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Bolsa
Mercado Financeiro

Mercado ao vivo: nova cepa da covid-19, commodities e bancos derrubam a Bolsa em mais de 3%; dólar sobe

Cenário fiscal doméstico também segue na atenção dos investidores

Data de publicação:26/11/2021 às 10:43 -
Atualizado 2 anos atrás
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Após um ciclo de três altas seguidas na semana, o céu não está brilhando para a Bolsa nesta sexta-feira, 26. A B3 opera em queda, refletindo a cautela global a respeito da notícia sobre o surgimento de uma nova cepa da covid-19 na África do Sul, que aponta um potencial de contágio mais forte do que a variante delta.

As ações ligadas às commodities e que tem um grande peso na cesta de ativos do Ibovespa também ajudam a puxar o índice para baixo, assim como os bancos, que tem o IFNC caindo mais de 3%. Os papéis da Petrobras e da Vale recuam mais de 3%, afetadas pela queda no preço do petróleo e minério de ferro. Às 14h30, o Ibovespa caía acentuadamente 3,22%, retomando o patamar dos 102 mil pontos – 102.403. Já o dólar subia 0,36%, cotado a R$ 5,585.

Foto: Reprodução
Notícia sobre a nova cepa da covid-19 gera cautela generalizada nos mercados globais e queda expressiva na Bolsa brasileira - Foto: Reprodução

O temor é que essa variação do vírus, juntamente com a nova onda de contaminação que está ocorrendo na Europa, influencie na retomada econômica, o que gera uma aversão ao risco generalizada ao redor do mundo. Após um longo período sem estar nos holofotes, a notícia colocou a covid-19 de volta ao centro de atenção do mercado.

Segundo informações do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD, na sigla em inglês), a nova variante tem uma “constelação incomum” de mutações e há preocupação sobre o risco de escape da proteção da vacina. Por enquanto, não há comprovação científica sobre essa possibilidade.

Chamada de B.1.1.529, a nova variante é responsável por 22 casos de covid-19 no país até o momento. Adrian Puren, diretor executivo da NICD, afirmou, em comunicado à imprensa, que embora os dados até o momento sejam limitados, os especialistas do Instituto estão trabalhando para estabelecer mecanismos de vigilância para entender a nova variante e suas implicações.

Os casos detectados e a porcentagem de testes positivados estão aumentando rapidamente nas províncias de Gauteng, a mais populosa do país, North West e Limpopo. A disseminação do vírus na região preocupa, pois menos de 30% da população africana está vacinada contra a doença.

Essa descoberta se soma ainda à piora da pandemia na Europa, principalmente em países como a Alemanha e Portugal. No entanto, segundo os especialistas do mercado, há uma certa expectativa sobre como o país de Angela Merkel vai lidar com esse problema.

O Reino Unido e Israel já proibiram voos da África do Sul e alguns países vizinhos. E Hong Kong confirmou dois casos dessa nova cepa.

Estão no radar dos investidores as falas da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Largarde, e do Banco Central da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, que podem ser questionados a respeito desse tema.

A apreensão e incerteza sobre um possível avanço desse novo vírus começou a impactar nos mercados globais logo após a divulgação da notícia pelo NICD. Nos Estados Unidos, que tem uma sessão de duração reduzida por conta da Black Friday, os contratos nas bolsas americanas caem forte e os juros dos Treasuries também recuam, como reflexo da busca do investidor por ativos de segurança.

Às 13h06, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq 100 desvalorizavam 2,02%, 2,63% e 1,57%, respectivamente. Nesta sexta-feira, o índice VIX, apelidado de “índice do medo”, já atingiu mais de 40% de alta.

Vários setores que são afetados negativamente pela restrição de mobilidade já refletem essa movimentação, como a queda no preço das commodities, como minério de ferro e do petróleo, e de ações de empresas globais do setor aéreo e turismo.

