Guia: principais índices e indicadores do mercado financeiro
São excelentes métricas e ferramentas que possibilitam ao investidor o acompanhamento do que acontece no mundo econômico e, assim tome melhores decisões em relação aos próprios investimentos.
Os índices e indicadores do mercado financeiro são excelentes métricas e ferramentas que possibilitam ao investidor o acompanhamento do que acontece no mundo econômico e, por consequência, tomar melhores decisões em relação aos próprios investimentos.
Apesar disso, como existem inúmeros exemplos, muitos investidores também acabam se confundindo um pouco com essa proposta dos índices e com as inúmeras siglas que os economistas adotaram para simplificar as análises de mercado.
Se você se identifica com esse desafio, chegou a hora de resolvê-lo! O que são os índices e indicadores do mercado financeiro?
Os índices são ferramentas que permitem monitorar um determinado mercado ou mesmo um nicho específico dele. Eles são compostos por uma carteira teórica de ativos que representam uma condição desejada.
Um exemplo bem conhecido é o Ibovespa. Ele é um índice de ações que contempla as principais empresas da nossa bolsa de valores. Por ter diversos ativos dentro da sua composição, o Ibovespa consegue oferecer uma espécie de "performance média" da nossa bolsa.
Essa mesma dinâmica pode ser utilizada em diversos mercados, dos tradicionais aos mais aleatórios possíveis. Assim, possuem uma finalidade tanto de monitoramento para o investidor, como também a possibilidade de acompanhar o seu desempenho.
Cabe salientar que não é possível investir em índices diretamente, mas há como realizar uma exposição indireta por meio dos famosos Exchange Traded Funds (ETFs), que são os fundos negociados em bolsa e possuem como objetivo replicar o desempenho de um determinado índice. Por esse motivo, eles também são chamados de fundos passivos.
Já os indicadores são métricas que refletem o momento de um determinado mercado ou mesmo uma classe de investimentos. Na renda variável, por exemplo, é comum o uso de indicadores na escolha de compra e venda dos ativos — como indicadores de performance ou endividamento.
Ao longo do texto, vamos passar por alguns índices e indicadores para que você possa criar uma maior intimidade com o tema e entender a importância de cada um deles.
Quais são os principais índices do mercado financeiro?
Para tornar esse guia sobre índices do mercado financeiro mais prático, vamos então conhecer alguns deles? Reforçando que eles não são os únicos: existem literalmente dezenas de índices para os mais variados objetivos.
Abaixo deixo uma imagem retirada da nossa ferramenta de comparação de ativos, onde você pode começar a entender o comportamento de alguns deles ao longo dos últimos dez anos.
IPCA
Vamos começar por um índice muito conhecido de qualquer brasileiro: o IPCA. Essa é uma sigla que representa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo — o nome técnico de um estudo, realizado periodicamente no Brasil, que visa monitorar a variação de preços de uma cesta de produtos nas principais capitais brasileiras.
Essa cesta de produtos é dividida em alguns grupos importantes como alimentação, habitação, transporte, educação ou despesas pessoais, por exemplo. Em resumo, o IPCA é a principal fonte da inflação no Brasil e, como esse é um desafio constante no nosso país, esse índice se torna bastante popular.
Nos investimentos, o IPCA é também uma fonte comum para entender se houve ganho real com uma carteira de ativos. Isso porque, se o seu portfólio se valorizar abaixo da inflação, isso significa que você perdeu poder de compra — algo que, naturalmente, é negativo.
Taxa DI
Outra métrica muito popular entre os investidores de renda fixa é o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Ele é baseado na Taxa DI, que é mais um índice relevante no Brasil e consiste em uma taxa de juros utilizada nos empréstimos entre os bancos — algo que acontece diariamente, pois as instituições não podem terminar com caixa negativo.
Não por acaso, a Taxa DI acaba sendo muito utilizada pelos próprios bancos na definição de quanto pagar nos títulos bancários oferecidos aos clientes. Você mesmo poderá perceber como muitos deles são oferecidos como um percentual da taxa CDI.
Portanto, para os investidores de renda fixa, é de extrema importância acompanhar a Taxa DI e as suas implicações para os investimentos dessa classe de ativos.
IMA
O Índice de Mercado ANBIMA foi criado com o intuito de representar uma média de negociação dos títulos públicos — isto é, os títulos de renda fixa que tenham como emissor o próprio Governo Federal. Ele é conhecido como IMA-Geral.
