobre o cenário externo na ata de seu último encontro divulgada nesta terça-feira.

Segundo o BC, o ambiente externo mantém-se "adverso e volátil" devido às revisões para baixo no crescimento econômico em grandes economias em 2022 e 2023, além de um cenário de inflação desafiador, embora com sinais de acomodação em alguns preços.

O colegiado ainda destacou que segue acompanhando os riscos "de uma desaceleração global em ambiente de inflação significativamente pressionada".

O Copom detalhou que a revisão negativa sobre o crescimento econômico em grandes economias reflete a reversão dos estímulos praticados na pandemia de covid-19, especialmente os relacionados à política monetária.

Além disso, afirma que a guerra na Ucrânia gera impactos sobre o fornecimento de gás natural, com adição de incerteza sobre o cenário econômico europeu. Já a deterioração do setor imobiliário, aliada à política de combate à covid-19, impactam negativamente as perspectivas de crescimento chinesas, conforme o colegiado.

Cenário desafiador para a inflação global

No âmbito da inflação, o BC reconhece que o cenário global segue desafiador. Segundo o Copom, os dados divulgados recentemente de algumas economias avançadas sugerem pressões ainda fortes.

O colegiado cita ainda que as pressões de demanda por bens "persistentemente alta" e os choques ligados à guerra, à política de covid zero na China e à restrição de comércio de produtos agrícolas em países produtores "podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas".

Mas o Copom pondera que "já se observa uma normalização incipiente nas cadeias de suprimentos e uma acomodação nos preços das principais commodities no período recente".

Além disso, avalia que, com a recomposição nos estoques de produtos industrializados, esses desenvolvimentos podem implicar moderação nas pressões inflacionárias ligadas a bens.

"O comitê nota que, ainda assim, permanecem pontos de atenção referentes a questões geopolíticas e particulares em tais mercados."

Reação do mercado à ata do Copom

Para Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, a ata do Copom, deixou clara a estratégia de fim de ciclo de alta de juros, com a possibilidade de alta de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião.

"A menção sobre os 0,25 ponto porcentual adicionais que serão avaliados na próxima reunião dá algum grau de liberdade no cenário de uma surpresa no período entre as reuniões. Mas o trabalho está feito. O cenário base é zero no próximo encontro. A história de serviços (atividade e inflação) seguirá contra o BC, mas a janela favorável de preços voláteis deve viabilizar a parada na próxima reunião".

Débora Nogueira, da Tenax Capital

Além disso, Nogueira destaca que "houve um endurecimento em relação à deterioração fiscal e em como o impulso sustentará a atividade no segundo semestre".

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, afirma que a ata não trouxe nenhuma novidade e aponta que a postura do BC na política monetária é de que "a condução vai continuar caminhando em ambiente ainda mais restritivo e cita a possibilidade de manutenção de taxas altas por mais tempo". / com Agência Estado

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