Exchange Voyager Digital, de criptomoedas, pede falência
Empresa é mais uma vítima de uma queda dramática de preços que abalou o setor
A exchange Voyager Digital informou nesta quarta-feira, 6, que entrou com pedido de falência, segundo reportagem da Reuters, tornando-se outra vítima de uma queda dramática de preços que abalou o setor de criptomoedas.
Credores de criptomoedas como a Voyager expandiram sua atuação durante a pandemia da covid-19, atraindo depositantes com altas taxas de juros e fácil acesso a empréstimos raramente oferecidos por bancos tradicionais.
No entanto, a recente baixa no mercado de criptos, desencadeada pela queda de dois grandes tokens em maio, atingiu diretamente essas empresas.
Suspensão de saques
Sediada em Nova Jersey, a Celsius congelou os saques no mês passado e contratou consultores para avaliar um possível pedido de falência. A Voyager adotou a mesma conduta neste mês, assim como o Valud de Cingapura.
Na semana passada, a Voyager comunicou que emitiu um aviso de inadimplência para o fundo de hedge de criptomoedas Three Arrows Capital (3AC), também com sede em Cingapura, por não cumprir com o pagamento de um empréstimo de criptomoedas no valor total de mais de US$ 650 milhões.
No final daquela semana, a 3AC entrou com pedido de falência do “capítulo 15”, que permite que os devedores estrangeiros protejam os ativos dos Estados Unidos, tornando-se um dos investidores mais atingidos pela crise das criptomoedas.
“A volatilidade e o contágio prolongados nos mercados de criptomoedas nos últimos meses, além da inadimplência da Three Arrows Capital em um empréstimo da subsidiária da empresa, Voyager Digital, exigem que tomemos medidas deliberadas e decisivas agora”.
Stephen Ehrlich, presidente-executivo da Voyager, em comunicado
‘Capítulo 11’
Em seu pedido de falência do “Capítulo 11” na terça-feira, a Voyager - com sede em Nova Jersey, mas listada em Toronto - estimou que tinha mais de 100.000 credores e algo entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões em ativos e passivos no mesmo valor.
No mês passado, a exchange assinou um acordo com a Alameda Ventures para obter uma linha de crédito rotativa.
No entanto, um registro do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York mostrou que a Alameda era o maior credor individual da Voyager, com empréstimos não garantidos de US$ 75 milhões.
Os procedimentos de falência do “Capítulo 11” suspendem todas as questões de litígios civis e permitem que as empresas preparem planos de recuperação enquanto permanecem operando.
Em uma mensagem aos clientes no Twitter, Ehrlich disse que o processo protegeria os ativos e "maximizaria o valor para todas as partes interessadas, especialmente os clientes".
A Voyager contratou empresas como Moelis & Company e The Consello Group como consultores financeiros, Kirkland & Ellis LLP como consultor jurídico e Berkeley Research Group LLC para darem consultoria sobre reestruturação.
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