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Bolsa
Fundos de Investimentos

O que são fundos a termo? Veja o retorno da renda fixa no mercado de ações

Trata-se de um formato de investimento que negocia ações no mercado de renda variável, mas com volatilidade reduzida de renda fixa.

Data de publicação:28/07/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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Fundos a termo: investimentos que visam rentabilidade com maior previsibilidade de receitas. Sonho ou realidade?

No Brasil, os investidores possuem uma característica muito particular que está em almejar grandes ganhos financeiros, mas sem abrir mão de uma certa segurança. O "investimento dos sonhos", se assim podemos chamar, seria ganhar muito dinheiro, mas sem precisar assumir grandes riscos.

fundos a termo

Na prática, sabemos que não é bem assim que funciona. Os bons retornos dependem, por regra, de assumir riscos maiores. É bem verdade também que, no mercado financeiro brasileiro, o rentismo historicamente trouxe bons resultados mesmo sem o uso de ativos mais voláteis — e, com a Taxa Selic de volta ao patamar de dois dígitos, o cenário voltou a ser propício para essa estratégia.

Para quem busca sempre superar o CDI no longo prazo, entretanto, simplesmente replicar as taxas de juros não resolve o problema. É aqui que pode entrar uma estratégia pouco conhecida entre os investidores de um modo geral: os fundos a termo.

O que são os fundos a termo?

Um fundo a termo é um tipo de fundo de investimento de renda fixa que visa, dentro do mercado de ações, oferecer um formato de rentabilidade que oferece maior previsibilidade de receitas. Isso é possível por meio das operações a termo, que explicaremos na sequência como funciona.

Antes, é importante compreender esse contexto da variedade de categorias de ativos existentes no Brasil. Os fundos de renda fixa, afinal, não se limitam a gestores que compram títulos públicos, como o Tesouro Selic (LFT) ou mesmo títulos bancários de baixo risco.

Se você pertence ao grupo de pessoas que não se contentam em apenas replicar os indexadores da nossa taxa básica de juros, então é necessário incrementar a sua carteira com ativos dentro do mercado de renda variável. E as operações utilizadas pelos fundos a termo permitem um incremento bem interessante na relação entre risco e retorno.

Como funciona uma operação a termo?

A base da estratégia desses fundos que utilizam a renda variável para gerar um rendimento com características de renda fixa está nas operações a termo. Em resumo, esse é o nome dado a um tipo de investimento no qual você pode comprar ações em um período mais distante.

O conceito pode parecer confuso, mas é exatamente o que parece: uma espécie de financiamento na compra de ações. Ou seja, você acorda hoje as condições de compra de um determinado papel, mas não precisa pagar pelo ativo na data atual, realizando esse pagamento apenas em momento posterior.

É claro que, para esse formato de investimento, há uma pequena taxa cobrada pela outra parte — afinal, ninguém vai segurar o preço de uma ação de forma gratuita, ainda mais em boas oportunidades. Assim, nós temos a seguinte relação no mercado a termo:

Preço a Termo = Preço Atual (a vista) + Taxa de Juros

De forma prática, essa é uma ótima solução para quem identifica uma boa oportunidade de compra de ações, mas não possui caixa disponível para novos aportes. O prazo de vencimento pode variar entre 16 e 999 dias.

Importante dizer que, como há um contrato de pagamento orientado para o futuro, pode ser exigida alguma garantia do valor negociado. Isso pode ser feito com outros ativos em carteira, como ações ou ETFs, por exemplo.

Quais são as vantagens e os riscos das operações a termo?

Para o perfil do investidor brasileiro, as operações a termo se mostram bem interessantes na medida em que permitem um ganho adicional em relação ao CDI (um objetivo comum), mas ainda assim sem assumir grandes riscos para o patrimônio pessoal.

Esse, contudo, está longe de ser o único ponto atrativo dessa estratégia dentro do mercado de ações. Podemos mencionar ainda outros fatores como, por exemplo:

  • Fixar o preço de um ativo para pagamento em data posterior, sem saída de caixa no dia da negociação (algo que, portanto, gera fôlego financeiro).
  • Permitir o aproveitamento de janelas de oportunidade, que se criam na medida em que o mercado financeiro apresenta quedas de curto prazo.
  • Diversificar o portfólio, com um tipo de operação que se difere da compra tradicional do mercado de ações e com baixa correlação com os títulos tradicionais de renda fixa.

