BC mantém projeção para a inflação em 10,2% neste ano e de 4,7% em 2022
Estimativas constam no último boletim Focus e na ata do comunicado da última reunião do Copom
O Banco Central (BC) manteve suas estimativas de inflação para os anos de 2021 a 2023 em 10,2% para este ano, 4,7% no próximo e 3,2% no seguinte, segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 16. O cálculo das expectativas tem como base a Selic, variando conforme os dados do boletim Focus, e o câmbio atualizado com base na Paridade do Poder de Compra (PPC).
As projeções constavam no último Focus, divulgado na segunda-feira, 13, e na ata do comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que resultou em um aumento de 1,5 ponto porcentual na Selic, a 9,25% ao ano. No RTI, o BC ainda informou uma projeção de 2,6% para 2024.
A estimativa para 2021 encontra-se muito acima da margem de tolerância da meta (3,75%, com 1,50 ponto porcentual de banda), enquanto, para 2022, se aproxima do teto (5,0%).
Para 2023, a meta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto porcentual (taxa de 1,75% a 4,75%). Já para 2024, o objetivo é de 3,0%, com tolerância de 1,5% a 4,5%.
No último relatório Focus, os economistas consultados semanalmente pelo BC projetaram alta de 10,05% para o indicador de 2021, de 5,02% em 2022 e de 3,46% em 2023, além de 3,09% em 2024. Foi a primeira revisão para baixo da inflação feita pelos especialistas em 2021.
Curto prazo
O Banco Central também divulgou no RTI suas projeções de inflação de curto prazo, que abarcam os meses de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022.
A previsão do BC para o IPCA para dezembro é de alta de 0,65%. Já a projeção para janeiro é de aumento de 0,15% e, para fevereiro, de elevação de 0,66%.
No Focus mais recente, divulgado na última segunda-feira, 13, as projeções do mercado financeiro para o IPCA eram de alta de 0,72% em dezembro, 0,54% em janeiro e 0,69% em fevereiro.
Estouro do teto
O Banco Central informou que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2022 ficar acima do teto da meta - de 5,00% - está em 41% - era de 17% no documento divulgado em setembro. Já a perspectiva de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2022, de 2,00%, é de apenas 2%.
Para este ano, a hipótese é de romper a marca para o indicador estipulada pelo BC é de 100%, previsão já sinalizada na reunião anterior - o teto da meta é de 5,25%.
Em horizontes mais longos, o BC calcula para 2023 que a probabilidade de estouro do teto de 4,75% da meta é de 13%. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,75% da meta é de 15%.
No caso de 2024, a probabilidade de 4,50% da meta é de 9%. Já a possibilidade de estouro do piso de 1,50% da meta é de 21%. / com Agência Estado