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Foto: Arquivo
Mercado Financeiro

Com feriado prolongado, mercado deve ter movimentação reduzida nesta 2ª feira, mas cautela será redobrada

Preocupação é grande com manifestações programadas para o 7 de Setembro

Data de publicação:06/09/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Em clima de feriado prolongado, o mercado financeiro retoma os negócios nesta segunda-feira, 6, com sentimento redobrado de cautela. A expectativa é que a movimentação nos mercados seja reduzida, porque muitas pessoas estarão viajando, mas a preocupação é grande, nesta véspera de feriado, para investidores e gestores de mercado.

O motivo são as manifestações programadas para amanhã em todo o País, que devem dividir os participantes em dois grupos, um de apoio ao presidente Bolsonaro e o outro contra. A tensão política vem aumentando a cada dia, com novas falas do presidente, em tom de ameaça, contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Foto: Envato
Receio é com manifestações no 7 de Setembro e tensão política em elevação - Foto: Envato

No sábado, 4, ao participar de um evento em Brasília, o presidente defendeu a participação de policiais militares nos atos. "Hoje você vê alguns governadores ameaçando expulsar policiais militares que porventura estejam de folga no dia 7 e compareçam para festejar o 7 de setembro. Se nós falarmos 'eu não sou policial militar, não tenho nada a ver com isso', aguarde que sua hora vai chegar".

Além disso, na sexta-feira, 3, Bolsonaro declarou que ele e seus apoiadores “mostrarão o que fazer a quem quiser jogar fora das quatro linhas da Constituição”. E acrescentou que o 7 de setembro servirá de “um ultimato para duas pessoas que precisam entender seu lugar”.

Embora não tenha dito nomes, presume-se que o recado tenha sido dirigido aos ministros do STF Alexandre Moraes e Luís Roberto Barroso, dois desafetos do presidente.

Para especialistas, são declarações que indicam que a temperatura política aumentou nestes dias que antecedem o feriado, o que acirra a preocupação com possíveis confrontos entre as alas pró e contra o presidente durante os atos de manifestação.

Juros futuros refletem a apreensão do mercado

Um dos reflexos da preocupação com os desdobramentos da crise política, de acordo com os especialistas, está na elevação dos juros futuros em contratos de prazos mais longos.

Diferentemente da Selic, juro de curto prazo ou à vista calibrado pelo Banco Central, os juros mais longos refletem a expectativa dos mercados e de investidores com o cenário futuro, seja em relação à inflação, à economia, seja com a política.

Os juros curtos até recuaram na sexta-feira, mas os de vencimentos em datas mais distantes fecharam em alta. As taxas dos contratos com vencimento em janeiro de 2025 avançaram para 9,83% ao ano e em janeiro de 2027, para 10,28% ao ano.

São taxas que estão alinhadas com os juros de aplicações mais longas, como as do Tesouro Direto. Na sexta-feira, o Tesouro Prefixado 2026, com vencimento em 1º de janeiro de 2026, remunerou com 10,21% ao ano – uma taxa prefixada que inclui juro nominal e real. O investidor só não terá perda se a inflação a cada ano, até o vencimento, ficar abaixo de 10,21%.

O Tesouro IPCA, que remunera com juro prefixado e correção monetária pelo IPCA, ofereceu uma taxa prefixada de 4,53%, que seria o juro real, mais correção pela inflação oficial. Estima-se que o rendimento total a cada ano nesse título fique em torno também de 10%.

A elevação do juro futuro, segundo especialistas, tende a levar o investidor a reavaliar sua posição na bolsa de valores. Grosso modo, para competir com a renda fixa por essas taxas a bolsa teria de subir 10% a cada ano. Em 2021, até agora, a B3 acumula desvalorização de 1,75%.

O principal evento da agenda econômica desta semana é a divulgação, pelo IBGE, do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto na quinta-feira, dia 9. A Genial Investimentos estima uma alta de 0,70%, o que esticaria a inflação oficial acumulada em 12 meses para 9,50%.

STF e os precatórios

Além da tensão sobre as manifestações do feriado de 7 de setembro, os investidores seguem acompanhando o cenário fiscal do País. Após uma nova ameaça do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF0, acabou a boa vontade do Judiciário para ajudar o governo a encontrar uma solução para o gasto de R$ 89 bilhões com o pagamento dos precatórios no Orçamento de 2022.

