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Economia

Inflação sobe 1,06% em abril e atinge maior patamar para o mês desde 1996, aponta IBGE

Alta do mês foi puxada por alimentos e transportes, com destaque para a gasolina

Data de publicação:11/05/2022 às 09:40 -
Atualizado 2 anos atrás
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A inflação do País, medida por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,06% em abril, após avanço de 1,62% em março, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 11.

No ano, o indicador acumula alta de 4,29% e de 12,13% em 12 meses. No âmbito mensal, foi o maior resultado para o mês de abril desde 1996, quando contabilizou 1,26%. No mesmo mês do ano passado, o IPCA atingiu 0,31%.

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Alta da inflação de abril foi puxada por alimentos e transportes, segundo o IBGE - Foto: Reprodução

Alimentos e transportes: maiores impactos na inflação de abril

De acordo com o instituto, os principais impactos na inflação de abril vieram dos grupos de alimentos e bebidas – variação de 2,06% e impacto de 0,43 ponto porcentual – e dos transportes – alta de 1,91% e impacto de 0,42 p.p. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril.

Segundo André Almeida, analista da pesquisa, alimentos e transportes, que já haviam subido no mês anterior, continuaram em alta e abril.

“Em alimentos e bebidas, a alta foi puxada pela elevação dos preços dos alimentos para consumo no domicílio (2,59%). Houve avanço de mais de 10% no leite longa vida, maior contribuição (0,07 p.p.), e em componentes importantes da cesta do consumidor como a batata-inglesa (18,28%), o tomate (10,18%), o óleo de soja (8,24%), o pão francês (4,52%) e as carnes (1,02%)”.

André Almeida, do IBGE

No caso dos transportes, a alta da inflação foi influenciada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis, que continuaram subindo (3,20% e 0,25 p.p.), assim como no mês anterior, com destaque para a gasolina (2,48%), produto com maior impacto positivo (0,17 p.p.) no índice do mês.

“A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e a ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”, acrescentou Almeida.

Houve ainda aceleração nos grupos saúde e cuidados pessoais (1,77%) e artigos de residência (1,53%). O único grupo a apesentar queda no IPCA de abril foi habitação, com -1,14%, puxada pela redução da conta de luz.

“A partir de 16 de abril, houve mudança na bandeira tarifária, que saiu de bandeira de escassez hídrica, para bandeira tarifária verde, em que não há cobrança extra na conta de luz”, explica, o analista.

Alta em todas as áreas pesquisadas

De acordo com o IBGE, a pesquisa para medir a inflação de abril apontou alta em todas as áreas pesquisadas.

.A maior variação ocorreu na região metropolitana de Rio de Janeiro (1,39%) e a menor variação, por sua vez, foi identificada na região metropolitana de Salvador (0,67%).

INPC: alta de 1,04% em abril

Ainda de acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 1,04% em abril, abaixo do registrado no mês anterior (1,71%). Foi a maior variação para um mês de abril desde 2003, (1,38%).

No ano, o indicador soma alta de 4,49% e, nos últimos 12 meses, de 12,47%. Em abril de 2021, a taxa foi de 0,38%.

Os produtos alimentícios passaram de 2,39% em março para 2,26% em abril. Os não alimentícios também desaceleraram e registraram 0,66%, frente aos 1,50% do mês anterior.

O indicador apontou alta em todas as áreas pesquisadas. O menor resultado foi no município de Goiânia (0,65%) e a maior variação ficou com a região metropolitana do Rio de Janeiro (1,45%).

O que pensa o mercado sobre o IPCA de abril?

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a inflação de abril veio em linha com o esperado e brevemente acima da mediana do mercado. “Enquanto projetávamos alta de 1,05%, o mercado tinha mediana em 1,01%, ao passo que o resultado foi de 1,06%”, descreve.

Apesar de, basicamente, atender as expectativas, Sanchez chama a atenção para “dois grandes desvios concentrados e antagônicos que se anularam”.

“O primeiro é de higiene pessoal, que gerou 8 bps de desvio altista ao exibir variação e 0,85% frente à deflação esperada de 1,25%. Na contramão, a gasolina teve resultado mais baixo do que o projetado, visto que subiu ‘apenas’ 2,48%, frente à perspectiva de alta de 3,5%, gerando um desvio de -7 bps”, avalia o economista.

Étore Sanchez, da Ativa Investimentos

Fabio Louzada, economista e fundador da Eu Me Banco, aponta que “o IPCA tinha mais potencial de segurar o mercados e viesse abaixo de 0,90%”.

“Com esses dados de inflação subindo, o mercado vai seguir com expectativa cada vez mais negativa. Agora temos uma inflação acumulada de 12,13% em 12 meses”, ressalta.

Segundo Louzada, o cenário ainda é incerto. “Por isso, os investidores têm buscado correr para ativos mais seguros, como o dólar, além de enviarem os seus recursos para países mais desenvolvidos. Nesse contexto, o investidor tende a correr de emergentes”.

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Sobre o autor
Julia Zillig
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