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Outubro foi mês de recuperação das criptomoedas; confira as maiores altas e as maiores quedas

Ligeira melhora no cenário de aversão ao risco beneficiou os criptoativos

Data de publicação:07/11/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Outubro foi um mês que devolveu algum alento ao mercado de criptoativos. Pelo menos parte dos ativos digitais dessa classe voltou a chamar a atenção de investidores, desta vez como destaque positivo, após meses de performance negativa ao longo deste ano. O bitcoin (BTC), o mais popular das criptomoedas, valorizou-se 2,47%, em reais. Outros ativos subiram muito mais, dois deles encostando em 100%. 

criptomoedas
A Dogecoin foi a criptomoeda que mais se valorizou no mês

“O mês foi positivo por conta de uma ligeira melhora no cenário geral de aversão ao risco. Nessas circunstâncias, ativos de risco, como ações e cripto, se beneficiam”, avalia Theodoro Fleury, gestor da QR Asset.

A Dogecoin (DOGE) foi a mais rentável em outubro, com valorização de 99,79%, em reais. A forte alta refletiu o otimismo dos investidores com a compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk. Suas repetidas manifestações de apreço pelo token, de cuja moeda é conhecido admirador, serviram para jogar mais luzes do holofote ao ativo. 

Comenta-se no mercado que a DOGE poderá ser acoplada ao Twitter, em uma possível integração futura dessa criptomoeda com a rede social. Por enquanto, um movimento ainda no terreno puramente especulativo. 

As maiores altas

NomeSímboloValorização
DogecoinDOGE99,79%
Huobi TokenHT91,63%
ElrondEGLD19,15%
EthereumETH15,02%
Quant NetworkQNT14,16%
Fonte: QR Asset

Outro ativo de destaque foi o Huobi Token (HT), que subiu 91,63%, a segunda maior alta de outubro. O token reagiu positivamente ao anúncio da compra da exchange por um grupo liderado por Justin Sun, fundador da blockchain Tron. Diretor-executivo da Bit Torrent, Sun é bastante conhecido no ecossistema cripto.

As criptomoedas que ocupam as demais posições do ranking de criptoativos em outubro exibem resultados mais modestos, abaixo de 20%, mas não menos significativos, de acordo com os especialistas do mercado. 

Ficou na terceira posição em outubro, com valorização de 19,15%, o Elrond (EGLD), seguido, em quarto, por Ethereum (ETH), com alta de 15,01%. O Quant Network aparece em quinto lugar no ranking, com valorização de 14,16%, em reais, no mês.

O primeiro lugar na coluna de desempenho negativo em outubro foi ocupado por Terra Luna Classic (LUNC), com queda de 20,24%. Em seguida aparece o Internet Computer (ICP), com desvalorização de 13,04%. Seguem-se, como a terceira maior queda, o Near Protocol (NEAR), com desvalorização de 12,89%, o Ethereum Classic (ETC), em quarto, com queda de 12,75%, e o Cardano (ADA), em quinto, com 6,80%.

As maiores quedas

NomeSímboloQueda
Terra Luna ClassicLUNC-20,24%
Internet ComputerICP-13,04%
NEAR ProtocolNEAR-12,89%
Ethereum ClassicETC-12,75%
CardanoADA -6,80%
Fonte? QR Asset

Por que criptomoeda que subiu 150% não está no ranking

A QR Asset Management adotou alguns critérios de corte para a seleção dos criptoativos para o levantamento. Foram analisadas as top 40 moedas por capitalização de mercado de acordo com Messari.io e considerado qualquer ativo que começou ou terminou o mês no top 40. Ao longo da análise, foram deixados fora, ainda, os ativos com valor mercado abaixo de um bilhão de dólares no início do mês.  

Um dos tokens que não se alinham com o ranking da QR Asset é o Cripto Tokenize Xchange, embora apareça com destaque como o mais rentável, com valorização em torno de 150%, em rankings de outras casas.

O token TKX é negociado em exchanges descentralizadas, o que faz com que não atenda aos critérios da QR Asset para fazer parte do ranking. 

Outubro, divisor de águas da virada das criptomoedas?

O segmento de criptoativos, como mercado de renda variável, vem sofrendo persistentemente com um cenário que combina uma série de fatores de incerteza, apontam especialistas. Um deles, senão o principal, é a dinâmica de inflação e juros em alta nos Estados Unidos e nas economias desenvolvidas, principalmente em países da Europa.

Nessa quarta-feira, 2, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) aumentou mais 0,75 ponto porcentual os juros dos EUA. A taxa dos Fed Funds, uma espécie de Selic, anda agora na faixa de 3,75% a 4,00% ao ano.  

Analistas comentam que a taxa de juro de curto prazo no fechamento do ciclo de alta pode chegar ao intervalo entre 5% e 6% ao ano, o que acirraria a concorrência com a renda variável.

O sentimento de aversão ao risco, agravado pela guerra na Ucrânia, desencoraja a procura ou a permanência na renda variável, segmento em que estão as criptomoedas. O investidor se vê estimulado a buscar um porto seguro, como a renda fixa, beneficiada ainda pela persistente elevação dos juros.  

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.