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O milionário do futuro
Mercado Financeiro

O milionário do futuro; onde ele investiria?

Pensando no público que ingressou na bolsa de valores recentemente, a B3 fez uma pesquisa para entendê-lo melhor.  Com uma média de idade de 32 anos,…

Data de publicação:20/04/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Pensando no público que ingressou na bolsa de valores recentemente, a B3 fez uma pesquisa para entendê-lo melhor.  Com uma média de idade de 32 anos, trata-se de um investidor que não só gosta de novidades como também opta pela diversificação.

Usando essa informação como base, o objetivo deste artigo é tentar vislumbrar quais os segmentos que esse investidor provavelmente investiria, dado que o bitcoin, além de caro, possui um limite de 21 milhões de unidades.

Mercado de carbono

No Brasil, ele funciona a partir do que determina a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), visando atender aos compromissos firmados no Acordo de Paris.

Créditos de carbono deverão fazer parte das carteiras digitais de investidores preocupados com o clima - Foto (Agência Brasil)

Entre as metas, elevar para 18% a participação da bioenergia até o ano de 2030.  Como forma de se contabilizar a redução dos gases responsáveis pelo efeito estufa, a emissão de créditos de descarbonização (CBIOs), alocados entre os distribuidores de combustíveis de acordo com a sua participação de mercado.

Nesse modelo, quanto mais uma distribuidora comercializa biocombustíveis, maior o número de CBIOs que recebe.  Eles, por sua vez, podem ser negociados na B3 como qualquer outro ativo financeiro. Para que esse mercado deslanche e ganhe liquidez, a imposição de metas cada vez mais ambiciosas e a implementação de um mercado global para a negociação do carbono.

São várias as iniciativas em andamento e o Banco Mundial tem sido bastante atuante no design de programas de reduções de emissões a partir da correta precificação do carbono, metodologia recomendada por 10 entre cada 10 economistas como sendo a ideal para mitigar as mudanças climáticas.  

Não por outro motivo, a inclusão de políticas que incentivem a geração voluntária de créditos de carbono. Com um mercado mais pujante e desenvolvido, maiores as chances de ações mais concretas e perenes, que não exijam subsídios ou aumentos de impostos.

Para uma geração que leva a questão do clima bastante a sério, é apenas uma questão de tempo até que os CBIOs façam parte das carteiras digitais do investidor.

Games

Setor que cresce 12% ao ano sem muito esforço.  Por ser encontrado em qualquer celular, trata-se de um modelo de negócio que deixou de ganhar apenas quando um console novo é lançado para faturar toda vez que alguém joga, via recursos oferecidos virtualmente.

Setor de games é um que cresce 12% ao ano sem muito esforço

Com as pessoas trancadas em casa, não é difícil imaginar as suas opções de entretenimento.  Além disso, a indústria de games vai muito além das empresas que desenvolvem o software.  Fazem parte desse universo os fabricantes de placas de vídeo e de equipamentos especiais (cadeiras e headsets para gamers), os organizadores de eventos online, além de outros agentes não tão óbvios.

Entre eles, as startups chinesas, que misturam serviços de mensagens com e-commerce e jogos.  Acostumadas a fazer várias apostas ao mesmo tempo, é a forma que encontraram para unir o útil ao agradável.

Escolher um Exchange Traded Fund (ETF) para investir é relativamente fácil:

  • ETF Hero: para as empresas asiáticas;
  • ETF Gamr: para as empresas norte-americanas.

Apenas um detalhe: o ETF Gamr possui uma participação na GameStop.

Cannabis

Desconsiderando o seu uso recreativo, é fato que em 2019 a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou à Organização das Nações Unidas (ONU) que eliminasse a maconha da Lista 4 da Convenção sobre Drogas (1961), o que ocorreu no final do ano passado.

Para que o produto se torne investimento é preciso avançar na regulamentação de produção, distribuição e consumo

Essa “tese de investimento” é semelhante às criptomoedas.  Depende do avanço da regulamentação no que diz respeito à sua produção, distribuição e consumo.  Mas, ao contrário das moedas virtuais, a presidência de Biden nos EUA pode acelerar o ritmo dos negócios.  Tanto o projeto de legalização (More Act) como o que permite que empresas do setor acessem o mercado financeiro (Safe Banking Act) têm potencial para mudar permanentemente esse mercado.

Independentemente de qualquer resistência da ala mais conservadora da sociedade, os norte-americanos são bastante práticos.  Qualquer um que já tenha lido o livro “Freakonomics: O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta” sabe que o crime lá é organizado como qualquer companhia de capital aberto.  Por conta disso, por que não cobrar impostos dele também?

Algumas empresas canadenses já foram a mercado captar recursos para crescer. O investidor que não está “se distraindo” com o assunto provavelmente está se perguntando se já não seria o caso de se incluir mais empresas na lista de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) da B3.

FIP para a inovação

Esse tipo de investimento é um desdobramento do sucesso do setor de infraestrutura, focado na economia real e que tem crescido com bastante ímpeto desde que os juros no país alcançaram níveis de um dígito.

FIPs são investimentos na economia real por meio de papeis ou de fundos Foto-(Agência Brasil)

No início de 2021, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicou a Portaria 4.382, estabelecendo que processos, produtos ou serviços intensivos em pesquisa, desenvolvimento e inovação podem ser financiados via:

Tal como no setor de infraestrutura, os investimentos em inovação recebem tributação diferenciada (isenção para a pessoa física e investidor não residente, além de tributação reduzida para a pessoa jurídica) desde que atendidas determinadas condições. 

Uma delas é a aprovação dos projetos pelo MCTI.  No caso dos FIPs, nenhum cotista pode deter mais de 40% de participação no fundo, além de se exigir um mínimo de 5 cotistas.

Como resultados práticos de iniciativas como essa, o tão necessário aumento da produtividade no país e a extinção das vaquinhas virtuais suspeitas. 

Conclusão

Identificar os investimentos do futuro nem sempre é uma tarefa fácil.  Isso se deve ao fato de o investimento seguir a dinâmica dos negócios e não o contrário.

Na busca por maiores retornos, o máximo que se consegue fazer é identificar novas tendências.  Conforme a evolução de determinadas teses de investimento, definidas em função de regulação, concorrência, tributação, etc., aloca-se uma parte dos recursos.  

A vantagem dessa estratégia é a possibilidade de o investidor crescer junto com um novo setor, sem muitos riscos.  Como detalhado nesse artigo, os assuntos que preencherão os sites de investimentos muito provavelmente envolverão créditos de carbono, jogos, mercados inexplorados e inovação.

O primeiro em função do alto custo da conta climática.  Já no caso dos jogos, pela dinâmica de um negócio que deixou de ser coisa de criança há bastante tempo.  Para a maconha, a sua legalização, acompanhada por extenso material acadêmico comprovando os ganhos econômicos e para a saúde.  Por fim, a inovação, tema que fascina e traz desenvolvimento, atacando o problema da desigualdade e da falta de oportunidades.

Para qualquer um que não seja o Elon Musk, ou tão rico como ele, o melhor mesmo é não apostar tudo no bitcoin:

“Algumas pessoas não gostam de mudanças, mas você precisa abraçar a mudança se a alternativa for desastre.”

Elon Musk

*As opiniões contidas nesse artigo são do autor do texto e não necessariamente refletem a opinião do Mais Retorno

Sobre o autor
Nohad Harati
Possui MBA em Finanças e LLM em Direito do Mercado Financeiro (ambos pelo Insper/SP). É gestora de uma carteira proprietária, além de ser responsável por um Family Office.
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