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Mercado Financeiro

Bolsa cai 1,44% e volta ao patamar dos 121 mil pontos com bancos e risco fiscal; dólar fecha a R$ 5,18

Investidores estão em compasso de espera sobre o anúncio da nova taxa Selic feito pelo Copom ainda hoje

Data de publicação:04/08/2021 às 10:57 -
Atualizado 3 anos atrás
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A Bolsa fechou em queda acentuada de 1,44% nesta quarta-feira, 04, caindo aos 121.801,21 pontos, puxada, principalmente, pela forte desvalorização das ações do setor bancário. Além disso, as perspectivas de risco fiscal e a baixa no preço dos papéis da Vale e da Petrobras também contribuíram para o desempenho negativo do Ibovespa no pregão.

Também esteve no radar dos investidores durante o dia o anúncio da nova Selic, taxa básica de juros do País, que foi definida em 5,25% ao ano pelo Banco Central, aumento de um ponto percentual em relação à última reunião.

O dólar, por sua vez, após abrir o dia em alta, fechou o pregão com queda de 0,13%, cotado a R$ 5,186.

Foto: B3/Divulgação
Sede da B3 em São Paulo - Foto: B3/Divulgação

Após a divulgação dos resultados trimestrais do Bradesco na véspera, que vieram abaixo do esperado pelo mercado, o banco viu suas ações caírem 4,36% neste pregão.

Segundo o documento, o Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,319 bilhões no segundo trimestre, aumento de 63,2% ante o mesmo período do ano passado. Porém, em relação aos três primeiros meses de 2021, apontou queda de 3%.

Essa desvalorização acabou puxando o desempenho negativo de outras empresas do setor financeiro, que são responsável por uma fatia considerável da composição do Ibovespa. Itaú e Santander apontaram queda de 2,79% e 1,42% em seus papéis, respectivamente.

Elevação da Selic

Comitê de Política Monetária elevou a Selic em 1 ponto porcentual para 5,25% ao ano, em terceira alta dos juros este ano. É nesse nível que a taxa deve permanecer até o dia 22 de setembro, quando os diretos do Banco Central voltam a se reunir para definir o rumo dos juros no País.

Ainda que tenha sinalizado, em comunicado de sua última reunião em junho, que esse ajuste seria de 0,75 ponto porcentual, o que elevaria a Selic para 5,00% ao ano, o colegiado do Banco Central mostrou que não está brincando em serviço diante de perspectiva de avanço da inflação, acima do previsto e desejado.

Por isso, o BC forçou a mão e decidiu por uma elevação mais acentuada, de 1 ponto porcentual, do juro básico da economia.

Esse é o terceiro ajuste feito na Selic este ano, o primeiro foi em março, quando a taxa passou de 2,00% para 2,75%. Altas de mesma dosagem foram aplicadas à taxas nas reuniões de maio e junho do Copom, trazendo o juro para o nível de 4,25% até hoje.

O grande desafio dos pilotos da política monetária no País está em encontrar uma taxa de juro que possa conter o ímpeto da inflação e ao mesmo tempo não seja uma trava do crescimento econômico.

Tudo indica que, nesse momento, o entendimento das autoridades monetárias é o de que a prioridade tem de ser frear a alta de preços, já que a economia vem apresentando sinais de alguma recuperação.

Risco fiscal

Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a se posicionar sobre o pagamento do Bolsa Família. Segundo ele, o benefício do novo Bolsa Família deve atingir valor entre R$ 300 e R$ 400, com reajuste mínimo de 50%.

"Novo valor do Bolsa Família será implantado em novembro, dezembro deste ano. Nós vamos chegar a no mínimo R$ 300, porque houve, sim, uma inflação. O ideal seria R$ 400 o novo valor"

O chefe do Executivo também aventou a possibilidade de o governo utilizar cerca de R$ 3 bilhões de fundo da Petrobras para subsidiar compra de um botijão de gás a cada dois meses por famílias inscritas no programa social.

