Logo Mais Retorno

Siga nossas redes

  • Instagram Mais Retorno
  • Youtube Mais Retorno
  • Twitter Mais Retorno
  • Facebook Mais Retorno
  • Tiktok Mais Retorno
  • Linkedin Mais Retorno
orçamento secreto
Mercado Financeiro

Mercado reage hoje às atualizações sobre avanço da Ômicron e tramitação da PEC dos Precatórios

Movimentação no Senado em torno da PEC pode trazer mais volatilidade aos negócios

Data de publicação:30/11/2021 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
Compartilhe:

O mercado financeiro divide a atenção entre as notícias sobre a variante Ômicron e a votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos Precatórios, prevista para esta terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Especialistas afirmam que é grande a expectativa com a votação e possíveis idas e vindas no debate sobre a PEC pode adicionar maior volatilidade aos mercados.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pretende passar a PEC no Senado a toque de caixa, ao afirmar que, aprovada, a proposta seguirá imediatamente à votação pelo plenário da Casa, na quinta-feira. 

Foto: Envato mercado bolsa
Foto: Envato

O mercado financeiro teve um dia de recuperação, nesse início da semana. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou o pregão com valorização de 0,58%, em 102.814 pontos, após trafegar boa parte do pregão com alta superior a 1%. O dólar fechou em baixa de 0,16%, cotado por R$ 5,60.

A B3 chega ao último dia de novembro com uma queda acumulada de 0,66% e o dólar, com desvalorização de 0,88%.

Especialistas afirmam que a ausência de notícias mais pessimistas em relação à nova cepa Ômicron, descoberta na África do Sul abriu caminho para a correção dos mercados, mas que investidores e gestores não baixaram a guarda.

A recuperação teria sido mais um movimento de ajuste do que de alívio. O estado de alerta permanece, o que sinaliza ainda um cenário de volatilidade enquanto não houver uma ideia mais clara sobre a evolução da nova variante.

Mercado internacional

O dia foi de reação também das bolsas nos Estados Unidos, que compensaram parte das pesadas perdas de sexta-feira. A atenção do mercado com a variante Ômicron do coronavírus permanece, mas o presidente americano, Joe Biden, descartou a necessidade de lockdowns pelo país, o que deu novo impulso às bolsas americanas.

Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com alta de 0,67%, em 35.136 pontos, o S&P 500 subiu 1,32%, para 4.655 pontos, e o Nasdaq, da bolsa de tecnologia, avançou 1,88%, para 15.783 pontos.

Pacheco: reforma do IR em 2022

Com a PEC dos Precatórios ainda tramitando, Rodrigo Pacheco afirmou que a decisão sobre a reforma do Imposto de Renda ficará para o ano que vem. O governo pressionava pela aprovação da proposta para financiar o Auxílio Brasil, mas não conseguiu apoio na Casa.

"Fica para o ano que vem a decisão para esse projeto da reforma do Imposto de Renda", disse Pacheco durante evento na Federação do Comércio do Estado do Paraná (Fecomércio-PR), em Curitiba.

No discurso, Pacheco defendeu uma reforma tributária mais ampla e disse que há urgência na medida, mas ponderou que é necessária uma reflexão sobre o conteúdo das mudanças.

Diferente da reforma do Imposto de Renda, o presidente do Senado reforçou a aposta em aprovar o novo Refis ainda em 2021. O texto está na Câmara.

Durante o evento com empresários, o presidente da Casa fez uma fala reforçando o compromisso com a responsabilidade fiscal. "O teto de gastos é a expressão de responsabilidade fiscal que todos os governos precisam ter", disse.

Em seguida, o senador defendeu a PEC com a alteração na regra de cálculo do teto. Ele admitiu que esse ponto foi o que "pegou mais" nas críticas, mas destacou que não vê outra solução para o pagamento de precatórios e do Auxílio Brasil.

Orçamento secreto aprovado

O Congresso Nacional sacramentou a decisão de manter em funcionamento o esquema do orçamento secreto, com repasses bilionários para redutos eleitorais e sem dar transparência a quem apadrinhou essas verbas nos dois últimos anos. Na prática, os recursos podem superar R$ 16 bilhões em 2022, em pleno período eleitoral.