De acordo com Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, a aversão ao risco, casada com preços elevados, fz com que as quedas nos mercados globais sejam inevitáveis. "É difícil antecipar se teremos uma correção duradoura ou profunda. Em março do ano passado, os especialistas diziam que a covid-19 seria uma nova gripe e, alguns até afirmavam que o clima tropical impediria a transmissão do vírus. E foi diferente".

Segundo Borsoi, após compreender os desafios da nova cepa, o foco dos próximos dias deveria ser o continente asiático.

"Acompanhar a situação da África do Sul é importante, mas o parque fabril global está na Ásia e estávamos começando a assistir um processo de normalização das cadeias de fornecimento. Uma disseminação da variante nos países da região estrangularia ainda mais a economia global, em uma situação de estoques bastante baixos, uma vez que gastamos uma parte significativa nos últimos meses. Fazer estímulos, sobretudo fiscais, agora não é tão trivial quanto parece", avaliou.

Juros futuros

As taxas de juros negociadas no mercado futuro oscilam próximas da estabilidade na manhã desta sexta-feira, com sinal de baixa, apesar da alta do dólar.

Segundo profissionais do mercado, o que justifica o movimento contido das taxas futuras no Brasil é justamente a leitura de que um eventual espalhamento da nova cepa do coronavírus pelo mundo terá efeitos de desaquecimento das economias, o que propicia um comportamento mais suave por parte do Banco Central brasileiro.

Às 12h30, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 11,94%, ante 12,01% registrada na parte da manhã. Para janeiro de 2025, a taxa era de 11,81%, contra 11,91% do ajuste anterior. E para janeiro de 2027, o DI apontava 11,78%, contra 11,91%.

Sobe e desce da B3

Nesta quinta-feira, dia de forte cautela por parte dos mercados globais, as commodities estão sendo impactadas pelo temor dos investidores sobre a nova variante da covid-19. Além da Vale, as demais gigantes siderúrgicas e mineradoras também registram queda no pregão.

Às 14h21, a CSN, Usiminas e Gerdau recuavam acentuadamente 5,51%, 6,87% e 2,49%, nesta sequência. Entre as petroleiras, assim como a Petrobras, a PetroRio também opera no terreno negativo, derretendo 9,56%, às 14h27.

Os grandes bancos também caem na Bolsa, refletindo o mal estar dos mercados internacionais. Às 14h19, o Itaú, Bradesco e Santander desvalorizavam 2,49%, 4,65% e 3,84%, respectivamente.

O temor sobre uma possível disseminação da nova cepa da covid-19 também recai sobre as ações das empresas ligadas ao turismo, que lideram as quedas da manhã. Nas áreas, as ações das duas principais companhias do setor no Brasil derretem: Azul despenca 11,49%, CVC, 10,65% e Gol, 11,81%, no mesmo período.

O mesmo acontece com os papéis de empresas de shopping centers. Às 10h58, o Iguatemi caía acentuadamente 6,17% e a Multiplan 4,98%.

No ranking das altas e baixas da B3, que normalmente destaca quatro ou cinco ativos, às 14h49, as únicas empresas que constam entre as valorizações é a Suzano, com alta de 0,77%, Natura, com 0,15%, e a Taesa, com 0,06%.

Entre as baixas mais expressivas, as aéreas e a CVC lideram a lista - junto com a PetroRio - que também inclui a Embraer, que despencava 7,84%, no mesmo horário.

Pacheco: incertezas sobre a votação da PEC

Com a covid-19 ganhando o centro das discussões globais, o cenário fiscal interno fica em segundo plano, principalmente por conta da falta de avanços de temas que estão sendo acompanhados de perto, como a PEC dos Precatórios.

Porém, para colocar um pouco de lenha na fogueira, na véspera o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco não garantiu que a medida será votada na próxima semana.

 O governo quer votar a PEC na próxima terça-feira, 30, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário, mas ainda há pressão por mudanças. O PSD, partido de Pacheco e que tem a segunda maior bancada da Casa, age para adiar a votação e ameaça dar votos contra se não houver alterações.

