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Foto: Divulgação
Mercado Financeiro

Raízen e outras empresas estreiam na B3 este mês levantando bilhões

O IPO da Raízen é um dos que mais movimentaram o mercado em 2021, com o setor do agronegócio aquecido e marcando presença na Bolsa

Data de publicação:04/08/2021 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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Após um último mês bastante aquecido em IPOs (ofertas públicas iniciais, na tradução), com a estreia de 11 empresas na Bolsa de Valores brasileira, agosto começou em ritmo mais moderado com apenas três lançamentos no radar. Entre eles, a Raízen (RAIZ4).

A companhia teve um dos IPOs mais aguardados do ano - e o que mais movimentou dinheiro também. Com estreia prevista para esta quinta-feira, 5, a empresa de energia renovável movimentou R$ 6,9 bilhões com a oferta, com o preço por ação definido em R$ 7,40. O valor é o piso da faixa indicativa, que ia até R$ 9,60.

Foto: Tulio Vidal/Raízen
Foto: Tulio Vidal / Raízen

O IPO da companhia aumentou a sua avaliação para R$ 74 bilhões. Além de ser a oferta pública que mais movimentou o mercado brasileiro no ano, também é a primeira no mundo de uma empresa de E2G, ou seja, com produção de etanol de segunda geração. Esse produto pode ser originado pelo bagaço ou pela palha da cana-de-açúcar e representa o compromisso da Raízen com uma agenda de sustentabilidade.

Também devem ser listados na Bolsa em agosto o Grupo Oncoclinicas (ONCO3) e a Humberg Agribrasil (GRAO3).

Agronegócio em evidência

Em 2021, diversas companhias ligadas ao agronegócio entraram para o mercado de renda variável movimentando quantias bilionárias. Na última semana, por exemplo, a Armac (ARML3), que é uma plataforma de locação e manutenção de equipamentos voltado para o agro, estreou na Bolsa avaliada em R$ 5,75 bilhões.

O IPO da empresa movimentou R$ 1,5 bilhão, com o preço por ação fixado em R$ 16,63. Esse valor é o topo da faixa indicativa, que começava em R$ 13,30. Logo no primeiro pregão, a Armac viu suas ações subirem mais de 30%.

De fevereiro até aqui, também realizaram suas ofertas públicas a 3Tentos (TTENT3), Jalles Machado (JALL3), Boa Safra (SOJA3) e Agrogalaxy (AGXY3). Juntas, essas companhias angariaram um valor superior a R$ 2,9 bilhões.

O que pode justificar esse maior interesse do setor pelo mercado de ações, bem como o bom apetite dos investidores para com os ativos dessas empresas, é o bom momento do agro. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o PIB do agronegócio expandiu sua participação para 26,6% no PIB total no último ano.

É neste cenário que a Raízen chega à Bolsa e, por isso, se tornou um dos IPOs mais importantes do ano.

Com os R$ 6,9 bilhões levantados com a emissão de 810.811.000 ações do lote principal e mais 121.621.650 do lote suplementar, a empresa deve destinar 80% dos recursos para o aumento da produção de produtos renováveis e em sua capacidade de comercialização, segundo o prospecto preliminar. Dos outros 20%, 15% vão para investimentos em logística e, 5%, para promover maior eficiência nos parques de bioenergia.

Além do momento do setor, a agenda ESG da companhia, que se apresenta como uma alternativa à transição energética de combustíveis fósseis para renováveis, ajudou a atrair os olhos dos investidores, inclusive dos estrangeiros. Estes foram responsáveis por 60% da demanda pela oferta pública, segundo dados divulgados pelo portal Pipeline. O varejo também teve uma forte participação, com cerca de R$ 14 bilhões em pedidos de reserva.

Frederico Humberg, fundados e detentor da maior parte das ações da AgriBrasil

Também em agosto, no dia 13, está prevista a estreia da Humberg AgriBrasil. A companhia é uma originadora e exportadora de grãos e pode levantar com a emissão de 35.064.935 novas ações - entre oferta primária e secundária, um valor superior a R$ 302 milhões, considerando o meio da faixa indicativa, entre R$ 7,70 a R$ 10,16. A definição do preço por papel deve ocorrer no próximo dia 11.

Com os recursos, a empresa pretende investir na expansão das atividades, com aquisições, além de melhorar a estrutura de capital e investir na modernização de processos, de acordo com o prospecto preliminar.

Setor da saúde também está crescendo

O Grupo Oncoclinicas tem data prevista para estrear na B3 no próximo dia 10, quando deverá juntar-se à gigantes do setor de saúde, como Rede D’Or (RDOR3), Fleury (FLRY3), Hapvida (HAPV3), NotreDame (GNDI3) e SulAmérica (SULA11).

A empresa, que é líder no tratamento de câncer na América Latina, deve definir o preço por ação ainda nesta sexta-feira, 6. Com uma faixa indicativa de preço que vai de R$ 22,21 a R$ 30,29, a companhia busca angariar, com a emissão de até 135.074.291 novas ações - considerando oferta primária e secundária -, algo em torno de R$ 3,5 bilhões.

