Volume total de ativos investidos em ETFs de criptomoedas despenca 18,8% em abril
O saldo líquido dos ETFs de criptomoedas em abril foi de US$ 556 milhões a nível global
Em um período de maior aversão ao risco em nível global, no rastro da pressão inflacionária que atinge países de todo o mundo e as políticas de aperto monetário adotadas pelos bancos centrais, as criptomoedas têm sentido fuga acentuada de investidores - que retiram seu dinheiro dos ativos de risco em busca de produtos financeiros considerados mais seguros e estáveis.
Neste contexto, os ETFs (fundos de índice negociados em bolsa) de criptomoedas também estão sendo impactados. De acordo com um levantamento da ETFGI, uma empresa de pesquisa e consultoria focada em ETFs, em abril deste ano, o volume total de investimentos nos fundos de índice ligados ao mundo cripto teve uma queda de 18,8% em relação a março, com um montante de US$ 13,21 bilhões.
A pesquisa da consultoria também revelou que o saldo líquido nos ETFs de criptomoedas em abril - ou seja, a diferença entre aplicações e resgates - foi de US$ 556 milhões. No acumulado do ano até aquele mês, o saldo líquido é de US$ 303 milhões, valor muito inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, de US$ 2,69 bilhões.
Outros ativos de risco também estão caindo
A fuga dos investidores para os investimentos mais seguros, como as Treasuries (títulos públicos americanos, que são considerados os mais seguros do mundo), e os títulos do Tesouro Direto aqui no Brasil, por exemplo, também tem afetado outros ativos da renda variável.
"O S&P 500 (um dos principais índices acionários dos Estados Unidos) recuou 8,72% em abril e já acumula queda de 12,92% nos primeiros quatro meses de 2022. Outros mercados desenvolvidos caíram 6,71% só em abril. Já os mercados emergentes desvalorizaram 5,40% em abril e acumulam baixa de 11,56% no primeiro quadrimestre do ano".
Deborah Fuhr, fundadora da ETFGI
No mercado financeiro brasileiro, a realidade é um pouco diferente. De janeiro a abril, o Ibovespa, principal índice acionário do País, reportou uma valorização de 3,80%. A nossa Bolsa, a B3, se beneficiou do movimento de alta na cotação das commodities em nível global, já que boa parte das ações mais importantes do Ibovespa são justamente as de empresas exportadoras de commodities.
Mercado de ETFs de criptomoedas
Segundo a ETFGI, desde o lançamento do primeiro ETP (produto negociado em bolsa, na tradução) de criptomoeda - o Bitcoin Tracker One-SEK - em 2015, o número e a diversidade de produtos relacionados a essa classe de ativos vêm crescendo significativamente. Globalmente, até o final de abril haviam 140 ETFs e ETPs de criptomoedas listados em 17 bolsas diferentes de 13 países.
No Brasil, o primeiro ETF cripto foi o HASH11, lançado pela Hashdex em abril de 2021. O fundo de índice replica o desempenho do Nasdaq Crypto Index, que reflete o movimento global do mercado de criptoativos.
Principais ETFs de criptomoedas listados na B3
Código | Índice de referência | Ativo que investe | Gestora |
HASH11 | Nasdaq Crypto Index | Criptomoedas (geral) | Hashdex |
BITH11 | Nasdaq Bitcoin Reference Price | Bitcoin | Hashdex |
ETHE11 | ETHER HASH CI | Ethereum | Hashdex |
QBTC11 | CME CF Bitcoin Reference Rate | Bitcoin | QR Capital |
QETH11 | CME CF Ether-Dollar Reference Rate | Ethereum | QR Capital |