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balanços trimestrais
Empresa

Como virão os balanços trimestrais das empresas de saúde no 1TRI22? Confira

Testes de covid-19 e movimento de M&A compensaram a sazonalidade do setor no período

Data de publicação:27/04/2022 às 00:30 -
Atualizado 2 anos atrás
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A temporada de balanços trimestrais no Brasil segue em curso, com companhias de diversos segmentos apresentando seus resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano.

Para as empresas do setor de saúde - ligado à indústria farmacêutica - a expectativa sobre os números não é de grandes surpresas, mas é positiva.

balanços trimestrais
XP espera um incremento de 40% nas receitas da Hypera no período, segundo relatório - Foto: Reprodução

De acordo com um relatório da XP sobre o tema, a covid-19, fator que influenciou diretamente nos resultados da indústria farmacêutica em 2020 e 2021, parece ter reduzido sua força de impacto e devem mostrar esses reflexos nos balanços trimestrais.

No entanto, na visão do analista de saúde, educação e small caps da casa, Rafael Barros, a curta onda de infecções durante o período de festas refletiu sobre a demanda de exames e por remédios contra a gripe no trimestre.

“Assim, esperamos que fatores específicos de cada empresa tenham um papel importante nos resultados do 1T22”, aponta Barros.

Confira o calendário completo de divulgação dos balanços trimestrais corporativos do período AQUI.

Sem grandes movimentações

De acordo com o especialista, não há muitas “boas notícias” para o segmento de indústria farmacêutica, mas também não há grandes fatores negativos que devem impactar nos balanços trimestrais das companhias do setor.

Para Barros, a expectativa é de resultados neutros para a Hypera e Blau, por razões diferentes.

“Para a Hypera, um aumento de 40% no Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na comparação anual será totalmente consumido pelo seu resultado financeiro. Já para a Blau, uma escassez duradoura de imunoglobulina está dificultando o crescimento da receita. Mas o cronograma de entregas de alfaepoetina está adiantado, compensando parte do impacto”, avalia.

Rafael Barros, da XP

Testes de covid-19 e aquisições

De acordo com o relatório da XP, os testes de covid-19 e o movimento de M&A (fusões e aquisições, na sigla em inglês) mais do que compensaram a sazonalidade que o setor costuma enfrentar no primeiro trimestre de 2022.

Somente em 2021, conforme dados do BTG Pactual, foram 32 fusões ou aquisições anunciadas por companhias do setor. E os especialistas acreditam que essa forte movimentação deve continuar neste ano.

“No segmento de medicina diagnóstica, os números dos primeiros trimestres dos anos tendem a ser negativamente impactados pelo menor número de dias úteis. No entanto, um aumento das infecções por covid entre meados de dezembro e início de janeiro proporcionou uma demanda adicional de testes, que, combinada com as recentes aquisições, devem compensar a sazonalidade negativa”.

Barros, analista da XP

Expectativas dos balanços das principais empresas de saúde

Hypera (HYPE3)

A expectativa, de acordo com o documento da casa de análises, é que, como a sazonalidade desempenha um papel importante para o segmento de indústria farmacêutica para o varejo ao longo dos trimestres, a Hypera apresente melhorias sólidas em relação ao mesmo período do ano anterior, porém bem abaixo dos números do quarto trimestre de 2021.

“A receita líquida deve crescer 26% ao ano, principalmente devido ao sólido desempenho dos medicamentos contra a gripe e aquisições realizadas. Esperamos que a margem Ebtida ajustada aumente 3,5 pontos porcentuais na comparação anual, dado que a diluição das despesas de vendas deve mais do que compensar a inflação de custos”, enfatiza o analista.

No entanto, em relação ao lucro líquido, a XP avalia que as altas taxas de juros, combinado ao atual endividamento líquido da empresa – R$ 4,6 bilhões – podem comprometer as melhorias operacionais, “resultando em lucro estável em relação ao ano anterior”.

Blau (BLAU3)

Segundo Barros, a estimativa é que a Blau apresente uma queda na receita líquida de 5% na comparação anual e de 12% em relação ao trimestre anterior, por conta da escassez de imunoglobulina, que foi parcialmente compensada por um aumento nas entregas de alfapoetina.

“Esperamos que a margem Ebtida aumente 10,3% na comparação anual, para 36,4%, devido ao câmbio, dado que alguns dos custos da operação são em dólar. Soma-se a isso um mix de receitas com maior participação de alfapoetina”, ressalta.

Por outro lado, os instrumentos de hedge da empresa, combinados com o câmbio, podem resultar em maiores despesas financeiras, o que pressiona os resultados.

“Estimamos um lucro líquido de R$ 58 milhões, queda de 32% em relação ao mesmo período de 2021”, prevê.

Fleury (FLRY3)

Sobre a rede Fleury, a XP projeta um aumento de receita de 19% no primeiro trimestre de 2022 ante o mesmo período de 2021, estimulado pelos testes de covid-19 e aquisições fechadas nos últimos 12 meses.

Em relação à margem Ebtida, a casa de análises espera uma queda de 2,6% na comparação trimestral anual e de 3,6% sobre os três últimos meses de 2021, “devido a uma mudança de mix, dado que a vertical de novos negócios gera margens menores”.

Sobre o lucro líquido da empresa, a XP projeta R$ 101 milhões, recuo de 15% no confronto anual e de 43% sobre o último trimestre de 2021. “O resultado deve ser impactado negativamente pelo endividamento líquido da empresa, combinado a altas taxas de juros”, enfatiza Barros.

Pardini (PARD3)

Segundo a XP, a expectativa é de que a rede apresente alta de 10% na receita, impulsionada não somente pelos testes de covid-19 e aquisições, mas também pelo aumento de preços dos serviços e por conta da frente de toxicologia, que “deve ser um driver de crescimento especialmente na base anual”.

“Esperamos que a margem Ebtida seja de 24,2% no trimestre, alta de 2% sobre os três primeiros meses de 2021, principalmente devido à alavancagem operacional e consequente diluição de custos e despesas”, diz o analista.

No entanto, a XP espera que o lucro líquido da companhia aponte queda de 7% na comparação anual, “por conta do endividamento controlado da Pardini em meio ao ciclo de alta de juros”.

Alliar (AALR3)

Sobre a Alliar, a XP projeta uma estagnação na receita, com ligeira recuperação na comparação anual na demanda por exames de ressonância magnética, “que foi compensada por uma queda nos serviços de análises clínicas e testes de covid-19".

“Esperamos que a margem Ebtida ajustada cresça 5,9% na amostragem ano a ano, embora não o suficiente para garantir um lucro líquido positivo”, enfatiza Barros.

A Alliar foi alvo de uma oferta de aquisição, que, de acordo com a XP, acabou sendo aceita por seus acionistas controladores, que receberão R$ 20,7 por ação.

“A companhia anunciou este mês que a transação acionará o mecanismo de tag-along (garantia de venda das ações) e, portanto, não esperamos que o preço das ações reflita os fundamentos da empresa”, conclui.

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Sobre o autor
Julia Zillig
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