Para monitorar individualmente os diferentes indexadores dos títulos de renda fixa, esse índice possui algumas variações sendo o IMA-B, talvez o mais popular, responsável por identificar a média dos títulos atrelados à inflação. Outro índice da categoria é o IMA-S, que tem o mesmo objetivo, mas desta vez com títulos atrelados à Taxa Selic.
IGP
Fechando os principais indicadores de renda fixa, nós temos ainda o Índice Geral de Preços (IGP), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia. Ele também tem como principal proposta monitorar a inflação no país.
Assim como o IMA, o IGP também traz algumas variações para segmentação de mercado. Podemos citar as duas mais populares: o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), muito utilizado em correções monetárias de aluguel em função da sua composição, e o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna), que visa monitorar a atividade econômica.
Ibovespa
Passando para alguns índices de renda variável, podemos começar com o Ibovespa, que já trouxemos na introdução deste mesmo guia. Esse é o nosso principal indicador com a finalidade de representar o desempenho da bolsa de valores brasileira.
Para isso, o Ibovespa monta uma carteira teórica de ações com as principais empresas listadas na bolsa de acordo com critérios de valor de mercado, liquidez e volume de negociação em pregões. Companhias precificadas a menos de R$1,00 por ação (penny stocks) não são contempladas.
Importante mencionar que há uma distribuição por pesos de cada ativo, de modo que as companhias com maior valor de mercado possuem maior concentração dentro do índice. Esse peso, no entanto, acaba fazendo com que o Ibovespa esteja altamente correlacionado com algumas das nossas maiores empresas — como Itaú, Bradesco, B3, Petrobras e Vale, por exemplo.
Caso queira replicar a performance do Ibovespa, existem diversos ETFs que realizam essa função. É o caso dos ativos BOVA11, BOVV11 e IBOV11. Nós fizemos uma comparação entre os principais ETFs de Ibovespa, caso queira se aprofundar no tema.
SMLL
Uma vez que o Ibovespa apresenta essa concentração, outros índices surgiram de modo a dar uma visão analítica mais precisa em relação a segmentos específicos da nossa bolsa. Um deles é o Índice Small Cap (SMLL), que tem como proposta monitorar apenas as companhias de menor valor de mercado.
Como em todo índice, alguns requisitos são necessários para que uma ação entre no SMLL. O principal deles é que o ativos estejam fora de uma lista que represente 85% de todo valor de mercado da bolsa de valores.
É possível investir nessa carteira teórica por meio do ETF SMLL11. No entanto, tenha em mente que esse grupo de empresas é menos consolidado e, portanto, oferece maior risco ao investidor. Por outro lado, em momentos de crescimento da economia, o Índice Small Cap tende a ter uma performance superior ao Ibovespa também.
IDIV
Assim como o SMLL, o Índice Dividendos (IDIV) tem uma proposta de segmentação das ações da bolsa de valores do Brasil. Desta vez, entretanto, o foco são negócios que tem por característica o pagamento de dividendos. Normalmente, esse perfil de companhia traz as empresas maiores e com market share dominante no mercado de atuação.
O IDIV é composto pelas companhias que mais pagaram dividendos em um período de 36 meses (isto é, três anos). Além disso, é necessário que a empresa tenha feito ao menos uma distribuição de lucros ao longo dos últimos doze meses. Portanto, é uma forma de monitorar apenas organizações que tenham um perfil de pagamento de dividendos.
IFIX
Para os adeptos do mercado imobiliário, outro índice importante da renda variável é o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX). Assim como o Ibovespa, o IFIX tem a proposta de representar uma média do mercado de fundos imobiliários, contemplando os mais variados segmentos — shopping center, galpões logísticos, agências bancárias, lajes corporativas, entre outros.
As regras de composição do IFIX exigem que os ativos tenham sido negociados em ao menos 60% dos pregões da B3 e não podem ter um preço de mercado inferior a R$1,00, assim como ocorre no Ibovespa. Ou seja, é uma forma de excluir pequenos FIIs ou aqueles com baixa liquidez.
Assim como o Ibovespa, existem algumas críticas em relação à estrutura do IFIX e a capacidade do índice de captar realmente a média do mercado em função da sua dinâmica de pesos em relação ao valor de mercado. Caso queira entender mais sobre como funciona o IFIX, temos uma análise completa nesta último link.
