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Economia

Desaceleração da economia chinesa pode trazer ventos contrários às commodities

Crise no setor imobiliário, política de covid zero e crise energética podem impactar na importação desse tipo de produto

Data de publicação:27/07/2022 às 05:00 -
Atualizado um ano atrás
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Os temores de uma possível recessão global têm impactado negativamente o desempenho das commodities, o que fez com que os preços caíssem para o nível mais baixo desde maio de 2020. Mas o que joga ainda mais gasolina nesse cenário é a deterioração da economia chinesa.

De acordo com um relatório da hEDGEpoint Global Markets divulgado nesta semana, o desaquecimento do setor imobiliário, política de covid zero e crise energética estão ameaçando a economia da China, o que, consequentemente, reduz a demanda por commodities.

commodities
Se o setor imobiliário chinês não retomar o crescimento, dificilmente o minério de ferro voltará aos patamares anteriores, segundo relatório- Foto: Reprodução

“Recessões tipicamente reduzem a demanda por commodities, trazendo os preços de equilíbrio para valores mais baixos. No entanto, este ambiente macroeconômico pode ser fortalecido por uma China em desaceleração”, aponta o documento, assinado por Heitor Paiva, analista de energia e macroeconomia da consultoria.

Considerando que o país detém uma significativa posição dentro do mercado de commodities como um importador, a consultoria aponta que é possível que “esses fundamentos tenham um impacto negativo sobre os ativos aos quais o país está mais exposto, como as commodities metálicas”.

Setor imobiliário em crise

Há meses, o setor imobiliário na China vive uma crise que colocou em xeque as boas estimativas de crescimento da atividade econômica do país para este ano.

“É comum na China que casas sejam vendidas antes de serem construídas. Com a maioria das construtoras em dificuldades para honrar dívidas, a atividade caiu e os projetos foram adiados. Como resposta, compradores pararam com seus pagamentos, fazendo com que o governo chinês ordenasse que os bancos fossem obrigados a emprestar capital a todas as construtoras endividadas”, explica.

Heitor Paiva, da hEDGEpoint

No entanto, Paiva aponta para o fato de que o setor imobiliário representa quase 30% do PIB chinês e é um dos maiores consumidores de metais industriais. “Caso esta situação não se resolva, será difícil ver o minério de ferro recuperando as perdas recentes”.

Recentemente, o governo chinês anunciou estímulos na ordem de US$ 40 bilhões para tentar trazer um pouco de fôlego para essas empresas.

Segundo Paiva, as autoridades chinesas tentam compensar essa desaceleração econômica por meio da elevação dos gastos fiscais com infraestrutura. Entretanto, a estratégia pode não ser bem-sucedida.

Covid zero

De acordo com o relatório da hEDGEpoint, as empresas não devem aumentar suas decisões de gasto enquanto a política de covid zero continuar a existir.

“Os trabalhadores são inesperadamente enviados para casa, as fábricas são fechadas por um período indeterminado e, em alguns casos, os produtos acabam presos nos portos. Como resultado, as empresas chinesas estão relutantes em tomar novas decisões de investimento, o que fez o desemprego disparar recentemente”.

hEDGEpoint

Crise energética

Outro ponto que enfraquece a economia chinesa é o aumento dos custos de energia em meio a uma onda de calor no país, o que eleva os riscos de um blecaute. A indústria têxtil já recebeu avisos de racionamento de energia, o que, na visão de Paiva, “talvez seja o prenúncio de uma crise energética no país”.

No relatório, a hEDGEpoint destaca que outras empresas também podem ser impactadas por essa restrição, como as refinarias e siderúrgicas, que viram sua atividade diminuir no ano passado à medida que os apagões atingiram o país.

“Nem mesmo o aumento da produção interna de carvão foi capaz de compensar a escassez da commodity este ano”, pontua.

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Sobre o autor
Julia Zillig
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