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100 dias de guerra
Mercado Financeiro

Expectativa de diálogo entre Rússia e Ucrânia para cessar-fogo deve seguir animando o mercado

Valorização das commodities nos mercados internacionais também vem sustentando a alta na B3

Data de publicação:03/03/2022 às 00:30 -
Atualizado 3 anos atrás
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A tendência do mercado financeiro deve continuar sendo ditada pelo vaivém de notícias sobre a guerra na Ucrânia, que completa uma semana. Uma perspectiva de diálogo entre as partes ainda esta semana para uma tentativa de cessar-fogo é uma delas.

Porém, horas antes dessa tentativa a capital da Ucrânia, Kiev, voltou a ser alvo de bombardeios no início desta quinta-feira, 3, quando sirenes votaram a soar em diversas cidades pelo país, alertando sobre o risco de ataques aéreos. E os mercados já reagiram a essa notícia, com os futuros americanos em queda e as bolsas europeias na mesma toada.

Mercado
Mercado deve continuar reagindo ao vaivém de notícias da guerra na Ucrânia - Foto: AFP

No oitavo dia de invasão russa, na região de Kharkiv, 34 civis morreram nas últimas 24 horas, segundo os serviços de emergência.

Futuros/bolsas americanas

  • S&P 500: -0,26%
  • Dow Jones: -0,42%
  • Nasdaq 100: -0,23% (dados atualizados às 7h36)

Bolsas europeias/principais praças financeiras

Stoxx 600 (Europa): - 0,60%
FTSE 100 (Londres): -0,48%
DAX (Frankfurt): -1,08%
CAC 40 (Paris): -0,43% (dados atualizados às 7h37)

Idas e vindas das ações de commodities também influenciam o mercado

Influencia o mercado de ações ainda as idas e vindas das cotações de commodities, como petróleo e minério de ferro, cujas altas beneficiam companhias exportadoras como a Petrobrás e a Vale. 

Em um cenário de tensão geopolítica crescente com o conflito no Leste da Europa, de declarações em tom ameaçador do presidente Putin e aperto no cerco de sanções econômicas contra a Rússia, a persistente valorização desses produtos no exterior tem dado suporte ao Ibovespa.

Escorada na forte alta de Petrobras e Vale, puxada pela nova escalada dos preços de commodities no mercado internacional, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, movimentou um pregão de meio expediente positivo na volta da pausa do carnaval. E embicou de novo acima da linha de 115 mil pontos, com fechamento em 115.173 pontos, alta de 1,80% no dia.

Especialistas avaliam que, apesar das incertezas e tensão crescente com o conflito na Europa, Petrobras e Vale seguem destoando do cenário de instabilidade e se beneficiando da valorização dos produtos que exportam. Os preços de minério de ferro e petróleo sobem pressionados pela expectativa de que o prolongamento da guerra na Ucrânia possa vir a reduzir a oferta desses produtos no mercado global.

Mercado local recebe recursos estrangeiros

As ações dessas duas companhias são também as mais procuradas pelos investidores estrangeiros, que continuam ingressando recursos para a compra de ações no mercado doméstico. A preferência, segundo especialistas, se deve à elevada liquidez dos papeis, de empresas com receitas em dólar, um ativo que serve de proteção contra incertezas.

Pressionado pelo fluxo de entrada de divisas, o dólar recuou 0,94%, negociado por R$ 5,11 na venda.

A recuperação das bolsas internacionais, em meio a expectativas de nova rodada de negociação entre ucranianos e russos ainda esta semana para tentar um cessar-fogo, também contribuiu para o desempenho da B3. 

Ainda de acordo com analistas, o mercado recebeu bem a fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que acenou com uma alta de 0,25 ponto nas taxas de juro de curto prazo no próximo encontro de política monetária, neste mês. Muitos investidores temiam um aumento mais agressivo da taxa básica dos EUA, de 50 pontos-base.

O índice Dow Jones fechou com alta de 1,79%, em 33.891 pontos; o S&P 500 avançou 1,86%, para 4.386 pontos, e o Nasdaq, da bolsa eletrônica, subiu 1,62%, para 13.752 pontos.

Bolsas asiáticas fecham em alta nesta quinta-feira

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, 3, seguindo o desempenho positivo de Nova York na véspera, após o presidente do Fed defender um aumento de juros mais moderado. Na China, por outro lado, os mercados ficaram no vermelho após dados fracos de atividade do setor de serviços. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Fechamento/bolsas asiáticas

  • Nikkei (Tóquio): +0,70% (26.577 pontos)
  • Hang Seng (Hong Kong): +0,55% (22.467 pontos)
  • Kospi (Seul): +1,61% (2.747 pontos)
  • Taiex (Taiwan): +0,37% (17.934 pontos)
  • Xangai Composto (China continental): -0,09% (3.481 pontos)
  • Shenzhen Composto (China continental): -0,83% (2.294 pontos)
  • S&P/ASX 200 (Sydney): +0,49% (7.154 pontos)
Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.