Os deputados e senadores deram aval a um projeto de resolução apresentado pelas cúpulas da Câmara e do Senado que oculta os nomes de quem se beneficiou com o pagamento em 2020 e 2021 e dá um nível de transparência - ainda questionado por técnicos - só para as verbas no futuro.

Partidos de oposição se movimentam para acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e derrubar a decisão. A Câmara aprovou a proposta com 268 votos a favor, 31 contra e uma abstenção. No Senado, o placar foi mais apertado, de 34 a 32, sem nenhuma abstenção. As verbas do orçamento secreto estão suspensas por decisão do Supremo.

O futuro dos repasses está nas mãos da relatora da ação na Corte, ministra Rosa Weber. Além do projeto de resolução, um ato assinado pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, e já publicado manteve em segredo os nomes dos padrinhos do orçamento secreto beneficiados com os repasses nos dois últimos anos.

A medida do STF determinou a divulgação dos autores. A cúpula do Congresso agirá agora para a Corte destravar os repasses.

O projeto aprovado garante para as emendas de relator um nível igual à soma das emendas individuais, aquelas indicadas por cada deputado e senador, e das bancadas estaduais, viabilizadas pelo conjunto de parlamentares de um mesmo Estado.

Na prática, os repasses das verbas carimbadas como RP9 poderão superar R$ 16 bilhões em 2022, ano de eleições presidenciais, próximo ao valor autorizado para 2021.

Exterior: Estados Unidos

Lá fora, as preocupações sobre a nova variante da covid-19 trazem cautela aos mercados. Os futuros nas bolsas americanas operam em queda, por conta das dúvidas em relação à eficácia das vacinas contra o vírus já desenvolvidas contra a cepa Õmicron, o que levanta questionamentos que alimentaram a demanda por ativos considerados mais seguros, incluindo os títulos da dívida americana.

O diretor-presidente da Moderna, Stephane Bancel, disse ao Financial Times que as vacinas existentes devem ser menos eficazes no combate à nova variante, podendo levar meses até que as doses específicas estejam disponíveis em larga escala.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, disse que a Ômicron representa riscos para ambos os lados de seu mandato frente ao banco central, falando especificamente de seu potencial sobre a inflação e pleno emprego.

Sua fala alimentou especulações de um ritmo mais lento para o ante então “já contratado” aumento da taxa de juros.

Os cientistas ainda estão avaliando a gravidade da nova cepa em meio a relatos de casos leves até agora, porém com muitas perguntas ainda sem resposta.

A proibição de viagens internacionais já é uma realidade e, segundo Filipe Teixeira, sócio da Wisir Research, a variante pode aumentar as pressões inflacionárias se agravar as interrupções na cadeia de abastecimento.

Powell disse que “o recente aumento nos casos da covid-19 e o surgimento da variante Ômicron representam riscos negativos para o emprego e a atividade econômica e aumentam a incerteza para a inflação”.

O presidente da autoridade monetária americana não discutiu ações específicas de política monetária ou a possibilidade de mudar o ritmo da redução gradual das compras de títulos do Fed – uma questão-chave que outras autoridades da entidade sinalizaram em comentários anteriores.

O presidente americano Joe Biden descartou no dia anterior a realização de lockdowns no país, sugerindo que a vacinação será o suficiente para conter o avanço da cepa.

Por sua vez, a cautela persiste para alguns setores, acompanhando o registro da Ômicron em mais países e potenciais restrições de viagens, o que pressionou as ações de companhias aéreas por mais um dia.

Em relatório, a Oxford Economics avalia que em um cenário mais ameno, se a variante se tornar dominante, mas provar causar danos menos graves à saúde do que a cepa delta, "quaisquer efeitos negativos de curto prazo poderiam ser revertidos rapidamente e poderia até mesmo reduzir a escala de cicatrizes econômicas no médio prazo".

