Ações da Oncoclínicas caem mais de 3% em estreia na Bolsa
As ações da Oncoclínicas vivem um primeiro pregão de queda, puxadas pelo cenário de instabilidade no mercado e o grande número de IPOs
As ações da Oncoclínicas, empresa de oncologia clínica privada, vivem um primeiro pregão de baixas na B3, a Bolsa de Valores brasileira, nesta terça-feira, 10. Os papéis da companhia registraram queda de 3,24%, vendidos a R$ 19,11.
O IPO (oferta público inicial, na tradução) da empresa foi precificado em R$ 19,75, abaixo da faixa indicativa, que ia de R$ 22,21 a R$ 30,29. As ações estão sendo negociadas pelo código ONCO3.
Com a emissão de 135.074.291 novas ações - considerando oferta primária e secundária - e mais 20.261.143 do lote suplementar, a Oncoclínicas angariou R$ 3,068 bilhões.
A companhia deve destinar 35% do valor levantado com a oferta para futuras aquisições e 40% para aquisições já em andamento. Além disso, 15% dos recursos vão para projetos de investimento e, outros 10%, para capital de giro da companhia.
Por que as ações da Oncoclínicas estão caindo?
De acordo com Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, a desvalorização nos papéis da Oncoclínicas nesta estreia está mais relacionada a uma questão sistêmica do mercado do que algo pontual da empresa. "O mau humor do mercado, por conta dos ruídos políticos, e a elevação da taxa de juros estão deixando a Bolsa instável", comenta.
Dessa forma, Lage considera que o movimento de baixas é mais abrangente, atingindo diversas companhias listadas na B3.
Em contrapartida, O Head de Renda Variável da Zahl Investimentos, Flávio de Oliveira, ressalta também que o grande número de empresas que estrearam na Bolsa de Valores recentemente pode ter impactado no desempenho das ações da Oncoclínicas e, inclusive, no seu IPO que saiu abaixo do esperado.
"Estamos com muitas ofertas simultâneas e o dinheiro não é infinito. Então, os fundos e investidores acabam tendo mais opções e, assim, os ativos que estão disponíveis, mesmo que tenham qualidade, podem acabar saindo com um preço mais baixo", afirma. Este movimento pode ser um termômetro para o comportamento do mercado em relação aos papéis da companhia nos primeiros dias de negociação.
Sobre a empresa
O Grupo Oncoclínicas, fundado em 2010, é líder no mercado brasileiro de oncologia clínica privada em termos de receita. A primeira unidade da rede foi o Oncocentro Oncologia Clínica e Medicina Interna de Minas Gerais S.A., situada em Belo Horizonte.
Desde então, a companhia estendeu sua operação para 69 unidades localizadas em 12 estados brasileiros. Entre os serviços oferecidos estão clínicas, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros integrados de tratamento de câncer, com especialistas de diversas áreas, como oncologia, radioterapia, hematologia, transplante de medula óssea e cuidados complementares.
Segundo dados apresentados no prospecto preliminar da empresa, nos últimos três anos, a Oncoclinicas praticamente duplicou sua receita, passando de pouco mais de R$ 1,05 bilhão em 2018 para R$ 2,035 bilhões em 2020.
Enquanto isso, no primeiro trimestre de 2021, a companhia afirma ter alcançado uma receita de R$ 614,552 milhões. Já o lucro líquido registrado foi de R$ 6,593 milhões. Dessa forma, o grupo conseguiu reverter o prejuízo de pouco mais de R$ 20 milhões do mesmo período do ano passado.