Nubank Cripto atinge a marca de 1 milhão de clientes dois meses após o anúncio do programa de criptomoedas
Brasil é um dos países que mais cresce na adoção de criptomoedas
Em meio a uma crescente busca por investimentos em criptomoedas nos países da América Latina, o Nubank lançou, em maio, o programa Nubank Cripto, que visa facilitar a compra, manutenção e venda de bitcoin e ethereum dentro do aplicativo do banco. Dois meses depois do lançamento do projeto, a instituição já alcançou a marca de um milhão de clientes de criptomoedas.
O Nubank Cripto começou como uma experiência disponível para alguns usuários e, no fim de junho, foi liberada para toda a base de clientes brasileiros da fintech. As operações com criptomoedas dentro do programa podem ser feitas por valores a partir de R$ 1 e, segundo a empresa, a ideia é que, sendo acessível a todo o público, a experiência possa promover mais conhecimentos em relação ao mercado cripto.
De acordo com a Chainalysis, plataforma de pesquisas relacionadas a blockchain, a América Latina é a região que mais cresce na adoção de criptoativo e o Brasil responde a 25% dos cerca de US$ 500 bilhões em transações neste mercado no continente. É neste contexto que o Nubank Cripto foi pensado, como forma de atender uma demanda emergente no País.
Outros players também anunciaram, recentemente, a aposta no mercado de criptoativos. No começo do mês, o PicPay informou que o desenvolvimento de uma corretora de criptomoedas está em planejamento. A XP, em maio, anunciou que o lançamento da XTAGE, sua plataforma de criptomoedas, está previsto para agosto.
Entenda o Nubank Cripto
David Velez, CEO e fundador do Nubank, afirma que, embora as criptomoedas sejam uma tendência crescente na América Latina e que a região tenha um "potencial transformacional", a experiência de transacionar criptoativos é muito nichada, "uma vez que os clientes têm poucas informações para sentirem confiança ao entrar nesse novo mercado ou se sentem frustrados com sistemas complexos".
Assim, a ideia do produto é facilitar o acesso para quem quer começar a investir ou ampliar seus investimentos em criptomoedas. A fintech destaca que as operações com as moedas digitais dentro do aplicativo podem ser realizadas sem a necessidade de abrir novas contas ou transferir dinheiro de uma instituição para outra. Velez classifica o programa como "simples e intutitivo".
Conforme aponta a companhia, o Nubank Cripto é operacionalizado em parceria com a Paxos, empresa de infraestrutura de blockchain, que atua como provedora de liquidez e realiza a custódia das criptomoedas. "A aliança com a Paxos garante, ainda, a proteção global dos ativos dos clientes pelos principais reguladores de ativos digitais", explica o banco, em nota.
"O potencial disruptivo da tecnologia por trás das criptomoedas é enorme. Vamos continuar evoluindo essa experiência, sempre ouvindo nossos clientes para buscar evoluir nossos produtos e a oferta de moedas digitais, aproveitando esse poder transformador do blockchain."
Thomaz Fortes, líder da área de cripto do Nubank
Mercado de criptomoedas no Brasil
A renda variável do Brasil e do mundo foi castigada no primeiro semestre de 2022, na esteira da persistente pressão inflacionário em nível global, juros subindo em diversos países, inclusive nos Estados Unidos, e uma série de incertezas macroeconômicas e geopolíticas pesando sobre os mercados - com destaque para a guerra da Rússia na Ucrânia e as severas medidas de isolamento social na China.
Neste contexto, as criptomoedas também foram impactadas. Bitcoin e ethereum, as moedas digitais com maior capitalização da atualidade, já despencaram 57,80% e 63,32% no ano até aqui, com base nas cotações das 15h desta terça-feira, 26. No entanto, os ETFs (fundos de índice, na tradução) que investem no mercado cripto mostraram um desempenho diferente no mesmo período.
Um levantamento feito pela Teva Índices com a Agência TradeMap revelou que, nos primeiros seis meses de 2022, os ETFs de criptomoedas listados na B3 tiveram uma captação positiva de R$ 711,7 milhões, sendo a única categoria de fundos de índice a obter variação positiva neste período.
O interesse por criptomoedas no Brasil vem crescendo tanto que, de acordo com relatório da Bloomberg divulgado na primeira semana de julho, a gestora brasileira Hashdex se tornou a empresa com maior capitalização de investimentos por meio de ETFs de criptomoedas no mundo, superando gestoras tradicionais dos Estados Unidos, como a 21Shares (segundo lugar), e a suíça Seba Bank (terceiro lugar).
Entre janeiro e junho deste ano, a Hashdex captou US$ 117,9 milhões, contra US$ 54,3 milhões da 21Shares e US$ 15 milhões da Seda Bank, aponta o relatório.
Principais ETFs de criptomoedas listados na B3
Código | Índice de referência | Ativo que investe | Gestora |
HASH11 | Nasdaq Crypto Index | Criptomoedas (geral) | Hashdex |
BITH11 | Nasdaq Bitcoin Reference Price | Bitcoin | Hashdex |
ETHE11 | ETHER HASH CI | Ethereum | Hashdex |
QBTC11 | CME CF Bitcoin Reference Rate | Bitcoin | QR Capital |
QETH11 | CME CF Ether-Dollar Reference Rate | Ethereum | QR Capital |
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