
Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira, 24 de março
Investidores dividem a atenção com novas projeções da inflação feita pelo BC brasileiro
A Bolsa opera em alta nesta quinta-feira, 24, seguindo na toada positiva do fechamento anterior e em linha com as bolsas americanas. Às 16h15, o Ibovespa subia 1,01%, aos 118.639 pontos, mas durante as negociações chegou a subir mais, atingindo o patamar de 119 mil pontos pela primeira vez em 2022. Já o dólar caía 0,45%, cotado a R$ 4,822. Os investidores dividem a atenção entre o ambiente externo e interno.
No ambiente dos papéis, a alta do principal índice da B3 é impulsionada pela valorização de mais de 1% da Petrobras e da Vale, que reflete a alta do petróleo e minério de ferro lá fora, e dos grandes bancos.

No cenário internacional, os olhares se voltam para a presença do presidente americano Joe Biden em Bruxelas para participar de um encontro com líderes do G-7 e da Otan nesta quinta-feira. A cúpula deve discutir novas estratégias para impor sanções à Rússia, reduzindo a dependência europeia às fontes de energia russas, como petróleo e gás.
A reunião pretende, ainda, definir o papel da China no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, após Biden acusar o presidente russo, Vladimir Putin, de cometer crimes de guerra.
A guerra na Ucrânia completa um mês nesta quinta-feira, sem uma sinalização de acordo para um cessar-fogo entre os dois países. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, pediu hoje que a Europa e o mundo se manifestem para que Moscou aceite negociar a paz.
Cenário interno: inflação no radar com RTI
No ambiente doméstico, a inflação segue como tema de discussão no mercado, após o Banco Central divulgar o Relatório Trimestral de Inflação durante a manhã. Segundo o documento, a autoridade monetária elevou a estimativa da inflação para 7,1% em 2022, reiterando que o IPCA segue mais persistente do que o antecipado.
A estimativa para 2022 encontra-se muito acima da margem de tolerância da meta de 3,50% (com teto de 5,00%). Para 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 1,75% a 4,75%). Já para 2024, o objetivo é de 3,0%, com tolerância de 1,5% a 4,5%.
Além disso, destacou a surpresa especialmente nos preços de combustíveis e alimentos. No caso do primeiro item, como reflexo da recente elevação do preço do petróleo.
“Parte significativa da surpresa inflacionária no trimestre está relacionada a componentes mais voláteis, em especial aos preços de combustíveis e de alimentos, mas também houve surpresa em itens associados à inflação subjacente. As diversas medidas de inflação subjacente permanecem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”
Banco Central, no RTI
Em relação à Selic, taxa básica de juros do País, o BC projetou uma estimativa de 12,75% ao ano para o fim de 2022. Porém, segue não descartando a possibilidade de revisar essa projeção caso a inflação continue apertando o passo.
"Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", ressaltou a autoridade monetária
As atenções do mercado agora estarão na coletiva com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o documento, às 11h.
Juros futuros
Os juros futuros operam em queda - com exceção dos juros mais curtos - em meio ao recuo do dólar e do petróleo, e mostrando efeito limitado da leitura do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Por volta das 12h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 estava em 12,99%, de 12,982% no ajuste de ontem. O vencimento para janeiro de 2025 estava em 11,86%, de 12,08%. Já o DI para janeiro de 2027 recuava para 11,67%, de 11,87% na abertura.
Sobe e desce da Bolsa
Maiores altas
Banco Inter (BIDI11) | +9,76% |
Méliuz (CASH3) | +8,19% |
CVC (CVCB3) | +5,29% |
Magazine Luiza (MGLU3) | +5,33% |
IRB Brasil (IRBR3) | +4,85% |
Maiores baixas
Hapvida (HAPV3) | -4,67% |
Bradespar (BRAP4) | -1,64% |
Santander (SANB11) | -0,66% |
Exterior
Wall Street: bolsas operam em alta
Em Nova York, o clima é positivo nos contratos futuros negociados nas bolsas americanas. Além de acompanhar as falas de Biden em Bruxelas, os investidores digerem dados sobre emprego no País.
Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, o número de pedidos de auxílio-desemprego no país registrou queda de 28 mil solicitações na semana encerrada em 19 de março, somando 187 mil.
O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 210 mil solicitações. O total de pedidos da semana anterior foi ligeiramente revisado para cima, de 214 mil a 215 mil.
Outro dado econômico publicado durante a manhã foi o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do país, que subiu de 55,9 em fevereiro para 58,5 em março, atingindo o maior patamar em oito meses, segundo dados preliminares da S&P Global.
Sobre a política monetária, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari afirmou que há riscos ligados a um aumento muito agressivo do juro nos EUA, caso o BC opte por altas acima de 25 pontos-base nas reuniões de 2022 do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
De acordo com ele, a trajetória do juro básico este ano dependerá das informações que surgirem sobre a economia dos EUA. "E se as cadeias de suprimentos começarem a normalizar? Talvez não precisemos de mais seis altas de juro em 2022 se os desequilíbrios começarem a melhorar", estimou o dirigente, que tem direito a voto nas reuniões deste ano do FOMC.
Para Kashkari, a maior notícia da última reunião do grupo não foi a primeira alta de juro desde 2018, mas a nova trajetória planejada para o juro. "Mudei minha visão drasticamente sobre a política monetária nos últimos seis meses", disse, após ressaltar que a alta e persistente inflação local o surpreendeu.
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: +1,04%
- Dow Jones: + 0,76%
- Nasdaq 100: +1,32% (dados atualizados às 12h58)
Bolsas europeias seguem sem direção única
Com a cúpula do G-7 ocorrendo em Bruxelas, as bolsas europeias operam sem direção definida. Por lá, além de acompanharem as decisões sobre sanções internacionais à Rússia, o mercado repercute os dados do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro, da Alemanha e do Reino Unidos divulgados durante a manhã.
Segundo dados da S&P Global, em parceria com a CIPS, o PMI composto do Reino Unido caiu de 59,9 em fevereiro para 59,7 em março. Apesar da queda, a leitura bem acima de 50 indica que a atividade econômica britânica continua se expandindo em ritmo forte neste mês, ainda que um pouco mais contido. Os analistas esperavam um PMI a 58.
Na zona do euro, o PMI composto, que engloba os setores industrial e de serviços, recuou de 55,5 em fevereiro para 54,5 em março, resultado acima do esperado pelo mercado, de 53,3. Na Alemanha, o indicador caiu para 54,6 em março, ante 55,6 em fevereiro.
Bolsas europeias/principais índices
- Stoxx 600 (Europa): +0,01%
- DAX (Frankfurt): -0,14%
- FTSE 100 (Londres): +0,12%
- CAC 40 (Paris): +0,04% (dados atualizados às 9h50)
Bolsas asiáticas fecham em baixa
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, após uma rodada de perdas em Wall Street ontem e com investidores mostrando cautela antes de uma série de reuniões na Europa para discutir a guerra na Ucrânia. / com Agência Estado
Bolsas asiáticas/fechamento
- Hang Seng (Hong Kong): -0,94% (21.945 pontos)
- Kospi (Seul): -0,20% (2.729 pontos)
- Xangai Composto (China continental): -0,63% (3.250 pontos)
- Shenzhen Composto (China continental): -0,87% (2.144 pontos)
- Nikkei (Tóquio): -0,25% (28.110 pontos)
- S&P/ASX 200 (Sydney): +0,12% (7.387 pontos)