Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira, 20 de janeiro
Investidores seguem atentos à temas como a inflação, ômicron, juros americanos e no Orçamento 2022
Em um dia de agenda econômica local esvaziada, a Bolsa abriu as atividades desta quinta-feira, 20, em alta, seguindo boa parte dos mercados internacionais, tendo uma fatia desse comportamento como reflexo do mercado americano, que busca recuperação com a queda nos rendimentos dos Treasuries.
Às 14h26, o principal índice da B3 atingia o patamar dos 109 mil pontos (109.651), com alta de 1,45%. Já o dólar mantém o comportamento de queda da sessão anterior – baixa de 1,19% - cotado a R$ 5,401.
Apesar do otimismo nas bolsas – com exceção das praças europeias, que são impactados pelas notícias da inflação no bloco – os investidores mantêm o avanço da ômicron e dos juros americanos sob monitoramento.
No ambiente interno, o cenário fiscal integra ainda o pacote de atenção do mercado, que aguarda um desenho mais claro sobre a aprovação do Orçamento 2022. O presidente Jair Bolsonaro tem até esta sexta-feira, 21, para sancionar o texto.
“Nesse momento, ainda não temos clareza se haverá ou não aumento no salário dos servidores públicos”, ressalta Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.
Além disso, na parte da tarde, a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será monitorada, uma vez que se aproxima a data da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), entre os dias 1º e 2 de fevereiro.
No comunicado de dezembro, o Copom indicou mais um aumento de 1,50 ponto porcentual na Selic em fevereiro, para 10,75% ao ano.
Juros futuros
Os juros futuros seguem nesta quinta-feira a correção iniciada na véspera, acompanhando a fraqueza do dólar ante o real e mais um dia de recuo do rendimento dos Treasuries, dando espaço para a melhora de humor no exterior.
De acordo com Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria, como os mercados internacionais ainda seguem se preparando para a elevação dos juros nos Estados Unidos, seguem o viés de alta para os yields (dividendos) e dólar.
Por volta das 12h10, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caía a 11,94%,de 12,04% no fechamento anterior. O DI para janeiro de 2025 recuava para 11,15%, de 11,29%, e o para janeiro de 2027 recuava para 11,15%, de 11,29% ontem no ajuste.
Sobe e desce da Bolsa nesta quinta-feira
Maiores altas
Banco Inter (BIDI11) | + 12,76% |
Localiza (RENT3) | + 9,87% |
Petz (PETZ3) | + 8,89% |
Locamerica (LCAM3) | + 8,86% |
BTG Pactual (BPAC11) | + 7,99% |
Maiores baixas
Carrefour (CRFB3) | - 2,06% |
Suzano (SUZB3) | - 1,65% |
BB Seguridade (BBSE3) | - 1,31% |
Energisa (ENGI11) | - 1,14% |
3R Petroleum (RRRP3) | - 0,84% |
Exterior
Estados Unidos: mercado um pouco mais aliviado com recuo dos Treasuries
Em busca de recuperação após uma forte queda, Wall Street reverbera otimismo, com um alívio da alta do rendimento dos Treasuries, que chegou a bater 1,90 no vencimento em 10 anos no dia anterior.
Além disso, os investidores estão na expectativa da divulgação de novos dados econômicos do país que, apesar de não exercerem grande peso nas decisões monetárias, podem sinalizar caminhos menos desafiadores.
Estão previstos dados sobre o volume de pedidos de seguro-desemprego e índice Philly Fed, às 10h30 (horário de Brasília), volume de vendas de imóveis usados, às 12h, e estoque de petróleo do DoE, às 13h.
Na véspera, o presidente americano, Joe Biden, reconheceu o desafio da inflação nos Estados Unidos com um dos grandes problemas em seu primeiro mandato. Ele afirmou que “o apoio extraordinário na pandemia” foi providenciado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mas com a inflação do país atingindo a máxima desde 1982, mudanças podem ser necessárias.
O temor de que as taxas de curto prazo americanas, calibradas pelo Fed venham a subir mais que 0,25 ponto porcentual em março tem provocado desconforto, sobretudo aos investidores em ações.
A temporada de balanços trimestrais de empresas americanas, referentes ao quarto trimestre de 2021, segue em curso, com alguns resultados mistos entre os bancos e outros números acima do esperado por empresas de outros setores. Após o fechamento do mercado, a Netflix divulga os seus números do período.
Principais índices/bolsas americanas
- S&P 500: + 1,33%
- Dow Jones: + 1,05%
- Nasdaq 100: + 1,71% (dados atualizados às 14h42)
Europa: inflação no pregão desta quinta-feira
Na zona do euro, as bolsas fecharam mistas, com a inflação acima do esperado pesando no humor da sessão desta quinta-feira, que seguia Nova York na abertura.
A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro atingiu a máxima história de 5% em dezembro de 2021, acelerando levemente em relação à alta de 4,9% observada no mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia.
O resultado confirmou a estimativa preliminar e veio em linha com as expectativas dos analistas. O CPI recorde, que é igual à taxa de julho de 1991, amplia pressões para que o Banco Central Europeu (BCE) aperte sua política monetária.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que não vê motivos para a autoridade monetária seguir os passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), apesar da projeção da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de 3,2%, acima da meta esse ano.
Apenas o núcleo do CPI do bloco, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, teve ganho anual de 2,6% em dezembro, confirmando leitura preliminar. Já no confronto mensal, o núcleo do índice aumentou 0,4% no último mês.
Na Alemanha, a forte alta em energia pesou no PPI, que saltou 5,0% em dezembro de 2021, com a taxa em 12 meses disparando de 19,2% para 24,2%. O número veio bem acima da expectativa do mercado, que esperava alta mensal de 0,8%.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): + 0,51%
- FTSE 100 (Londres): - 0,06% (7.585 pontos)
- DAX (Alemanha): + 0,65% (15.912 pontos)
- CAC 40 (Paris): + 0,30% (7.194 pontos)
Estímulos na China trazem um pouco de alento ao mercado e praças fecham mistas na Ásia
Os sinais de que o governo da China pretende adotar novas medidas de estímulo à economia, na sequência da redução das taxas de juros futuros, dá um certo alento a investidores e gestores,
Os reguladores chineses estão considerando tomar mais fácil para as construtoras acessar uma classe de fundos de propriedades pré-vendidas, um passo que ajudaria a enfrentar a crise de liquidez do setor. Separadamente, os credores chineses reduziriam novamente os custos dos empréstimos para impulsionar o crescimento econômico.
No continente, as principais praças financeiras fecharam sem direção única nesta quinta-feira, mesmo com o movimento de corte de juros da China.
O PBoC, como é conhecido o banco central chinês, reduziu sua taxa de juros de referência (LPR) para empréstimos de um ano de 3,80% para 3,70%, e a LPR para empréstimos de cinco anos ou mais, de 4,65% para 4,60%. Foi a primeira vez em 21 meses que as duas taxas foram reduzidas ao mesmo tempo. / com Tom Morooka e Agência Estado
Fechamento/bolsas asiáticas
- Hang Seng (Hong Kong): + 3,42% (24.952 pontos)
- Xangai Composto (China continental): - 0,09% (3.555 pontos)
- Shenzen Composto (China continental): - 0,92% (2.419 pontos)
- Nikkei (Tóquio): + 1,1% (27.772 pontos)