IHFA
Já para quem prefere trabalhar no seu portfólio com fundos de investimentos, um índice importante é o Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA). Ele é calculado pela própria ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O grande objetivo do índice é monitorar o mercado de fundos multimercados, que são aqueles nos quais os gestores podem trabalhar com diversas classes de ativos — como renda fixa, ações, câmbio, juros, entre outros. Para isso, o IHFA tem a sua carteira teórica de fundos e acompanha o desempenho dessa cesta de ativos ao longo do tempo.
S&P 500
Assim como no Brasil, diversos outros países também possuem os seus índices globais para acompanhamento do mercado financeiro. Aqui, vamos trazer um dos exemplos mais conhecidos que é o S&P 500.
Ele é similar ao Ibovespa, mas aplicado às bolsas de valores dos Estados Unidos. Em resumo, o índice traz uma cesta de ativos com as 500 principais empresas listadas por lá, oferecendo assim uma média do mercado americano. É um dos índices de melhor resultado histórico ao longo do mundo — estudos apontam que poucos gestores foram capazes de vencê-lo.
Tipos de análises feitas no mercado financeiro
Os índices são extremamente úteis e valiosos para a tomada de decisão dos investidores. No entanto, uma vez que se tratam de indicadores, eles precisam ser utilizados da forma correta para contribuir no seu processo de investimento ao invés de confundir.
Vale lembrar que, assim como outros dados quantitativos, os índices do mercado financeiro precisam ser contextualizados. De uma forma geral, existem dois principais tipos de análises que são feitas pelos investidores: fundamentalista e técnica.
Vamos conhecer brevemente cada uma delas.
Análise fundamentalista
A análise fundamentalista tem como propósito avaliar os fundamentos de um ativo antes de investir nele. Portanto, é um tipo de avaliação que foca em avaliar aspectos qualitativos e quantitativos, sendo que neste segundo grupo estão alguns indicadores que veremos na sequência deste artigo.
Ao analisar um título de renda fixa, por exemplo, o analista fundamentalista pode focar no emissor do papel, especialmente em questões de nível de endividamento.
Já um analista de ações irá ponderar os indicadores da empresa, como o preço em relação ao lucro apresentado, nível de alavancagem, margens de lucro, além de fatores qualitativos — em especial no que se refere à gestão da companhia.
Caso seja do seu interesse se especializar nesse tipo de análise no mercado financeiro, confira o nosso artigo onde apresentamos alguns dos principais indicadores para um analista fundamentalista.
Análise técnica
O outro tipo de analista do mercado financeiro trabalha com a análise gráfica, embora seja mais comum ser nomeado como "analista técnico". Neste caso, a avaliação passa mais pelo preço do ativos e as suas movimentações ao longo do tempo.
O principal objetivo do analista técnica é encontrar padrões de comportamento para o preço daquele ativo. Isto é, movimentos que permitam, em diversos momentos, antecipar uma mudança de rota dos investidores — seja no sentido de valorização ou de desvalorização.
Os principais indicadores são volume de dinheiro transacionado, além do próprio gráfico de preço da ação (ou de outro investimento que esteja em análise). Explicamos melhor o que é a análise técnica neste artigo.
Os principais indicadores do mercado financeiro
Conforme adiantamos na análise fundamentalista, muitos indicadores podem ser utilizados pelos investidores na escolha de onde investir. Eles são diferentes dos índices, pois representam dados sobre os ativos individualmente — enquanto que os demais números que vimos anteriormente já são sobre uma visão mais global de cada mercado.
Em seguida, vamos apresentar alguns dos principais indicadores do mercado financeiro para que você possa começar a entender como analisar os ativos nos quais pretende investir de forma individual — e não apenas com base nos índices globais. Para facilitar o entendimento, vamos separá-los por categoria.
Indicadores de renda fixa
Os indicadores de renda fixa são baseados em taxas de juros e perfil de crédito do emissor dos títulos. Com base nesses fatores, já é possível ponderar se vale o risco de "emprestar" o seu dinheiro para o governo, para uma instituição financeira ou mesmo para o governo.
Taxa Selic
A Taxa Selic é a taxa básica de juros do Brasil. Ela é definida e revisada a cada 45 dias, data em que ocorre a reunião do nosso Comitê de Política Monetária (Copom).
Esse talvez seja o indicador mais relevante da renda fixa na medida em que interfere em praticamente todos os títulos da categoria. O CDI, por exemplo, que mencionamos ao longo do guia, geralmente caminha junto com a Taxa Selic. Quanto maior essa taxa, maiores os juros praticados no mercado financeiro — e vice-versa.
