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Juros e ouro: a estratégia dos fundos de multimercado campeões em fevereiro; veja o ranking do mês

Dos 978 fundos que entraram no estudo, 241 devem pagar mais que a inflação do mês

Data de publicação:09/03/2022 às 00:10 -
Atualizado 2 anos atrás
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Em um cenário de incertezas econômicas e tensão geopolítica global, os gestores de fundos multimercado correram atrás de títulos públicos e commodities em busca de rentabilidade e proteção para suas carteiras. E foram bem-sucedidos nessa estratégia.

Da lista de dez fundos mais bem sucedidos de fevereiro, em um levantamento exclusivo da Mais Retorno com o universo de 978 fundos, cinco têm a carteira formada por títulos públicos e ouro ou ativos que seguem a variação do metal ou do dólar.

FundoRend. fevereiroRend. 2022Rend.12 meses
BTG Pactual Economia Real Feeder62,07%62,15% 76,89%
PSS Espectro 20,23%28,27% 38,66%
CSHG Lexington Secondaries 7,84% 2,71% 51,11%
Vitreo Urânio 7,26%-7,81% 22,42%
Chess Alpha 6,26%28,19%-25,89%
Bradesco FIC FIM Ouro 5,84% 4,28% 7,23%
BB Mutimercado Ouro 5,84% 5,33% 9,41%
Itaú Index Gold Multimercado 5,83% 4,41% 8,36%
FI Caixa Indexa Ouro 5,81% 4,02% 4,58%
Trend Ouro 5,67% 4,66% 8,13%
Fonte: Mais Retorno

São fundos que se beneficiaram duplamente da evolução do cenário global e local nesta virada do ano. Internamente, pela continuidade do ciclo de elevação da Selic, que chegou a 10,75% em fevereiro, reforçando a atratividade dos títulos públicos. E, no exterior, pela escalada das commodities, na esteira do aumento da tensão geopolítica e da guerra na Ucrânia, o que arrastou também o ouro.

Em momentos de incertezas, costuma haver uma corrida à busca de proteção e segurança em ativos reais, como ouro e dólar. Estratégias que não se limitam à compra de ouro e dólar físico, mas que se estendem a derivativos, com operações nos mercados futuros desses ativos.

É uma estratégia que contemplou os fundos atrelados a ativos que seguem a variação do ouro com boa performance em fevereiro, analisa Lucas Pires, especialista da SVN Investimentos.

O Bradesco FIC FIM Ouro, o sexto fundo mais rentável de fevereiro, com 5,84%, tem cerca de 90% da carteira alocado em títulos públicos, “mas a grande variação para cima em fevereiro foi puxada pelo ouro”, avalia  Pires. O BB Multimercado Ouro FI, também com 5,84%, tem parcela menor em títulos públicos, e maior em dólar e ouro futuro.

O Itaú Index Gold Multimercado FIC FI, o oitavo no ranking, com 5,83%, investe em outro fundo, o Itaú Vértice Gold FIM, que aloca 93,7% do portfólio em títulos públicos e 4% diretamente em ouro negociado na B3, o de 250g, “que é o mais líquido do mercado”.

fundos multimercado
Proteção em mercados derivativos de ouro foi estratégia dos fundos multimercado - Foto: Envato

O FI Caixa Indexa Ouro Multimercado LP, com rentabilidade de 5,81%, sugere, na análise de carteira feita por Pires, o investimento de 93,7% dos recursos em títulos públicos, além de outras operações em swap (troca de ativos) com ouro.

O Trend Ouro FIM ficou em décimo lugar entre os fundos multimercado mais rentáveis em fevereiro, com 5,76%, aplicando cerca de 40% da carteira em títulos públicos e 50% no fundo Trend ETF LBMA Ouro FI Índice IE, que permite seguir um ETF de ouro de Londres, em um mercado de balcão de atacado que negocia ouro e prata.

O especialista da SVN diz que os fundos atrelados a ativos que seguem a variação do ouro e do dólar estão brilhando, mas alerta que o movimento pode ser pontual, associado às tensões e incertezas de momento. “É o refúgio que os investidores procuram nesta hora de medo.”

Pires alerta, porém, que é um movimento que pode perder força se houver uma trégua na guerra na guerra entre Ucrânia e Rússia e, se isso acontecer, “o investidor pode estar entrando na alta, acompanhando o efeito ‘manada’, e se dar mal, com preços em baixa adiante”.

