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Putin
Renda Variável

Como as incertezas geopolíticas podem impactar os ativos? Confira

Entre eles estão as commodities, renda variável, renda fixa, dólar e moeda de países emergentes

Data de publicação:22/02/2022 às 00:30 -
Atualizado um ano atrás
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Nem dois meses se passaram no ano e o mundo se vê às voltas com diversos eventos relevantes, entre eles a elevada tensão geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia, e a iminência de uma guerra. Um acontecimento dessa proporção pode impactar severamente vários mercados - commodities, dólar, renda variável, renda fixa, entre outros - e os preços dos ativos, segundo relatório da XP sobre o assunto.

No dia anterior, a temperatura entre os dois países subiu, após o presidente russo, Vladimir Putin, reconhecer a independência de algumas regiões separatistas da Ucrânia e ordenar que tropas se deslocassem para esses locais - o que Moscou chamou de "manutenção da paz" na área, aumentando a aposta em uma crise com potencial de desencadear uma grande guerra.

Como as incertezas geopolíticas podem impactar os ativos? Confira
Europa segue apreensiva com o abastecimento de gás natural em caso de uma iminente guerra entre Rússia e Ucrânia - Foto: Envato

A manobra de Putin levou ladeira abaixo a tentativa da Europa de buscar uma saída diplomática para a crise. Até então, o presidente da França, Emmanuel Macron, havia costurado um encontro entre o presidente americano, Joe Biden, e o presidente russo, que inicialmente estava previsto para esta quinta-feira, 24.

O primeiro-ministro da Inglaterra, Boris Johnson, declarou no último fim de semana que se essa guerra vir a se confirmar, ela poderia ser a maior guerra na Europa desde a 2ª Guerra Mundial em 1945, dado a escala dos eventos.

A grande preocupação dos mercados são os efeitos que uma guerra dessas pode trazer para o mundo. Um dos pontos principais é o que pode acontecer com o preço e o abastecimento do petróleo, que já segue em uma fase de dificuldades entre oferta e demanda, e com previsão de atingir US$ 100/barril em um cenário sem um evento dessa proporção.

O abastecimento de gás natural também integra esse pacote de tensões, pois a Europa é dependente desse tipo de energia, cujo gasoduto passa pela Ucrânia.

Conflito geopolítico: mais um ingrediente nas preocupações do mercado

Com essa montanha-russa de informações, o mercado alterna períodos de alívio temporário e quedas expressivas. Segundo o relatório da casa de análises assinado pelo estrategista chefe e head de Research, Fernando Ferreira, e pela estrategista de ações, Jennie Li, desta vez a elevação dos riscos geopolíticos acontece em um momento delicado ao mercado.

“A alta da inflação e o início da retirada dos estímulos monetários no mundo já são uma grande preocupação para os investidores. As tensões geopolíticas se somam a essa lista de preocupações e podem ajudar a deteriorar ainda mais o sentimento”, aponta a XP.

No entanto, na visão de Ferreira e de Li, não é recomendado retirar todas as posições do mercado variável durante esses períodos. “A história mostra que não se manter investido durante esses períodos, e sair completamente da renda variável, se mostrou não ser a melhor estratégia”.

Como exemplo, a XP cita um estudo feito pela Truist e publicado na Bloomberg, que mostra como o índice S&P500 – um dos mais importantes das bolsas americanas – se comportou durante todos os grandes eventos geopolíticos desde 1940.

“Após uma reação inicial negativa, o índice S&P500 se recuperou, e havia subido nos seis e 12 meses subsequentes em 67% e 75% das ocasiões, respectivamente. A média de performance, seis meses depois, foi de 5,5% e de 8,6% no período de 12 meses após o evento”, aponta a casa de análises.

O que fazer em um cenário de uma possível guerra?

Para os especialistas da XP, a resposta é: ter caixa, diversificação e calma. “Manter o caixa é importante para podermos nos beneficiar das oportunidades que aparecem em momentos de volatilidade de mercado. Se manter investido no mercado é também muito importante, pois o mercado tende a se recuperar desses eventos geopolíticos”.

Segundo eles, ter uma carteira diversificada é a melhor forma de proteger o patrimônio e ter retornos balanceados ao longo do tempo. “E manter a calma é muito importante para conseguirmos executar essa estratégia em momentos de estresse elevado”.

Como uma guerra pode impactar os mercados e os preços dos ativos?