Rating de crédito
Outro indicador de extrema importância no mercado financeiro é o rating de crédito. Ele nada mais é do que uma classificação do perfil de crédito de um agente do mercado financeiro. Quanto maior a nota, melhor.
Se duas empresas emitem um título de renda fixa com condições similares, mas uma possui um rating de crédito melhor, espera-se que os juros oferecidos sejam menores. Isso porque, ao menos em tese, fica reduzido o risco de um calote. Para companhias mais endividadas, a exigência de rentabilidade por parte dos investidores costuma ser maior.
Indicadores de renda variável (ações)
Os indicadores de renda variável são, geralmente, focados no mercado acionário. Aqui, a variedade é muito ampla, pois inúmeros fatores podem influenciar se vale a pena ou não se associar com uma empresa. Vamos então conhecer alguns deles, agrupando-os em três categorias principais:
- Indicadores de preço
- Indicadores de rentabilidade
- Indicadores de endividamento
Indicadores de preço
Os indicadores de preço são utilizados, como o próprio nome já sugere, para analisar se um ativo está sendo negociado a um preço justo ou então se existem algum tipo de ágio ou deságio sobre o valor de mercado.
O mais conhecido deles é o P/L, abreviação para uma divisão do preço pelo lucro que a empresa gera. Quanto menor, melhor: representa que está barata e que os ganhos de capital gerados pela empresa retornarão o valor investido em uma quantidade de tempo reduzida. O inverso também é verdadeiro.
O maior problema do P/L é que pode acontecer de ter um efeito não recorrente no lucro da empresa — como, por exemplo, alguma despesa financeira contábil, mas sem efeito sobre o caixa. Por esse motivo, é comum também um comparativo do EV (valor de mercado) sobre o EBITDA da companhia, que é o lucro antes de impostos, taxas e depreciação.
Indicadores de rentabilidade
Passando para os indicadores de rentabilidades, eles apresentam a capacidade da empresa de gerar retorno financeiro sobre o capital empregado. Aqui, quanto maiores os indicadores costumam ser melhores também, embora seja sempre recomendável avaliar com maior profundidade esses números.
Esses são os indicadores de rentabilidade mais utilizados pelos investidores:
- ROE: é uma sigla para Return on Equity (retorno sobre o patrimônio) e analisa qual foi o Lucro Líquido diante do Patrimônio Líquido da companhia. Isto é, qual foi o retorno financeiro por cada real de patrimônio que a empresa possui.
- ROI: essa é a sigla para Return on Investment (retorno sobre investimento) e é utilizado sobre investimentos realizados pela empresa para avaliar se eles valeram a pena ou não.
- Margem Líquida: trata-se de uma métrica que compara o Lucro Líquido com a Receita Total da empresa. Quanto maior o indicador, representa que a companhia foi mais eficiente em manter em caixa após todos os custos, descontos e despesas.
Indicadores de endividamento
Tão importante quanto entender a rentabilidade de uma empresa é analisar o seu nível de endividamento. Assim, você pode evitar investir em negócios muito alavancados e que podem não resistir a uma eventual crise. Alguns indicadores comuns são esses:
- Dívida Líquida/Patrimônio Líquido: o indicador revela o percentual do patrimônio dos sócios que está comprometido com as dívidas da empresa, descontando o caixa. Se estiver alto é preocupante.
- Capital de terceiros: para quem gosta de Balanço Patrimonial, os ativos de uma empresa correspondem à soma do Patrimônio Líquido e do passivo. Desta forma, pode-se calcular o impacto do dinheiro de terceiros (bancos, fornecedores, etc.) sobre o total disponível.
- Liquidez Corrente: consiste em dividir o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante, que são os bens e despesas de curto prazo, respectivamente. Um número acima de 1,0 revela que as disponibilidades são suficientes para honrar os compromissos dos próximos meses, o que é saudável.
Indicadores de fundos imobiliários
Considerados como uma mescla entre renda fixa, em função dos rendimentos mensais que são distribuídos, e renda variável, considerando a oscilação de preço das suas cotas, os fundos imobiliários caíram no gosto do brasileiro. No entanto, nem todos são iguais e nós precisamos dos indicadores do setor para selecionar as melhores oportunidades.
Aproveite para conhecer os 5 indicadores mais importantes dos fundos imobiliários.
Dividend Yield (DY)
O Dividend Yield é um indicador muito utilizado pelos investidores que analisa o percentual de retorno financeiro por cota do fundo imobiliário. Idealmente, quanto maior melhor, pois o retorno do investimento é otimizado. No entanto, não se deve tomar decisões exclusivamente por essa métrica.