Os fundos multimercado campeões em fevereiro         

O BTG Pactual Economia Real Feeder I FIM encabeçou a lista de fundos multimercado de melhor desempenho ao acumular um rendimento de 62,07%. A estratégia vitoriosa consistiu na aplicação dos recursos em cotas de outros fundos de investimento escolhidos a dedo pelos gestores.

Em 19 meses de operação, o BTG Pactual Feeder fechou 10 meses no vermelho e 9 no azul. Sua maior rentabilidade foi essa de fevereiro, de 62,07%, e as quedas não foram tão expressivas, a maior delas foi de 3,91%, em setembro do ano passado.

A segunda posição do ranking, com rentabilidade de 20,23%, ficou com o PSS Espectro FIM CP IE. É outro produto que investe em cotas de fundos, mas com mais de 90% dos ativos ancorados no mercado internacional.

O CSHG Lexington Secondaries FIM CP IE, com ganho de 7,84%, ocupou o terceiro lugar, também com o investimento de mais de 85% dos recursos da carteira em ativos no exterior. Em quarto ficou o Vitreo Urânio FIM, com 7,26%, obtido pelo investimento de recursos da carteira em empresas relacionadas à extração do metal.

Um dos destaques do balanço, ainda que na posição intermediária do ranking, é o Chess Alpha FIC FIM, um dos que aparecem na lista dos dez mais rentáveis de fevereiro e do ano. Em fevereiro, ocupou a quinta posição, com 6,26%, e em dois meses do ano, a terceira, com 5,98%.

Chama a atenção ainda, fora a dupla colocação no ranking, a estratégia que sustentou o desempenho do fundo nos dois meses. “É a mesma com que iniciamos o ano, comprado em bolsa e vendido em dólar”, explica Vicente Matheus Zuffo, gestor do fundo. Uma estratégia que continua apostando na alta da bolsa e na queda do dólar para este mês.

O Chess Alpha FIC FIM foi o fundo multimercado com o pior desempenho em 2021, com rendimento negativo de 50,95%.  Um resultado deixado para trás na virada do ano, quando assumiu a vice-liderança em janeiro, entre os mais rentáveis, com rendimento de 20,63%.

O gestor diz que a dinâmica do mercado segue sem novidades.

“O grande ponto é a guerra na Ucrânia, que não estava precificada. Algo que o mercado vai avaliar a cada dia e colocar nos preços dos ativos.”

Vicente Matheus Zuffo - Chess Capital

Expectativas para março

Zuffo afirma que o Brasil está bem posicionado em relação ao conflito, com uma corrente de comércio baixa com a Ucrânia e a Rússia, e o risco estaria nos efeitos indiretos da crise geopolítica, “como a inversão do fluxo de investimentos, que poderiam voltar para países da Europa e outros, com o aumento da aversão ao risco.”

Para ele, a alta dos juros em curso no País é também um amortecedor de impacto da crise global e, por isso, mantém a mesma estratégia vitoriosa nos dois primeiros meses do ano para março. “Uma carteira comprada em ações e vendida em dólar.” Ele entende que os ativos brasileiros tendem a sofrer menos com a aversão ao risco. “A maioria das empresas em carteira têm a ver mais com a economia doméstica, podem sofre mais com a alta dos juros.”

O gestor diz que sua carteira está exposta a commodities como óleo e gás, por meio de Petrobras, PetroRio e 3R Petroleum Óleo e Gás RRRP3. E confessa estar menos em commodities, principalmente metálicas, do que gostaria. “Já tive mais posições em 2021, mas não penso em me posicionar no momento por causa da volatilidade.”

Dos 978 fundos multimercado pesquisados pela Mais Retorno - com mais de 60 cotistas, mais de R$ 17 milhões de patrimônio, mais de um ano em operação e abertos ao público -, 241 renderam acima de 1,30% em fevereiro.

Em termos líquidos, mesmo após o desconto de imposto de renda pela alíquota mais alta de 22,50%, esse grupo de fundos deve render acima do IPCA do mês, estimado ao redor de 1,00%, que será conhecido nesta sexta-feira. E também acima do CDI, benchmark desses fundos, que acumulou variação de 0,76% em fevereiro. Outros 226 fundos, do total de 978, acumularam rendimento negativo.

BTG Pactual lidera também no ano entre os fundos multimercado

O BTG Pactual Economia Real Feeder I FIM lidera na primeira posição também o ranking do ano, com rendimento de 62,15%. Três fundos renderam mais de 20% e quatro mais de 10%. O décimo da lista é o Crusader IE FIC FIM CP, com 9,74%. Todos acumularam rendimento acima do CDI, o benchmark, que teve variação de 1,49% no período. 

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Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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