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Estados Unidos entram em recessão técnica com contração no PIB do 2° trimestre: saiba como investir para proteger o seu patrimônio

Inflação persistente e juros altos levaram o país a registrar queda de 0,9% no PIB do segundo trimestre

Data de publicação:28/07/2022 às 14:05 -
Atualizado um ano atrás
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A recessão técnica de um país ou uma região é caracterizada por uma sequência de dois trimestres de contração no Produto Interno Bruto (PIB), explicam especialistas. Neste sentido e de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Comércio na manhã desta quinta-feira, 28, os Estados Unidos entraram em recessão técnica no segundo trimestre de 2022, após registrar queda de 0,9% no PIB do período.

Essa foi a primeira leitura que o departamento realizou do indicador de crescimento econômico no país entre abril e junho. No trimestre passado, a maior economia do mundo registrou queda de 1,6% em seu PIB. As causas deste cenário são a inflação elevada e o ciclo de aperto monetário promovido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) - que, na véspera, elevou as taxas de juros a um nível entre 2,25% e 2,50% ao ano.

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Recessão econômica deve atingir não apenas os Estados Unidos, mas todo o mundo | Foto: Reprodução

Com tantas incertezas, muitos investimentos vêm sendo castigados. Os principais índices acionários americanos vêm despencando desde o começo do ano com as perspectivas que tomam conta do mercado. A queda da renda variável pode ser observada em outros lugares também, como Europa, Ásia e outros mercados emergentes, inclusive o Brasil.

Neste contexto, o investidor pode ficar indeciso sobre as melhores opções para proteger o patrimônio diante de uma iminente recessão na maior economia do mundo - que pode se alastrar em nível global. No entanto, especialistas ouvidos pela Mais Retorno garantem que há diversos investimentos que são indicados para passar pelo momento de crise.

Recessão à vista nos Estados Unidos?

Em análise, o BTG Pactual destaca que, apesar da recessão técnica, não considera que o primeiro semestre do ano foi de recessão para os Estados Unidos, dados os fortes números de consumo e mercado de trabalho aquecido. No entanto, bancos e especialistas ao redor do mundo estimam que há cerca de 50% de chance de que o país viva um período de retração mais forte entre o último semestre deste ano e o primeiro de 2023.

Para Roberto Dumas, estrategista-chefe do Voiter, é inevitável que não apenas os Estados Unidos, mas todo o mundo, passem por um período de baixo crescimento no próximo ano, o que começa a caracterizar uma recessão. O especialista explica que essa situação começa justamente com a forte e persistentes pressão inflacionária que atinge o país americano e tantos outros.

Dumas pontua que, com o fim do pior momento da pandemia, houve um choque na cadeia produtiva global. Com as medidas de isolamento social adotadas para conter o avanço da covid-19, muitas cadeias de produção foram impactadas negativamente, com menos mão-de-obra e sem atingir sua capacidade máxima de entrega.

A volta à normalidade pós-pandemia, no entanto, não ocorreu na mesma velocidade que a volta da oferta. Além disso, problemas de oferta de energia vinda da China e, posteriormente, a guerra da Rússia contra a Ucrânia, desestabilizaram ainda mais a oferta de muitas commodities, com destaque para o petróleo, que é a principal fonte de energia utilizada pelo mundo.

Assim, a cotação da commodity disparou e o preço foi repassado para todas as economias e, também, para diversas outras cadeias produtivas, da indústria ao comércio, já que o petróleo é responsável até pela logística dos produtos. É neste contexto que a inflação americana ganha força, assim como em outros países. O estrategista do Voiter ressalta que os níveis inflacionários nos Estados Unidos já chegaram ao mesmo patamar que os observados em mercados emergentes.

Inflação X Juros X Crescimento

De acordo com Dumas, a principal consequência da inflação elevada é a elevação das taxas básicas de juros. No Brasil, o Banco Central se antecipou e a taxa Selic já está em 13,25% ao ano, perto dos maiores níveis históricos, e com perspectivas de novas altas. Nos Estados Unidos, porém, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) acabou de começar com ciclo de aperto monetário.

O mercado já precifica que os juros naquele país podem chegar ao nível de 4% ao ano em breve, algo que os americanos não estão acostumados. Juros mais altos tornam o crédito mais caro, o que impacta tanto a população quanto as empresas, e uma de suas consequências tende a ser a redução na atividade econômica, reduzindo, também, o crescimento do PIB.

Que investimentos escolher para se proteger da recessão nos Estados Unidos?

