Mercado ao vivo: confira as movimentações da Bolsa e do dólar nesta quinta-feira, 28 de julho
Commodities têm alta e puxam Ibovespa para cima, mas cenário externo traz cautela aos investidores
Depois da um pregão marcado pela elevação dos juros nos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, conforme expectativas do mercado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a Bolsa de Valores opera em alta na tarde desta quinta-feira, 28, acompanhando o exterior e puxada pelo bom desempenho das commodities. Às 15h25, o Ibovespa avançava 0,97%, aos 102.418 pontos.
Mais cedo, o Departamento do Comércio revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 0,9% na primeira leitura do segundo trimestre. Com este resultado, especialistas explicam que a maior economia do mundo entrou em recessão técnica, já que no primeiro trimestre a atividade encolheu 1,6%. Esses dados fizeram com que as bolsas aqui e lá fora operassem em baixa, mas os mercados inverteram o sinal.
De acordo com Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, "a queda do PIB parece já refletir a elevação das taxas de juros pelo Fed, já que os dados divulgados mostram uma diminuição nos investimentos, principalmente residenciais e não residenciais".
Em contrapartida, o BTG Pactual destaca que, apesar da recessão técnica, não considera que o primeiro semestre do ano foi de recessão para os Estados Unidos, dados os fortes números de consumo e mercado de trabalho aquecido.
Com esses dados, o dólar, que opera em queda, passou a devolver parte da baixa observada pela manhã, quando chegou a cair a R$ 5,18. Às 15h25, a moeda americana era negociada a R$ 5,20, com desvalorização de 0,93%.
Destaques da Bolsa
As exportadoras de petróleo e minério de ferro lideram as altas da B3, o que segura a Bolsa de uma queda mais acentuada. De acordo com analistas do BTG Pactual, a valorização dessas companhias acontece em decorrência da alta das commodities no exterior. Vale e Petrobras, empresas com maior peso na composição do índice, subiam 0,48% e 2,46%, respectivamente, no mesmo período.
"Petróleo sobe após a divulgação de ontem de queda de 4,52 milhões de barris dos estoques dos Estados Unidos na semana passada. Minério de ferro estende ganhos na expectativa de estímulos ao setor imobiliário da China."
Equipe de Research do BTG Pactual
O avanço do Ibovespa neste pregão, no entanto, também vem sendo limitado pela queda dos papéis de bancões, após a divulgação do balanço corporativo do segundo trimestre de 2022 do Santander Brasil.
O banco fechou o período com lucro líquido gerencial de R$ 4,084 bilhões, alta de 2% em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas uma queda de 2,1% em relação ao mesmo período de 2021. Neste contexto, as ações do Santander recuavam 2,91% às 15h35.
O resultado do Santander foi sustentado pelo crédito e pelas receitas de serviços, que cresceram tanto no comparativo trimestral quanto no anual, e pelo controle de despesas. Em contrapartida, o banco teve de ampliar em 72% as provisões contra a inadimplência, em um reflexo da piora das condições macroeconômicas e do maior risco da carteira, o que resultou em queda no lucro.
O dia na Bolsa
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Qualicorp | QUAL3 | +6,71% |
Petz | PETZ3 | +4,75% |
Grupo Natura | NTCO3 | +4,63% |
Weg | WEGE3 | +3,80% |
Hapvida | HAPV3 | +3,75% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Marfrig | MRFG3 | -5,12% |
Gol | GOLL4 | -4,98% |
Minerva | BEEF3 | -3,23% |
JBS | JBSS3 | -3,13% |
Energias Brasil | ENBR3 | -2,90% |
Mercados internacionais
Os principais índices acionários dos Estados Unidos abriram o pregão desta quinta-feira com baixa, devolvendo parte dos ganhos da véspera e com os investidores repercutindo o PIB do país, mas inverteram o sinal e sobem durante a tarde. Além disso, investidores também repercutem os resultados dos balanços de mais big techs.
"No pré-mercado de Nova York, as ações da Meta Platforms (Facebook) caíam mais de 5%, com queda de 1% da receita, para US$ 28,8 bilhões, e de 36% do lucro, para US$ 6,7 bilhões (US$ 2,46 por ação)", destacam analistas do BTG. Depois do fechamento do pregão, Apple, Amazon e Intel também divulgam seus números.
Na Europa, apesar da queda nos mercados dos Estados Unidos, os índices operam majoritariamente em alta, ainda refletindo a decisão do Fed da véspera. Por ter elevado os juros dentro das expectativas do mercado, subindo-os ao nível de 2,25% a 2,50%, especialistas explicam que a diferença entre as taxas americanas e as da zona do euro não saltou além do que era esperado.
O presidente do Fed, Jerome Powell, ponderou ainda que, provavelmente, será necessário moderar o ritmo de futuras altas de juros.
Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em alta. A predominância do tom positivo veio após o Fed elevar seus juros em 0,75 ponto percentual. Na véspera, os índices acionários americanos tiveram ganhos robustos com a decisão da instituição, o que impulsionou os mercados ao redor do mundo, inclusive no continente asiático.
Desempenho das bolsas americanas
- Dow Jones: alta de 1,08%
- S&P 500: alta de 1,11%
- Nasdaq 100: alta de 0,66%
Dados atualizados às 15h25
Fechamento das bolsas europeias
- Stoxx 600 (Europa): alta de 1,09%
- FTSE 100 (Inglaterra): baixa de 0,04%
- DAX (Alemanha): alta de 0,88%
- CAC 40 (França): alta de 1,30%
Fechamento das bolsas asiáticas
- Xangai Composto (China): alta de 0,21%
- Shenzhen Composto (China): alta de 0,40%
- Hang Seng (Hong Kong): baixa de 0,23%
- Nikkei (Japão): alta de 0,36%
- Kospi (Coréia do Sul): alta de 0,82%
- Taiex (Taiwan): baixa de 0,20%
Com Agência Estado
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