O momento para o lançamento dos papéis da Oncoclinicas na Bolsa é propício, considerando o atual cenário do setor.

Em agosto, as principais instituições financeiras do mercado incluíram e/ou mantiveram empresas ligadas à saúde em suas carteiras recomendadas de ações.

Segundo relatório divulgado pela XP Investimentos, o momento parece ser favorável para os papéis do setor, com a retomada dos procedimentos eletivos por parte dos convênios, que haviam sido paralisados em decorrência da pandemia de coronavírus. Ao mesmo tempo, a perspectiva continua sendo de números elevados de hospitalização por casos de covid-19.

A Oncoclinicas pretende destinar 35% do valor levantado com a oferta para futuras aquisições e 40% para aquisições já em andamento. Além disso, 15% dos recursos vão para projetos de investimento e, outros 10%, para capital de giro da companhia.

Raízen, Oncoclinicas e AgriBrasil

Conheça um pouco mais sobre o histórico e números das empresas que estreiam na Bolsa de Valores em agosto.

  • Raízen

A Raízen é uma joint-venture entre a Shell e a Cosan, criada em 2011, com presença nos setores de produção de açúcar e etanol, distribuição de combustíveis e geração de energia. O nome da marca é a junção entre as palavras "raiz" e "energia" e a companhia tem uma forte agenda sustentável, com a produção de ativos menos agressivos ao meio ambiente, sendo líder global no segmento de biocombustíveis.

De acordo com seu prospecto preliminar, a empresa está entre as cinco maiores empresas do Brasil em termos de receita, registrando, no exercício social encerrado em 31 de março de 2021, uma receita operacional líquida de R$ 114,6 bilhões. O lucro líquido do período foi de R$ 1,5 bilhão.

A Raízen destaca, ainda, que o desempenho positivo é resultado de um investimento de R$ 10 bilhões em iniciativas de crescimento nos últimos 10 anos.

A companhia, que conta com 26 parques de bioenergia localizados, sobretudo, na região Sudeste do país, produz 40% de toda a cana-de-açúcar global com certificação Bonsucro, a mais reconhecida na indústria.

"Em nossos parques de bioenergia, produzimos nossa própria biomassa a partir da cana-de-açúcar e gerenciamos o que acreditamos ser a maior operação agrícola do mundo com mais de 880 mil hectares (mais de 2,1 milhões de acres) de terras cultivadas em 31 de março de 2021", afirma a Raízen no documento.

  • Grupo Oncoclinicas

O Grupo Oncoclinicas, fundado em 2010, é líder no mercado brasileiro de oncologia clínica privada em termos de receita. A primeira unidade da rede foi o Oncocentro Oncologia Clínica e Medicina Interna de Minas Gerais S.A., situada em Belo Horizonte.

Desde então, a companhia estendeu sua operação para 69 unidades localizadas em 12 estados brasileiros. Entre os serviços oferecidos estão clínicas, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros integrados de tratamento de câncer, com especialistas de diversas áreas, como oncologia, radioterapia, hematologia, transplante de medula óssea e cuidados complementares.

Segundo dados apresentados no prospecto preliminar da empresa, nos últimos três anos, a Oncoclinicas praticamente duplicou sua receita, passando de pouco mais de R$ 1,05 bilhão em 2018 para R$ 2,035 bilhões em 2020.

Enquanto isso, no primeiro trimestre de 2021, a companhia afirma ter alcançado uma receita de R$ 614,552 milhões. Já o lucro líquido registrado foi de R$ 6,593 milhões. Dessa forma, o grupo conseguiu reverter o prejuízo de pouco mais de R$ 20 milhões do mesmo período do ano passado.

  • Humberg AgriBrasil

Fundada em 2013 por Frederico Humberg, a AgriBrasil é uma companhia com capital 100% nacional focada na exportação de grãos. Sua sede é na cidade de São Paulo, mas está presente também em outros estados, com filiais no Mato Grosso, Paraná, Bahia, Pará, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em prospecto preliminar, a empresa explica que suas atividades consistem na aquisição de milho e soja diretamente de grandes produtores, fazendeiros, cooperativas e revendas para, posteriormente, transportar e vender os grãos dentro e fora do Brasil. O documento destaca, ainda, que, hoje, o País é o maior produtor e exportador de soja no mundo e o terceiro maior produtor e exportador de milho.

Desde que começou suas atividades, em 2017, a AgriBrasil passou de um volume de produção de 82,3 mil toneladas naquele ano para 1.146,8 mil toneladas em 2020.

Em relação à sua receita líquida, a companhia afirma ter registrado um valor de mais de R$ 285 milhões no primeiro trimestre de 2021, ante cerca de R$ 97 milhões no mesmo período do ano passado.

Ainda neste trimestre, o lucro líquido da empresa foi de R$ 17,688 milhões, um aumento de 12,7% em comparação aos três primeiros meses do último ano.

Sobre o autor
Bruna Miato
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