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Economia

Pechinchas fazem ricos no mundo tomarem empréstimos mesmo com risco de recessão, diz jornal americano

Reportagem do Wall Street Journal aponta que Bank of America e Morgan Stanley têm crescimento de dois dígitos em empréstimos a clientes de gestão de patrimônio no segundo trimestre

Data de publicação:26/07/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Uma reportagem do diário norte-americano Wall Street Journal, porta-voz do mercado financeiro dos Estados Unidos, revela que os ricos do mundo tomaram mais empréstimos no primeiro semestre, apesar do aumento das taxas de juros e da queda no mercado de ações que afetou o valor das carteiras.

ricos empréstimos
Foto: Envato

Segundo o periódico, as unidades de gestão de patrimônio dos bancos Morgan Stanley e Bank of America registraram crescimento de dois dígitos nos empréstimos no segundo trimestre.

O aumento, dizem os executivos ao jornal, veio de clientes endinheirados contratando hipotecas e empréstimos garantidos por ativos como carteiras de ações e títulos.

Alta nas hipotecas

O Morgan Stanley afirmou que as hipotecas aumentaram 30% na unidade de gestão de patrimônio, em relação ao ano anterior, para US$ 50 bilhões, enquanto os empréstimos garantidos por títulos e outros cresceram 23%, para US$ 93 bilhões.

Já no Bank of America, os empréstimos para gestão de patrimônio cresceram 12% em relação ao ano anterior, para US$ 222 bilhões, superando o aumento de 4% na divisão de varejo do banco.

O crescimento é outro sinal de que os consumidores dos EUA -- reconhecidamente um segmento mais rico -- não estão se preparando para uma recessão. Em reuniões de apresentação de resultados no início deste mês, os líderes dos maiores bancos dos EUA disseram que seus clientes estão gastando em ritmo saudável e mantendo o pagamento de dívidas sem prejudicar as contas bancárias.

Apetite por ativos mais baratos

Os ricos estão usando as linhas de crédito lastreadas em títulos para adquirir ativos que parecem baratos no atual mercado turbulento, disse Mike Kosnitzky, codiretor do escritório de advocacia Pillsbury Winthrop Shaw Pittman.

"É na volatilidade e queda do mercado que os ricos ganham dinheiro", disse ele. "O momento é para comprar".

Os ricos aproveitaram mais de dez anos de taxas de juros baixíssimas para carregar dívidas baratas. Os empréstimos garantiam um fluxo de caixa suficiente para evitar a venda de ativos que geraria impostos elevados.

O aumento das taxas de juros e a queda do mercado de ações significam que os bancos estão hoje oferecendo condições menos generosas. Tomadores de empréstimos cujas carteiras de ações perderam valor devem se qualificar para linhas de crédito menores, já que os credores geralmente os limitam a uma porcentagem de suas participações. E os empréstimos de taxa variável são tradicionalmente vinculados a índices que tiveram forte alta desde o início de 2022, quando o Federal Reserve começou a elevar as taxas de juros para combater a inflação.

Mas os empréstimos ainda são muito mais baratos do que um banco cobraria no cartão de crédito, por exemplo. As taxas atuais de empréstimos garantidos por títulos estão entre 3,75% e 5,75%, embora clientes mais ricos que podem oferecer mais ativos como garantia consigam taxas ainda mais baixas, disse Tom Anderson, que presta consultoria a bancos sobre empréstimos para gestão de patrimônio.

"Para quem tem acesso, não existe nada melhor", disse. "É o menor custo de empréstimo possível".

Mais ricos ainda durante a pandemia

Os norte-americanos ricos ficaram ainda mais ricos durante a pandemia, aproveitando dois booms, do mercado de ações e imobiliário, que elevaram o valor de seus ativos. Economizaram US$ 2,7 trilhões adicionais de janeiro de 2020 a dezembro de 2021, de acordo com a Moody's Analytics. Os 10% mais ricos eram donos de mais da metade desses recursos.

Alguns investiram em contas de corretagem que agora podem fazer empréstimos. Outros usaram os recursos para dar entrada em novas propriedades, recorrendo aos bancos para financiar o restante antes que as taxas subissem ainda mais. Os preços dos imóveis residenciais nos EUA atingiram nível recorde em junho, mas o aumento das taxas de hipotecas fez com que as vendas de casas diminuíssem.

Andy Sieg, head da unidade Merrill Lynch Wealth Management do Bank of America, disse que uma das razões pelas quais os clientes mais ricos estavam tomando empréstimos contra suas carteiras era para pagar impostos. A arrecadação do imposto de renda de pessoa física está subindo no ritmo de atingir nível recorde no ano fiscal que se encerra em 30 de setembro.

Sobre o autor
Renato Jakitas
Editor-chefe do Portal Mais Retorno.

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