"Ideia é dar um bujão de gás a cada dois meses para o pessoal do Bolsa Família. Depende de pequenos acertos, porque a Petrobras não é minha, tem que combinar com a parte privada", ressalvou.

O financiamento do reajuste do benefício do Bolsa Família é matéria de disputas internas no governo. Em reunião com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o parcelamento dos precatórios para abrir espaço no Orçamento.

Sobe e desce da B3

A Vale, que hoje responde por mais de 14% da carteira teórica do Ibovespa, fechou o dia em queda sútil de 0,11%. Simultaneamente, CSN caiu 4,06%, configurando uma das maiores baixas do pregão. No sentido oposto, a Gerdau que reportou um salto de 1.149% no lucro líquido do segundo trimestre ante 2020 – viu suas ações subirem 0,19%. Enquanto isso, a Usiminas reportou valorização de 4,60%

Em dia de divulgação de resultados, a Omega Geração também apontou perdas no pregão. Após reportar aumento de 420% em seu prejuízo – de R$ 30,7 milhões no segundo trimestre de 2020 para R$ 159,6 milhões no mesmo período deste ano – as ações da empresa de energia recuaram 2,60%.

A Rede D’Or fechou em baixa, após operar em alta até o começo da tarde. As ações da companhia caíram 1,69%. A empresa registrou lucro líquido de R$ 477,7 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 306,6 milhões na mesma base comparativa de 2020.

Depois de ter sua unidade de Rio Verde (MT) suspensa pela China, as ações da BRF desvalorizaram 2,02% hoje. Vale destacar que essa é uma das principais produtoras de carne da companhia. A empresa não entrou em detalhes sobre se o embargo é referente à proteína suína ou de frango.

Dólar em queda

O dólar fechou em queda de 0,13% nesta quarta-feira, cotado a R$ 5,186, após operar em alta ao longo do dia, refletindo os dados do mercado de trabalho privado americano, que vieram abaixo do esperado, o que aumenta a expectativa pelo payroll que será divulgado na próxima sexta-feira.

Além disso, os investidores estão atentos à queda dos retornos dos Treasuries longos e da moeda americana ante pares principais e algumas divisas emergentes pares do real, principalmente após a divulgação do relatório da ADP.

Também o risco fiscal no Brasil segue no foco de preocupação do mercado, mas sem novidades por enquanto.

Na véspera, a tensão tomou conta em virtude da pressão atenuada por declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, negando o aumento do Bolsa Família a R$ 400, como havia cogitado o presidente Jair Bolsonaro, e o risco de rompimento do teto dos gastos.

Lira também descartou qualquer possibilidade de calote dos precatórios, outro temor do mercado.

NY: bolsas mistas

No exterior, os contratos negociados nas bolsas de Nova York fecharam sem direção única, com os investidores acompanhando os comentários de dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e digerindo os dados do relatório ADP, que trouxe dados abaixo da expectativa.

O índice S&P 500 caiu 0,46%, com Dow Jones no mesmo caminho, com desvalorização de 0,92%. Já o Nasdaq 100 fechou em alta sensível de 0,15%.

Segundo o relatório ADP de emprego no setor privado dos Estados Unidos foram criadas 330 mil vagas de emprego em julho, metade do previsto por analistas, de abertura de 653 mil empregos. Com esse resutado, aumenta a expectativa pelo relatório de emprego dos EUA, o payroll, que sai na sexta-feira, 6.

O Fed reafirmou na semana passada que a recuperação do mercado de trabalho é condição primordial para começar a mudar a política monetária no país, além da alta da inflação e do crescimento da economia.

Dirigente da entidade, Michelle Bowman disse que pode demorar "algum tempo" até que parte da população ativa do país retorne à força de trabalho.

Já a presidente da distrital de São Francisco do Fed, Mary Daly, afirmou não ver razão para enxergar os atuais fatores que seguram a oferta de mão de obra nos EUA como permanentes.

