Bolsa cai 0,88% com commodities no exterior por mais um dia; dólar sobe 0,76%
Preços das commodities caem com novo surto e covid na China e guerra no Leste Europeu
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou com queda de 0,88% aos 108.959 pontos. Desta vez, nem mesmo o tom mais positivo das bolsas internacionais conseguiram segurar o Ibovespa, derrubado por mais um dia pelas gigantes de commodities, Vale e Petrobras, que continuaram sendo afetadas pela queda do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional.
As ações da Vale caíram 2,87%, e as de Petrobrás, 2,42%. As duas exercem um peso de mais de 22% na composição do índice, considerando as preferenciais e as ordinárias da petroleira. Os preços dos produtos estão em queda tanto pelos entraves nas negociações entre Rússia e Ucrânia como também pela perspectiva de novos lockdowns na China com avanço de nova onda de covid em algumas cidades. Dois movimentos que sugerem um desaquecimento na economia global.
Mas não foi só isso, está pesando no mercado doméstico o temor com os índices de inflação e a expectativa com alta ainda maior dos juros. Amanhã o Comitê de Política Monetária anuncia a nova Selic, e os investidores esperam por uma alta de 1 ponto porcentual, elevando o juro básico da economia para 11,75% ao ano. Mas algumas apostas indicam um ajuste maior diante do comportamento dos preços.
Lá fora, as bolsas americanas fecharam em alta, e as europeias reduziram as perdas no fechamento, com os números da inflação nos EUA, que vieram abaixo do esperado, ressalta Dennis Esteves, especialista em Renda Variável da Blue3. A alta dos preços na economia americana, medida pelo PPI (preços ao produtor), foi de 0,8% em feveireiro e foi entendido pelo mercado como um alívio, uma pequena trégua da inflação, que é a maior em 40 anos, sem ajuste nos juros.
Com isso, as bolsas de Nova York fecharam em forte alta: Dow Jones subiu 1,82%, S&P 500, 2,14% e a Nasdaq, 2,00%.
A expectativa é grande com o ajuste dos juros que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve promover amanhã, na Super Quarta, porque será anunciada também aqui a nova Selic. Esteves explica que, com a guerra no Leste Europeu que já está desacelerando a economia, os bancos centrais tendem a suportar a inflação por mais tempo, sem aumentar tanto os juros.
O dólar deu mais um pulinho, de 0,76% e ficou cotado a R$ 5,16.