Isso porque os maiores rendimentos tendem a oferecer também maiores riscos. Mesmo que seja atrativo pensar apenas no Dividend Yield, não deixe de analisar também a composição dessa renda. O DY também pode ser utilizado como indicador de ações pagadoras de dividendos, pois o racional é o mesmo.
Vacância
Outro indicador de extrema relevância nos FIIs é a vacância. Ela pode ser física (isto é, o espaço está vago) ou financeira (quando além de vago, também não há qualquer tipo de receita sendo gerada). A diferença existe por conta de multas nos contratos de locação, pois um locatário pode deixar o imóvel, mas seguir gerando renda em função do pagamento.
Além de conferir a vacância, fique de olho nos contratos e os seus respectivos vencimentos. Os FIIs com bons números de Dividend Yield, mas com risco elevado de vacância, podem ter suas receitas fortemente reduzidas se houver concentração de locatário.
Indicadores de fundos de investimentos
Por fim, fechando esse guia, vamos trazer também alguns indicadores dos fundos de investimentos tradicionais. Apesar de ter uma estrutura mais simples — isto é, investimos e todo trabalho fica a cargo do gestor do fundo —, eles também existem aos montes e nós precisamos escolher os melhores.
Lembrando que a Mais Retorno oferece uma ferramenta de comparação de fundos de investimentos, onde você pode selecionar os seus ativos favoritos e ter diversos desses indicadores apresentados de forma automática na sua tela. Veja alguns exemplos abaixo antes de seguirmos para a explicação deles.
Índice de Sharpe
É claro que a rentabilidade é o principal foco de análise de um investidor. Entretanto, ela deve ser analisada dentro de um contexto. É esperado que fundos de ações tragam retornos maiores do que fundos de renda fixa, mas isso não significa que são melhores, pois também oferecem maiores riscos.
O Índice de Sharpe é um bom indicador para resolver essa questão. Essa é uma métrica desenvolvida para analisar cada ponto de retorno percentual em comparação com o risco que o fundo ofereceu. Quanto maior, melhor. Ainda assim, o ideal é usá-lo em paralelo de fundos de uma mesma categoria, ok?
Volatilidade
A volatilidade é uma medida de risco dos fundos de investimentos. Quanto mais alta ela é, isso significa que o seu dinheiro vai balançar mais — para cima e também para baixo. Ativos de renda fixa tradicional tendem a oferecer baixa volatilidade, enquanto ações possuem esse indicador mais elevado.
Lembre-se que a volatilidade alta não representa apenas que um fundo pode balançar, mas também a sua intensidade ou velocidade. Fique atento se um produto realmente está dentro do seu perfil de investidor para evitar sustos.
Correlação
O indicador de correlação é muito importante não apenas para os fundos de investimentos, como em uma análise de carteira como um todo. Trata-se de uma métrica que varia de 1,0 (correlação positiva) e vai até -1,0 (correlação negativa).
O que acontece é que existem ativos do mercado financeiro que se correlacionam de forma positiva. Isso significa que possuem o mesmo comportamento. Ao comprar ações do Itaú e do Bradesco, por exemplo, a diversificação é baixa: são papéis de um mesmo mercado (ações) e do mesmo segmento (bancário).
Já quando você tem ativos de comportamento antagônico — como títulos do Tesouro Selic e ações de Lojas Renner, por exemplo —, nós temos uma correlação negativa. Ou seja, quando um tende a performar positivamente, o outro tende a ter um desempenho pior.
É muito importante usar a correlação nos investimentos, especialmente pensando na diversificação do seu capital. Não deixe de considerar o comportamento de cada classe de ativo antes de realizar o seu aporte — seja ele em fundos ou quaisquer outras modalidades de investimentos.
Gráfico de Drawdown
Por fim, utilize também o Gráfico de Drawdown. Esse indicador permite uma análise das perdas dos fundos de investimentos. Ele funciona de forma simples: sempre que o ativo está em lucro, ele fica zerado, contando apenas perdas. É útil não apenas para entender os picos de prejuízo, mas também o tempo médio de recuperação dessas perdas.
Gostou de conhecer os índices e indicadores do mercado financeiro?
Então aproveite para salvar essa página para consultas futuras e compartilhar com amigos e familiares. Quem sabe eles também não precisam de uma mãozinha para lidar com os inúmeros termos e siglas econômicas?