As consequências do cenário macroeconômico nos Estados Unidos, entretanto, não ficam restritas àquele país. Com os juros mais altos, os rendimentos das Treasuries (títulos públicos americanos, tido como os mais seguros do mundo) também sobem. Essa valorização tende a levar (e já está levando) a uma migração dos investidores dos ativos de risco para os títulos mais seguros, o que deprecia não apenas as bolsas de valores, mas também a moeda de outros países.

Isso também está acontecendo no Brasil, onde o dólar já voltou a ser negociado no patamar de R$ 5,40. Neste contexto, Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners, destaca que os investimentos direto nas Treasuries podem ser uma boa opção para os investidores que querem ter um rendimento na moeda americana, mas sem necessariamente estar exposto às oscilações das taxas de câmbio.

Fundos de investimento que podem ser boas opções

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, destaca que os fundos de investimento multimercado, disponíveis em mercado brasileiro, e que têm alocações em títulos americanos e em dólar também são boas opções para surfar nas altas dos rendimentos das Treasuries e, ao mesmo tempo, promover uma proteção do capital contra a valorização acentuada da moeda americana em detrimento do real.

Segundo Braz, ainda são opções interessantes alguns fundos imobiliários americanos, principalmente os fundos Mortgage, que correspondem aos fundos de papel no Brasil. Esses fundos imobiliários não negociam os ativos físicos em si, como prédios e shoppings, mas sim títulos ligados ao crédito do setor imobiliário americanos, como as hipotecas.

O especialista da Urca explica que esses fundos Mortgage estão, atualmente, passando por um movimento de redução de capital com o objetivo de reduzir a alavancagem das operações. Dessa forma, o patrimônio do fundo também tem caído e, com isso, cai a cotação em bolsa. Braz afirma que isso não significa que os ativos estão se deteriorando. "Continuam com uma boa qualidade, mas estão em um momento de boa oportunidade de compra", diz ele.

Mercado acionário oferece boas oportunidades

Os especialistas destacam que o setor financeiro tende a se beneficiar do período de juros mais altos nos Estados Unidos. Roberto Dumas explica que, com as taxas elevadas lá fora e o dólar em alta, o Brasil tende a continuar sofrendo com uma inflação importada. Dessa forma, o Banco Central terá dificuldades em promover uma redução da taxa Selic de forma rápida, mantendo os juros altos ainda por algum tempo.

Cruz pontua que, neste sentido, os bancos conseguem cobrar mais pelos serviços que presta para seus clientes, como os financiamentos e os empréstimos, o que pode resultar em aumento nas receitas e nos lucros. Assim, as ações de grandes instituições financeiras, principalmente as brasileiras, se mostram como mais resilientes para passar pelo momento de instabilidade na economia global.

Em contrapartida, Caio Braz ressalta que as bolsas de valores americanas, que já passaram por um longo período de desvalorização desde o começo do ano, também oferecem boas oportunidades com as empresas de qualidade e bem estruturadas, também chamadas de empresas de valor, que estão bastante descontadas e baratas em relação as suas cotações históricas.

Renda fixa brasileira contra a recessão nos Estados Unidos

O estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA, Lucas Queiroz, em carta enviada pela asset aos investidores, destaca que as incertezas presentes no cenário econômico global seguem apontando para taxas de juros mais elevadas e, por isso, sua estratégia de investimentos continua sendo mais conservadora, com foco nos títulos da renda fixa brasileira.

Em relação aos títulos pós-fixados, a casa segue otimista. "As difíceis discussões no lado fiscal e a pressão na moeda podem dificultar a missão do Banco Central de promover redução no nível da Selic em um futuro próximo, fazendo com que esta classe propicie liquidez para aguardar o desenrolar do cenário, e elevada rentabilidade, binômio que não pode deixar de ser desfrutado pelo investidor”.

Sobre os títulos prefixados, Queiroz afirma que a casa prefere "posições pequenas e concentradas na parte curta da curva de juros. Entendemos que essa é a forma mais segura de obter retornos acima dos pós-fixados em um cenário de arrefecimento da inflação doméstica".

Em relação aos títulos IPCA+, o especialista considera que os ativos "ficaram comprometidos", impactados pelas medidas de redução de impostos implementadas pelo governo.

"Continuamos a entender que o vértice de 2026 é o melhor lugar para estar na curva de NTN-Bs, oferecendo distanciamento suficiente para não ter dinâmica integralmente indexada à trajetória do carrego de inflação e prazo não tão longo, minimizando riscos em um cenário como o atual."

Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA

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Sobre o autor
Bruna Miato
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