"Não posso garantir (aprovar na próxima semana). Na verdade, ela tem que cumprir a etapa da Comissão de Constituição e Justiça. Finalizada na comissão, vai a plenário e, assim que chegar, eu vou ter o senso de urgência em relação à PEC porque ela precisa ser apreciada", disse Pacheco em coletiva de imprensa.

Pacheco afirmou que a PEC tem prioridade na Casa, mas citou que o plenário também terá prioridade para avaliar as indicações de autoridades que dependem de aprovação dos senadores, entre elas a do ex-ministro André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF).

O impasse em torno da proposta dos precatórios começou a atrasar o cronograma do Orçamento de 2022, aumentando o risco de o projeto orçamentário não ser votado pelo Congresso neste ano. "Nós vamos tentar justamente evitar isso. Por isso, é uma luta contra o tempo", afirmou o presidente do Senado.

Orçamento secreto: petição contra transparência de dados

Após discutirem a redação do ato conjunto do Congresso, no qual assumem o descumprimento de decisão judicial, os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, apresentaram formalmente uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão da Corte que impôs transparência ao orçamento secreto.

Além disso, cessou temporariamente a indicação de recursos via emendas de relator geral do orçamento, o dispositivo que dá sustentação ao esquema.

No documento, encaminhado ao gabinete da ministra-relatora Rosa Weber, Lira e Pacheco exigem que a suspensão da decisão seja revista até o dia 3 de dezembro, pois, segundo eles, a partir desta data "a autoridade competente deverá informar os recursos não utilizados", no ano de 2021, "privando o Poder Legislativo da prerrogativa de indicar a alocação dos recursos relativos às despesas classificadas com o indicador".

Ásia: mercados fecham em queda

Voltando para o exterior, no continente asiático as bolsas fecharam em queda, refletindo a notícia da nova variante da covid-19, que provoca uma onda de cautela global, reduzindo o apetite pelas ações também por lá.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 2,53%, aos 28.751 pontos. Papéis de empresas do setor ferroviário estiveram entre as principais quedas, com Central Japan Railway em baixa de 3,3% e East Japan Railway, de 2,4%.

Entre outras ações em foco, o SoftBank caiu 5,2%, após a notícia de que a China teria pedido à Didi, empresa na qual o banco tem participação acionária, que deixe de ser negociada nos EUA, o que causou um temor global sobre o futuro da gigante indústria de tecnologia no país.

Na China, a Bolsa de Xangai fechou em baixa de 0,56%, aos 3.564 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,20%, aos 2.623 pontos. Fabricantes de chips lideraram as perdas, estendendo fraqueza recente após os Estados Unidos colocaram várias empresas do país asiático em uma lista sobre preocupações com a segurança nacional e a política externa.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng terminou em queda de 2,67%, aos 24.080 pontos. A nova variante da covid-19 provocou cautela local, com ações de cassinos entre as maiores quedas. Sands China caiu 7,2% e Galaxy Entertainment, 6,8%.

No setor aéreo, Cathay Pacific caiu 4,1% e Air China, 3,8%. Incorporadoras novamente ficaram sob pressão, com China Evergrande em baixa de 10% e Fantasia Holdings, de 5,9%.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi registrou baixa de 1,47%, aos 2.936,44 pontos, na Bolsa de Seul. Além do noticiário vindo da África do Sul, o sentimento foi prejudicado por relatos de que os casos graves da covid-19 na Coreia do Sul subiram a nível recorde.

O setor de transporte aéreo foi o mais prejudicado, com Asiana Airlines em baixa de 4,1% e Korean Air Lines, de 3,4%. Em Taiwan, o índice Taiex terminou em queda de 1,61%, aos 17.369 pontos.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 fechou em baixa de 1,73%, aos 7.279 pontos, em Sydney, também com a nova variante da covid-19 penalizando as ações. Com isso, o mercado australiano registrou a terceira semana consecutiva de quedas. Bancos e mineradoras tiveram desempenho negativo, com baixas também no setor de tecnologia. / com Tom Morooka e Agência Estado

Sobre o autor
Julia Zillig
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