Importante mencionar que, apesar desses pontos atrativos, as operações a termo no mercado de ações também possuem riscos associados — e que devem ser ponderados pelo investidor antes da tomada de decisão. O principal deles é a queda do preço do ativo no prazo acordado, algo que pode exigir novas garantias.

Vale ou não a pena investir nos fundos a termo?

Agora que você já conhece a estratégia dos fundos a termo, que atuam como financiadores dessas operações dentro da renda variável, será que vale a pena aportar nessa categoria de investimentos?

Em primeiro lugar, é importante entender que, mesmo com as operações realizada na bolsa de valores, esses fundos possuem risco reduzido. Isso porque os ganhos financeiros com o mercado a termo são definidos previamente e, em caso de inadimplência, a própria B3 atua com a garantia de pagamento.

Resultados dos fundos a termo

Além disso, nada melhor que usar a própria performance dos ativos para compará-los com o CDI e verificar se a promessa dos fundos a termo realmente é cumprida na prática. Portanto, vamos usar a nossa ferramenta de comparação de ativos para analisar três fundos de investimentos dessa categoria:

  • XP Termo FIC FIRF: com aplicação mínima de R$100 e lançado em 2021 pela XP Asset, o fundo utiliza até 75% do seu patrimônio em operações a termo.
  • AZ Quest Termo FIRF: mais antigo no mercado, com presença desde 2015, o fundo da AZ Quest também tem maior aplicação mínima (R$500).
  • V8 Vanquish Termo FIRF: gestora menos popular entre os investidores, a V8 Capital tem o seu produto de operações a termo, com até 80% de exposição do seu patrimônio. Possui aplicação mínima de R$100.

Abaixo, veja o comparativo desses três fundos de investimentos diante do CDI, que é um dos principais benchmarks de renda fixa. Note como, no período em que os três fundos existiam em paralelo, eles cumprem a sua função de superar o CDI e entregar um retorno adicional ao seu cotista.

Volatilidade dos fundos a termo

Outro ponto relevante para o investidor é o comportamento das linhas do gráfico. Repare como as quatro rentabilidades se mostram estáveis, sem aquele sobe e desce que é comum na renda variável. Ou seja, para perfis mais conservadores, pode sim ser uma oportunidade interessante.

Isso porque a volatilidade dos fundos é até menor do que o próprio CDI durante o tempo de existência dos produtos (essa informação pode ser analisada na nossa ferramenta também):

  • CDI: 0,64%
  • XP Termo FIC FIRF: 0,57%
  • AZ Quest Termo FIRF: 0,29%
  • V8 Vanquish Termo FIRF: 0,32%

Aliás, esses fundos de investimentos que atuam com operações a termo tendem a se beneficiar de momentos de maior instabilidade do mercado financeiro. Como há um aumento do desespero dos investidores, eles acabam antecipando a liquidação dos seus contratos e geram valor para as gestoras.

A diversificação com os fundos a termo

Diante de tudo que vimos, os fundos a termo podem sim ser uma opção interessante para a composição do seu portfólio. Ainda mais lembrando que você terá um gestor profissional montando essas operações, algo que é um pouco mais complexo para o investidor individual.

O maior ponto de atenção, caso o seu fundo apresente boa segurança (medido pela sua volatilidade) e resultados consistentes (vencendo o CDI no longo prazo), está na liquidez. Como os prazos para resgates são curtos em relação aos contratos, uma elevação acelerada das retiradas pode causar problemas.

Por outro lado, esses mesmos fundos costumam ter uma reserva de liquidez (próxima a 20% do patrimônio total) em Tesouro Selic (LFT), reduzindo o impacto. No gráfico abaixo, veja como no auge da pandemia, período marcado pelo desespero dos investidores, o fundo da AZ Quest caiu apenas 0,21%, enquanto que o outro fundo já existente, da V8 Capital, nem apresentou quedas.

Portanto, podemos concluir que, ainda que estejam com posições montadas na bolsa de valores, os fundos a termo são produtos de segurança e menor volatilidade, oferecendo ao investidor uma oportunidade de ganhos maiores ao CDI sem a perda da característica da renda fixa.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.