Tanto Daly quanto Bowman votam nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Após uma coletiva de imprensa em que o presidente do Fed, Jerome Powell, mostrou postura mais leve, ou seja, de defesa por mais apoio monetário nos EUA, é improvável que um anúncio sobre a redução dos estímulos ocorra antes de setembro deste ano, segundo comenta o Bank of America, em relatório enviado a clientes.

Com isso, investidores devem acompanhar o S&P 500 chegar à marca de 5 mil pontos antes do tapering, "enquanto bolhas de ativos e riscos de fragilidade ainda maiores" ocorrem como consequências, afirma o banco.

CPI da Covid

No cenário doméstico, a volta dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado se mantém na atenção do mercado.

Nesta quarta-feira, o colegiado ouve o tenente-coronel da reserva Marcelo Blanco Costa, ex-assessor do departamento de Logística do Ministério da Saúde. Costa era subordinado do diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira, e entrou na mira da comissão após ter participado do jantar no qual seu chefe teria pedido US$ 1 de propina por dose na compra da vacina da AstraZeneca.

Na véspera, o reverendo Amilton Gomes de Paula, que intermediou a oferta de vacinas para o Ministério da Saúde, participou de oitiva junto à comissão.

A Davati ofertou vacinas ao governo federal sem comprovar a capacidade de entrega de doses nem ter aval da AstraZeneca, fabricante do imunizante oferecido pela companhia.

Na sessão, ele chorou e pediu perdão por ter participado da negociação, classificando os contatos como "operação da vacina".

Amilton declarou que facilitou o acesso da empresa no ministério em função de uma "missão humanitária" e admitiu que esperava receber uma doação para a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), organização fundada por ele.

Além disso, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco a interpelação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para que o chefe da pasta preste esclarecimentos sobre uma denúncia apresentada pelo senador Rogério Carvalho.

Na reunião da CPI, Carvalho acusou o ministro da Defesa de enviar um oficial da ativa do Exército para fazer uma "espionagem" contra o petista em Sergipe. "Não vão me intimidar", disse o senador.

Em ofício encaminhado a Pacheco, Omar Aziz pediu que o Senado acione Braga Netto para prestar informações e tome as devidas providências no caso.

Bolsas asiáticas fecham em alta

Os mercados acionários da Ásia tiveram em geral ganhos, nesta quarta-feira, inclusive a praça chinesa. Na Bolsa de Tóquio, porém, o quadro foi moderadamente negativo, com investidores atentos a notícias sobre a disseminação da covid-19 e seus potenciais impactos para a atividade.

Em Tóquio, o índice Nikkei fechou em baixa de 0,21%, aos 27.584,08 pontos. O avanço recente nos casos do vírus no Japão se sobrepôs às expectativas de recuperação em balanços corporativos. A investida regulatória em várias frentes da China também esteve no radar.

Já na China, a Bolsa de Xangai registrou alta de 0,85%, aos 3.477,22 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 1,72%, aos 2.579,91 pontos.

Os ganhos das ações chinesas foram apoiados por papéis do setor de novas energias. Já ações de bancos e ligadas ao consumo recuaram, também com certo foco na covid-19 no país, ante o temor de que as restrições possam prejudicar o crescimento econômico.

Na Bolsa de Seul, o índice Kospi fechou com ganho de 1,34%, aos 3.280,38 pontos. Ações ligadas a viagens e à tecnologia puxaram o movimento, em meio à temporada de balanços.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve alta de 0,88%, aos 26.426,55 pontos. O índice chegou a cair durante o pregão, mas ganhou impulso ao longo da jornada. Em Taiwan, o índice Taiex fechou com ganho de 0,40%, aos 17.623,89 pontos.

Na Oceania, na Bolsa de Sydney o índice S&P/ASX 200 avançou 0,38%, aos 7.503,20 pontos, recorde histórico de fechamento. / com Tom Morooka e Agência Estado

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