Mercado ao vivo: confira a Bolsa e o dólar nesta quinta-feira, 5 de maio
Investidores repercutem aumento nos juros, balanços e monitoram guerra na Ucrânia
A Bolsa derrete nesta quinta-feira, 5, alinhada com o comportamento do mercado americano, um dia após a divulgação das novas decisões monetárias tanto do Banco Central no Brasil quanto do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que resultou no aumento dos juros em ambos os países e sinalizações de novos aumentos.
Às 14h37, o Ibovespa despencava 2,78%, aos 105.276 pontos, e o dólar disparava 2,63%, cotado a R$ 5,032. A queda de mais de 2% da Vale e de quase 1% da Petrobras, com a queda das commodities no exterior, ajudam a levar o principal índice da B3 para baixo.
No Brasil, após o fechamento do mercado financeiro, o Copom anunciou um aumento de 1 ponto porcentual na Selic, taxa básica de juros do País, elevando-a de 11,75% ao ano para 12,75% ao ano.
O aumento já era esperado, porém seguiu acompanhado de um comunicado com um tom mais duro, que destacou a realização de uma nova elevação na Selic para a próxima reunião, em junho, em uma magnitude menor – pode ir de 0,75% a 0,25%, visando ancorar a inflação.
De acordo com Paloma Brum, analista de investimentos da Toro, para os membros do Comitê, o nível de incertezas “encontra-se acima do usual”, tendo demonstrado preocupação, principalmente, com os efeitos na oferta global decorrentes da guerra na Ucrânia e da política de lockdowns na China.
“Enquanto aqui no Brasil, a questão fiscal continua no radar e a inflação ao consumidor segue persistente, de forma dispersa”.
Paloma Brum, da Toro Investimentos
Juros futuros
Como já era esperado, os juros curtos e médios se ajustam em alta firme ao tom mais conservador do comunicado do Copom.
O dólar em alta ante o real e a expectativa com o leilão de LTN e NTN-F do Tesouro trazem viés de alta à ponta longa da curva, mas o movimento é moderado diante da perspectiva de mais altas de juros no curto prazo.
Por volta das 13h30, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subia a 13,15%, de 13,08% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 subia a 12,31%, de 12,06%. O vencimento para janeiro de 2027 marcava 12,12%, de 11,91%.
Sobe e desce da B3
Maiores altas
Suzano (SUZB3) | +1,93% |
Klabin (KLBN11) | +1,12% |
Gerdau Metalurgia (GOAU3) | +1,15% |
Petrobras (PETR4) | +0,31% |
Maiores baixas
Totvs (TOTS3) | -9,88% |
Magazine Luiza (MGLU3) | -9,70% |
Cielo (CIEL3) | -8,48% |
Iguatemi (IGTI11) | -8,26% |
CSN (CSNA3) | -7,45% |
Movimentação no mercado internacional
EUA: mercados em forte queda com decisão do Fed
No mercado americano, os investidores digerem a alta de 0,5% nas taxas de juros dos EUA, um aumento já esperado pelo mercado. Por lá, as bolsas despencam, principalmente o índice Nasdaq 100, com baixa de mais de 4%.
De acordo com André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP, o cenário de juros altos, somado à situação da China e a guerra tente a tornar os investidores mais avessos ao risco.
“Isso pode ser constatado pelo índice VIX, também conhecido como índice do medo, que reflete a volatilidade dos ativos do S&P 500. Durante a semana atingiu a máxima de 36,4. A título de comparação, a média do ano passado foi de 19,6. Isso mostra que o mercado permanece receoso em relação aos acontecimentos atuais, o que explica, em partes, o mau andamento do Ibovespa nos últimos dias”.
André Meirelles, da InvestSmart XP
Após a divulgação da decisão do Fed, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a instituição não está considerando aumentos maiores nos juros mais adiante. Porém, de acordo com Eduardo Telles, especialista em renda variável da Blue3, "há uma preocupação quanto à solvência da economia americana".
Em relação ao câmbio, de acordo com Meirelles, os próximos passos do Fed em relação aos juros serão importantes para compreender o andamento do dólar ao longo dos próximos meses.
Bolsas americanas/principais índices
- S&P 500: - 3,30%
- Dow Jones: -2,86%
- Nasdaq 100: -4,73% (dados atualizados às 14h45)
Europa: bolsas fecham em baixa
Na Europa, os principais índices fecharam majoritariamente em baixa, com exceção da Inglaterra. Por lá, o Banco da Inglaterra (BoE) decidiu elevar sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, a 1%, em meio a crescentes pressões inflacionárias, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira (5).
A decisão, que veio em linha com a previsão de analistas, marcou a quarta vez seguida em que o BC inglês aumenta juros. Projeções do BoE, por sua vez, indicam agora que a economia do Reino Unido irá se contrair em 2023.
Em meio aos impactos da guerra na Ucrânia, em especial nos preços de energia, o BoE prevê que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido saltará de 7% em março para um pouco mais de 9% no segundo trimestre e ficar numa média um pouco superior a 10% no quarto trimestre, quando deverá atingir o pico.
No comunicado, o BoE disse também que a maioria de seus dirigentes avalia que mais aumentos de juros poderão ser apropriados nos próximos meses. Com informações da Dow Jones Newswires.
Bolsas europeias/fechamento
- Stoxx 600 (Europa): -0,70% (438,26 pontos)
- DAX (Frankfurt): -0,49% (13.902 pontos)
- FTSE 100 (Londres): +0,13%(7.503 pontos)
- CAC 40 (Paris): -0,43% (6.368 pontos)
Bolsas asiáticas fecham em alta
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, após o presidente do Fed minimizar as chances de aumentos de juros mais agressivos.
Na China continental, os mercados retornaram de feriados com ganhos apenas modestos. O índice Xangai Composto subiu 0,68%, a 3.067,76 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve ganho idêntico de 0,68%, a 1.891,66 pontos.
Em outras partes da Ásia, o Taiex avançou 0,79% em Taiwan, a 16.696,12 pontos, mas o Hang Seng caiu 0,36% em Hong Kong, a 20.793,40 pontos. No Japão e na Coreia do Sul, não houve negócios hoje devido a feriados.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, interrompendo uma sequência de três pregões negativos. O S&P/ASX 200 teve alta de 0,82% em Sydney, a 7.364,70 pontos.
Na China, por outro lado, mais um indicador evidenciou os impactos da pior onda de covid-19 que a segunda maior economia do mundo vem enfrentando.
O PMI de serviços chinês medido pela S&P Global com a Caixin Media caiu a 36,2 em abril, atingindo o menor nível desde fevereiro de 2020, fase inicial da pandemia. / com Agência Estado
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