Hashdex lança META11, novo ETF que acompanha o metaverso; vale a pena investir?
Produto tem taxa de administração total de 1,3% ao ano
No comecinho de junho, a gestora Hashdex lançou seu sexto ETF (fundo de índice, na tradução) de criptoativos na B3, a Bolsa de Valores brasileira. O produto, que é negociado sob o código META11, tem como referência o índice CF Digital Culture Composite Index, que investe nos principais e mais promissores ativos do metaverso, e possui uma taxa de administração total de 1,3% ao ano.
De acordo com a gestora, o META11, que fechou o pregão desta segunda-feira cotado a R$ 48,78, oferece ao investidor "exposição diversificada aos principais criptoativos da indústria de cultura e entretenimento em blockchain". O produto chega às prateleiras da B3, porém, em um momento em que o mercado de criptoativos passa por uma desvalorização acentuada, refletindo uma maior aversão ao risco em nível global.
Momento dos ETFs de criptoativos
João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex, comenta que "as principais causas da desvalorização (dos criptoativos) não são inerentes ao mercado de cripto" em sim. Especialistas do setor concordam.
Um levantamento feito pela ETFGI, empresa de pesquisa e consultoria focada em ETFs, revelou que em abril deste ano, o volume total de investimentos nos fundos de índice ligados ao mundo cripto teve uma queda de 18,8% em relação a março, com um montante de US$ 13,21 bilhões. Já o saldo líquido desses fundos entre janeiro e abril foi de US$ 556 milhões, contra US$ 2,69 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
Em relatório, a consultoria explicou que essa fuga dos investidores dos ETFs de criptomoedas, na verdade, é uma fuga da renda variável como um todo. Com uma pressão inflacionária cada vez maior no mundo e as políticas de aperto monetário adotadas por bancos centrais de diversos países, os investidores passaram a buscar ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Justamente por esse motivo - já que as causas da desvalorização dos criptoativos não estão ligadas ao mercado cripto em si, mas sim a atual conjuntura macroeconômica -, Cunha considera que, quando o cenário se estabilizar, os criptoativos também devem viver uma recuperação.
O que esperar do desempenho do META11?
O gestor de portfólio da Hashdex explica que, com o cenário macroeconômico instável e repleto de incertezas, os constituintes do META11 acabaram se desvalorizando até mais do que o Nasdaq Crypto Index (NCI), um dos principais índices de referência para os ETFs de criptoativos.
Por essa queda mais acentuada, "no cenário de recuperação do mercado de criptoativos, é provável que o META11 tenha uma melhor performance (que outros fundos de índice do mesmo segmento)", explica Cunha.
Além disso, o gestor pontua que a Cultura Digital é um dos setores mais dinâmicos dentro dos criptoativos, abrangendo games, metaverso, ingraestrutura para NFTs e fan tokens e plataformas descentralizadas de distribuição de conteúdos. "O movimento de grandes empresas buscando se posicionar nesses mercados mostra o quão promissor ele pode ser", destaca.
"No curto prazo, o mercado vem sendo dominado pelo cenário marco e, principalmente, a questão da inflação. No médio e longo prazo, esperamos que haja um crescimento da adoção de soluções em cultura digital baseadas em cripto e blockchain e que isso se reflita em valorização dos principais ativos (do metaverso) e, consequentemente, do META11."
João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex
O CTO da Hashdex, Samir Kerbage, ressalta ainda que o metaverso é um setor em estágio inicial, que está transformando indústrias relevantes no mundo do entretenimento. "Trata-se de uma oportunidade única de entrar no segmento de entretenimento em blockchain", afirma o executivo.
Composição do META 11
Com base nas informações fornecidas pela própria Hashdex, o META11 investe nos ativos de cultura digital - que compreendem os criptoativos de aplicações associadas aos setores do entretenimento, tais como jogos, esportes, música e metaversos.
Os ativos digitais do META11 podem ser divididos em três principais categorias:
- Tokens de governança de aplicativos de blockchain gaming e metaversos abertos: que oferecem garantias (como direito a voto) em decisões relacionadas a cada universo, como o de jogos digitais, por exemplo;
- Tokens sociais de plataformas de streaming descentralizado: que permitem novas formas de experiência e monetização relacionadas a comunidades de entretenimento, clubes de esportes e celebridades, sem intermediários;
- Tokens Não-Fungíveis (NFTs, na sigla em inglês): que conferem a propriedade de ativos digitais únicos.
Lista dos 10 ativos com maior peso na composição do META11
- Axie Infinity, do setor de gaming, com um peso de 19,92%;
- Decentraland, do setor de metaverso, com peso de 18,26%;
- The Sandbox, do setor de metaverso, com peso de 15,78%;
- Ethereum, plataforma de contratos inteligentes, com peso de 15,00%;
- Polygon, do segmento de escalabilidade, com peso de 7,57%;
- Chiliz, do segmento de tokens sociais, com peso de 7,56%;
- Enjin Coin, do segmento de gaming, com peso de 7,22%;
- Chainlink, do segmento de oráculos, com peso de 5,51%;
- The Graph, do segmento de indexação de dados, com peso de 1,93%;
- Audius, do segmento de tokens sociais, com peso de 1,27%.
Outros ETFs de criptoativos da Hashdex disponíveis na B3
Código de negociação do ETF | Índice de referência | Segmento/ativo que acompanha |
HASH11 | Nasdaq Crypto Index | Mercado cripto (geral) |
BITH11 | Nasdaq Bitcoin Reference Price | Bitcoin |
ETHE11 | ETHER HASH CI | Ethereum |
WEB311 | CF Smart Contract Platforms Index | Contratos inteligentes e internet do futuro |
DEFI11 | CF DeFi Composite Index - Modified Market Cap Weight | Mercado de finanças descentralizadas |