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Mercado Financeiro

Mercado pode fazer ajustes por conta da queda das bolsas americanas; alta da inflação preocupa investidores

Sinais de desaceleração da economia americana afetou as bolsas americanas na véspera

Data de publicação:13/10/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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O mercado financeiro retoma os negócios nesta quarta-feira, 13, mantendo o tom cauteloso, atento ao cenário internacional e doméstico.  Para começar, especialistas preveem possível ajuste do mercado de ações doméstico à queda das bolsas americanas na véspera, quando a B3 permaneceu fechada por causa do feriado.

Bolsa de olho na PEC emergencial
Após feriado, Bolsa brasileira deve fazer ajuste por conta da queda das bolsas americanas - foto: Envato

Todos os índices das bolsas de Nova York recuaram no dia anterior. O índice Dow Jones caiu 0,34%, o S&P 500 perdeu 0,24% e o Nasdaq recuou 0,14%. Em geral, o dia que se segue aos feriados, nos quais os mercados funcionaram normalmente no exterior, é marcado por ajuste de posições, especialmente no mercado de ações.

Além disso, tem início hoje a temporada de divulgação de balanços corporativos, trazendo os resultados do terceiro trimestre das principais instituições financeiras, como JP Morgan e BlackRock.

Investidores estão preocupados com os sinais de desaceleração da economia americana, com a alta da inflação e os riscos que ela pode trazer para a atividade. A expectativa com o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de setembro, que será divulgado nesta quarta-feira, ajudou a reforçar a cautela dos investidores.

Operadores também observaram comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed) sobre o assunto. Entre eles, o vice-presidente da instituição, Richard Clarida, afirmou que os riscos para os níveis de preços estão apontados para o alto.

Já o presidente da distrital de Atlanta, Raphael Bostic, admitiu que os gargalos na oferta podem alterar o cenário, caso provoquem aumento sustentado nas expectativas inflacionárias.

Segundo o Fed de NY, as expectativas de inflação dos consumidores atingiram seu maior nível desde 2013, quando a distrital começou a realizar pesquisa sobre o tema.

Entre os sinais de desaceleração da recuperação econômica nos EUA, o relatório de empregos Jolts registrou queda a 10,4 milhões na abertura de postos de trabalho em agosto, o primeiro recuo do indicador em quase um ano, segundo destaca o analista da Oanda Edward Moya, em relatório enviado a clientes.

Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo a sua previsão de crescimento da atividade dos EUA em 2021, de alta de 7% a avanço de 6%. A entidade multilateral, no entanto, elevou a projeção de crescimento para 2022 nos EUA, de 4,9% a 5,2%.

Juros em elevação não combinam com crescimento econômico, que o mundo deseja e ensaia os movimentos de retomada, além de provocar mudanças no fluxo de capitais, que tendem a provocar instabilidade nas economias de países emergentes, como o Brasil.

Mercado atento aos juros

A preocupação com o cenário internacional divide a atenção do investidor com o quadro doméstico, no qual a inflação é também um dos principais pontos de preocupação, já que pode empurrar a Selic para patamares ainda mais elevados. Juros altos tendem a deprimir um crescimento econômico que encontra dificuldades para deslanchar.

A expectativa de uma política monetária mais dura e com juros altos destoa, de acordo com especialistas, da perspectiva de uma política fiscal sem maior rigor no controle dos gastos públicos.

O mercado financeiro não disfarça o desconforto com a indefinição sobre a forma como será feito o pagamento de precatórios, a reforma do imposto de renda e a fonte de financiamento para bancar o novo programa social do governo.

São pontos de dúvida, para investidores e gestores de mercado, cuja solução vai depender como o governo lidará com as contas públicas sem o risco de atropelar o teto de gastos públicos.

Bolsonaro e CPI da Covid

No País, apesar do mercado financeiro estar com as atividades em recesso por conta do feriado, os investidores acompanharam as movimentações e falas do presidente Jair Bolsonaro, que se pronunciou sobre a volta da alta inflacionária em conversa com a imprensa.

Segundo o chefe do Executivo, a culpa dessa escalada é dos governantes que mandaram a população ficar em casa durante a pandemia.

"O Brasil foi o país que melhor se saiu economicamente em questão da pandemia. Agora muita gente sofreu com o fique em casa e a economia nós vemos depois. Chegou a conta para pagar."

E continuou: "Quem quebrou a economia foram governadores e prefeitos, pergunta para eles. Querem botar na minha conta a economia? Bateram em mim até não poder mais no ano passado, a economia a gente vê depois. Estou vendo."

Sobre o PL dos absorventes, Bolsonaro justificou novamente o seu veto, sob argumento de que o projeto não prevê a fonte de despesas. E, se ele aprovasse, poderia incorrer em crime de responsabilidade, passível de impeachment. "Eu sou escravo das leis, eu não posso sancionar uma coisa se não tiver uma fonte de recursos com responsabilidade. Estaria respondendo a um impeachment agora."

Já no Senado, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid está próxima de concluir seu trabalho de investigação.

Após desistir de ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o colegiado irá ouvir, na próxima segunda-feira, 18, o médico Carlos Carvalho, que coordenou um estudo contra o uso do chamado kit covid, que é defendido pelo governo federal e usa substâncias com ineficácia comprovada no tratamento do coronavírus.

De acordo com Omar Aziz, presidente da Comissão, a próxima semana será a última da CPI. A sessão de terça-feira, 19, será reservada para a leitura do parecer do relator, senador Renan Calheiros, e a reunião de quarta-feira, 20, será a votação do relatório do emedebista.

No último dia 5, Renan Calheiros disse que o relatório final da comissão vai pedir "com certeza" o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. Pelas apurações da CPI, Bolsonaro pode ser enquadrado em crimes como os de charlatanismo, infração a medida sanitária preventiva e crime contra a humanidade por conta da atuação na pandemia.

Na Ásia

Do outro lado do mundo, as bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira, com o mercado de olho nos novos dados econômicos americanos e dados de exportação da China, que registraram um salto anual de 28,1%.

As exportações chinesas superaram as expectativas em setembro, com um salto anual de 28,1%.

Na China continental, o Xangai Composto subiu 0,42%, aos 3.561,76 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,29%, aos 2.394,39 pontos.

Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei caiu 0,32% em Tóquio, aos 28.140,28 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi se valorizou 0,96% em Seul, a 2.944,41 pontos, e o Taiex recuou 0,70% em Taiwan, aos 16.347,99 pontos. Em Hong Kong, o pregão de hoje foi cancelado devido a um alerta de tufão.

Na Oceania, a bolsa australiana fechou em leve baixa nesta quarta, depois de oscilar em torno da estabilidade ao longo da sessão. O S&P/ASX 200 caiu 0,11% em Sydney, aos 7.272,50 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.
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