Uma solução estava sendo costurada pelo presidente do STF, Luiz Fux, e pelo vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, via Conselho Nacional de Justiça (STJ), sem a necessidade de aprovação de uma Proposta de Emenda à Constitucional (PEC).

O ministro da Economia, Paulo Guedes, que vem reclamando do aumento nos gastos com esses pagamentos, batizado por ele de "meteoro", participou das tratativas, que envolveram ainda os presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progresistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RJ). Guedes chegou a falar que esta seria uma solução "mais efetiva, mais rápida e, inclusive, mais adequada juridicamente".

Fux disse que as conversas eram embrionárias, mas havia a expectativa de que pudessem avançar depois do feriado e do resultado das manifestações. Mas, depois da fala de Bolsonaro de que o 07 de setembro será "ultimato" a dois ministros do STF, uma fonte a par das negociações afirmou sob a condição de anonimato, que "não precisa nem esperar" o feriado.

O humor azedou com as declarações do presidente e que dificilmente haverá clima para uma futura negociação, já que não faz sentido ajudar Bolsonaro a encontrar espaço no Orçamento para suas promessas eleitorais, sendo que ele continua "rosnando" contra as instituições.

A Solução "Fux-Dantas" ajudaria, na prática, o presidente a ter mais espaço no Orçamento para fazer um novo Bolsa Família turbinado.

Uma fonte ouvida pela reportagem do jornal O Estado de S.Paulo recomendou que o presidente tente aprovar no Congresso a PEC de parcelamento dos precatórios em até dez anos - proposta criticada dentro e fora do governo como calote e pedalada.

Mesmo assim, alerta que, se aprovada a PEC, poderá enfrentar judicialização no STF. A solução dos precatórios via CNJ também é polêmica e vinha recebendo críticas, a ponto de ser chamada de uma "pedalada judicial".

NY: futuros em leve alta

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York têm os contratos futuros operando em leve alta, à medida que os investidores vão digerindo os dados abaixo do esperado sobre a folha de pagamento do país e aumentos salariais mais rápidos que o projetado. Os mercados locais estão fechados nesta segunda-feira para o feriado do Dia do Trabalho.

Na última sexta-feira, 3, o Departamento do Trabalho divulgou o payroll de agosto, que veio abaixo do esperado. Na avaliação de analistas, o resultado deve fazer com o que o Fed aguarde mais algum tempo antes de anunciar uma freada nos estímulos.

A Capital Economics afirma que o resultado tira qualquer possibilidade de anúncio da redução dos estímulos após a reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed e, "se a fraqueza persistir, a decisão pode ser adiada para o ano que vem".

O crescimento do emprego está moderando, mas Wall Street ainda acredita que este é um mercado de trabalho forte, aponta Edward Moya, analista da Oanda.

Entre os entraves apontados ao crescimento econômico está a inflação, que segundo ele continuará alta, e uma aprovação instável para o plano de gastos de US$ 3,5 trilhões dos democratas.

Bolsas asiáticas fecham em alta

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira, 6, à medida que dados fracos do mercado de trabalho dos EUA alimentaram esperanças de que o Fed manterá suas agressivas medidas de estímulo por mais tempo do que se previa.

Em Tóquio, o índice acionário Nikkei teve seu segundo pregão seguido de forte desempenho, com ganho de 1,83%, aos 29.659,89 pontos, favorecido também pelo anúncio na semana passada de que o impopular primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, deixará o cargo até o fim do mês.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng subiu 1,01% em Hong Kong, aos 26.163,63 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi teve ligeira alta de 0,07% em Seul, aos 3.203,33 pontos.

Na China continental, os mercados foram impulsionados também por especulação de que Pequim possa ampliar incentivos monetários e fiscais, diante de indícios de desaceleração da segunda maior economia do mundo.

O Xangai Composto avançou 1,12%, aos 3.621,86 pontos, atingindo o maior nível em mais de três meses, e o menos abrangente Shenzhen Composto se valorizou 2,03%, aos 2.463,36 pontos.

Exceção na região, o Taiex apresentou leve perda de 0,12% em Taiwan, aos 17.495,30 pontos.

Nesta segunda-feira, o feriado do Dia do Trabalho nos EUA, que manterá os mercados do país fechados, comprometeu a liquidez na Ásia e faz o mesmo em outras partes do mundo.

Na Oceania, a bolsa australiana fechou em alta marginal, ao reverter perdas na última meia hora do pregão em Sydney. O S&P/ASX 200 subiu 0,07%, aos 7.528,50 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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