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Renda Fixa

Renda fixa ganha fôlego com nova alta de 1 ponto na Selic, mas ainda perde para inflação

Mudança na taxa de juros impacta nos rendimentos de títulos de CDB, LCI e Tesouro Selic, por exemplo

Data de publicação:04/08/2021 às 18:48 -
Atualizado 3 anos atrás
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A elevação de um ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, de 4,25% ao ano para 5,25%, dá um pouco mais de fôlego às aplicações de renda fixa. A nova Selic, contudo, continua rodando ainda abaixo da inflação, estimada em 6,79% para 2021.

Mesmo nesse nível, a Selic permanece em nível insuficiente para remunerar com ganho positivo, acima do IPCA, o investidor que aplica em opções conservadoras tradicionais, como caderneta de poupança, fundos DI e CDBs. E até mesmo em títulos isentos de imposto, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).

Veja abaixo como fica uma aplicação de R$ 1 mil, por um ano, em produtos tradicionais de renda fixa. A simulação também leva em conta o impacto da inflação sobre o investimento.

O que é a Selic?

A Selic é uma taxa primária, piso de juro da economia, que serve de referência para a formação das demais taxas de juro da economia, do crédito às aplicações de renda fixa. Como piso, ela é usada como custo de financiamento da dívida pública, a taxa que o Tesouro Nacional paga em seus títulos para financiar a dívida do governo no mercado.  A Letra Financeira do Tesouro (LFT) e sua versão Tesouro Selic, ofertado na plataforma do Tesouro Direto, rendem a taxa Selic.

É a taxa que os bancos usam também para a captação de recursos de investidores que compram títulos como CDB e letras de crédito. A taxa de remuneração de títulos privados é o CDI, uma versão de juro básico, adotado nas operações interbancárias, espelhada na Selic.

Selic em alta é 'boa' para renda fixa

A taxa Selic, que o Banco Central maneja, com calibragem a cada reunião do Copom, para manter a inflação sob controle, é referência também para a definição de rentabilidade no mercado de renda fixa. Selic em elevação aumenta a atratividade do segmento, mas, por enquanto, apenas do ponto de vista nominal.

Afinal, quando o Copom deu início ao atual ciclo de alta, com elevação de 0,75 ponto porcentual, na reunião de março, a Selic estava na mínima histórica de 2,00% ao ano. De lá para cá ocorreram mais dois encontros, com seguidas altas de 0,75 ponto porcentual em cada um deles, para que a taxa básica chegasse ao atual nível de 4,25% ao ano.

Por que a Selic subiu?

A retomada do ciclo de alta da Selic foi uma resposta aos sinais de  aceleração da inflação, vista inicialmente como temporária, mas que manteve e redobrou o fôlego, sob influência de novas fontes de pressão.

Enquanto o BC endure a política monetária, com sucessivos ajustes da Selic, aumenta o desconforto com o avanço do IPCA. A inflação acumulada nos últimos 12 meses, até junho, passa de 8% - está em 8,35% - e a estimada para 2021 encosta em 7%. Analistas e economistas do mercado financeiro consultados pelo BC para a última edição do boletim Focus projetam uma variação acumulada de 6,79% para o IPCA neste ano.

A expectativa, ainda segundo as projeções contidas no Focus, é que o IPCA perca fôlego e chegue ao fim de 2022 acumulando alta de 3,81% e a taxa Selic encerre o atual ciclo de alta, entre o fim deste ano e o início do próximo ano, em 7% ao ano e seja mantida nesse nível ao longo de 2022.

Qual o futuro da renda fixa

A perspectiva de um cenário de inversão de trajetória - com juros em elevação e inflação em queda – tende a reforçar a atratividade da renda fixa, não apenas com um ganho nominal mais robusto, mas também com margem positiva acima da inflação.

Especialistas em investimento veem o cenário à frente para juros e inflação, conforme sugerido pelas projeções do Focus, como um convite para o investidor formular uma estratégia, na escolha de taxas de juro pré ou pós-fixadas, que leve ao melhor desempenho na renda fixa.

Gustavo Menezes, gestor da área macro da MZK Investimentos, recém adquirido pela AZ Quest, diz que uma aplicação pós-fixada é uma forma de proteção em um cenário de juros em alta. “É uma maneira de proteção enquanto o Banco Central não concluir o ciclo de elevação da Selic.”

O pulo do gato da taxa pós-fixada está na captura de alta dos juros que ocorrer pelo caminho, ao contrário da prefixada, que permanece inalterada ao longo da aplicação. Gustavo recomenda a mudança de uma taxa pós-fixada para a prefixada perto do fim do ciclo de alta da Selic.

“A prefixada exige um pouco de cautela, é preciso ver até onde vai o ajuste e decidir por ela quando o ciclo de alta dos juros estiver terminando”, orienta. A estratégia possibilita que o investidor trave a taxa de juros em seu momento de pico.

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.