De acordo com a XP, ativos como bonds, commodities, dólar e moedas de países emergentes podem ser impactados com uma possível guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Como as incertezas geopolíticas podem impactar os ativos? Confira
Foto: Envato

Títulos do governo: em busca de proteção

Apesar dos preços dos títulos dos governos na Europa e Estados Unidos estarem pressionados recentemente por conta do avanço da inflação no mundo, o aumento da aversão ao risco poderia levar os investidores a buscar refúgio nessa classe de ativos, levando a uma queda nos juros desses títulos.

“Nos últimos dois dias, já observamos os juros dos títulos de 10 anos americanos caindo de 2,0% para 1,92%, o que já indica essa maior demanda por esses títulos, e também um movimento parecido na Europa”, ressalta a XP. No Brasil, os investidores tendem a migrar para a renda fixa nesses cenários.

XP, em relatório
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Mercado de grãos pode sofrer impacto com alta das cotações em caso de guerra na Ucrânia - Foto: Envato

Grãos e trigo: problemas de abastecimento

De acordo com o relatório da casa de análises, o mercado de grãos pode sofrer grandes impactos em caso de uma guerra, pois a Ucrânia é o terceiro maior exportador de milho do mundo e o quarto maior de trigo, sendo a Rússia líder desse mercado em específico.

“Os preços dos grãos seguem elevados no mundo. Uma eventual guerra pode colocar ainda mais pressão em um cenário de oferta versus demanda que já é bastante apertado”, ressaltam os especialistas. Nos últimos 12 meses, o preço do trigo negociado na bolsa de Chicago subiu 22%.

especialistas da XP
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Preços do petróleo tendem a ser pressionado com redução de fornecimento do produto - Foto: Envato

Petróleo e gás natural: preço já está em alta

Um dos grandes temores do mercado em relação a uma possível guerra diz respeito ao preço do petróleo. A Rússia é responsável por quase 40% do gás natural consumido na Europa, sendo um fornecedor importante para países como a Alemanha, que têm o gás como uma das principais fontes de energia do país.

Nos últimos meses o preço do gás na zona do euro mais que dobrou nos últimos meses e, de acordo com a XP, deve seguir pressionado no evento de uma guerra e de possíveis sanções impostas pela Otan à Rússia.

O mesmo cenário também se encaixa para a realidade do petróleo, cujo preço do barril já sobe mais de 20% neste ano. Alguns bancos, como o JP Morgan, projetam o petróleo atingindo o patamar acima de US$ 100/barril, podendo chegar a US$ 150 caso haja estresse do lado da oferta.

“Essa alta elevaria a inflação no mundo, e, como consequência, elevaria os riscos de desaceleração da economia global”, ressaltam os especialistas.

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Ouro é tido como proteção em momentos de instabilidade - Foto: Envato

Ouro: ativo defensivo

Em eventos de forte aversão ao risco, o ouro também um dos ativos mais procurados para proteção de risco. No entanto, por enquanto ele continua em alta: sobe mais de 6% neste mês.

Ferreira e Li destacam que o ouro já vinha sendo pressionado pelo aumento das taxas de juros no mundo. “Porém, caso os juros nos títulos do governo cedam, isso poderia ajudar a ser um propulsor adicional ao preço do ouro”

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Aumento dos juros e aumento de procura por títulos da dívida americana podem valorizar o dólar - Foto: Envato

Moedas emergentes e dólar: moeda americana pode subir

O aumento da compra de títulos do governo americano tende a apreciar o dólar em relação às outras moedas. No caso das moedas de países emergentes – como é o caso do real – tendem a sofrer pois são vistas como ativos de “maior risco” pelos investidores.

“O real está entre as moedas de melhor performance no mundo em 2022, apreciado 8,5% ante o dólar, por conta do forte fluxo de investidores que estão comprando ativos brasileiros, dos juros maiores no Brasil e dos fortes números da balança comercial do País”.

Fernando Ferreira e Jennie Li, da XP

Para os especialistas, uma elevação do dólar no mundo poderia segurar um pouco essa força de apreciação do real no curto prazo.

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Índice do medo está em alta refletindo as tensões nos mercados - Foto: Envato

Volatilidade: índice VIX já está subindo

Conhecido como índice do medo, o VIX é um dos primeiros indicadores que prevê tempos nebulosos. Nas últimas semanas, está próximo de 30% - estava em 16% em dezembro passado.

“Isso não só pelas questões geopolíticas, mas também pela mudança de postura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em relação ao aumento de juros nos EUA”, enfatizaram Fernando Ferreira e Jennie Li.

Sobre o autor
Julia Zillig
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