Depois de tombarem na última sexta-feira, 26, as aéreas tiveram dificuldade para se recuperar, com American Airlines (-0,06%) e Delta Air Lines (-0,38%) fechando no vermelho.

Entre as farmacêuticas, a Moderna disparou 11,80% de olho nas perspectivas pandêmicas. Já a Pfizer recuou 2,96%, depois da forte alta na última sessão. A Merck caiu 5,39%, ainda repercutindo a notícia de que seu tratamento para a covid-19 é menos efetivo do que era indicado anteriormente.

Ações ligadas a consumo tiveram importantes altas, em dia no qual o varejo na internet foi destaque por conta da Black Friday. Os papéis da Amazon subiram 1,63%. Facebook (+1,47%), Microsoft (+2,11%) e Alphabet (+2,35%), que controla a Google, foram outros avanços notórios.

A Tesla subiu 5,09%, seguindo relatos de que a empresa abrirá uma fábrica na Alemanha. Já o Twitter seguiu na contramão e caiu 2,74%, em dia marcado pela notícia de que Jack Dorsey deixará o cargo de executivo-chefe da empresa.

Exterior: Ásia

As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta terça-feira. No Japão, o índice Nikkei chegou a abrir em alta na Bolsa de Tóquio, mas terminou o pregão em baixa de 1,63%, aos 27.821,76 pontos.

O Japão confirmou hoje o primeiro caso da Ômicron no país, de um viajante vindo da Namíbia. Na segunda, o país havia anunciado que barraria a entrada de estrangeiros.

Em Hong Kong, o Hang Seng baixou 1,58%, aos 23.475,26 pontos. As aéreas Cathay Pacific (-3,37%) e China Southern Airlines (-2,93%) estenderam as perdas de segunda-feira, em meio aos temores de que a variante do vírus prejudique a já incerta retomada do turismo.

Na China continental, o Xangai subiu levemente 0,03%, aos 3.563,89 pontos, enquanto Shenzhen, de menor abrangência, avançou 0,09%, a 2.519,27 pontos.

Na véspera, o Escritório Nacional de Estatísticas chinês (NBS, na sigla em inglês) informou que o índice de gerentes de compras (CPI, na sigla em inglês) industrial do país se elevou de 49,2 em outubro a 50,1 em novembro.

Na Coreia do Sul, o Kospi registrou desvalorização de 2,42%, aos 2.839,01 pontos, na Bolsa de Seul. Essa foi a sexta sessão consecutiva de perdas nos negócios sul-coreanos. O índice Taiex, de Taiwan subiu 0,58%, aos 17.427,76 pontos.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200, de Sidney, valorizou 0,22%, aos 7.256,00 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

® Mais Retorno. Todos os direitos reservados.

O portal maisretorno.com (o "Portal") é de propriedade da MR Educação & Tecnologia Ltda. (CNPJ/MF nº 28.373.825/0001-70) ("Mais Retorno"). As informações disponibilizadas na ferramenta de fundos da Mais Retorno não configuram um relatório de análise ou qualquer tipo de recomendação e foram obtidas a partir de fontes públicas como a CVM. Rentabilidade passada não representa garantia de resultados futuros e apesar do cuidado na coleta e manuseio das informações, elas não foram conferidas individualmente. As informações são enviadas pelos próprios gestores aos órgãos reguladores e podem haver divergências pontuais e atraso em determinadas atualizações. Alguns cálculos e bases de dados podem não ser perfeitamente aplicáveis a cenários reais, seja por simplificações, arredondamentos ou aproximações, seja por não aplicação de todas as variáveis envolvidas no investimento real como todos os custos, timming e disponibilidade do investimento em diferentes janelas temporais. A Mais Retorno, seus sócios, administradores, representantes legais e funcionários não garantem sua exatidão, atualização, precisão, adequação, integridade ou veracidade, tampouco se responsabilizam pela publicação acidental de dados incorretos.
É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos, ilustrações ou qualquer outro conteúdo deste site por qualquer meio sem a prévia autorização de seu autor/criador ou do administrador, conforme LEI Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
® Mais Retorno / Todos os direitos reservados