Bolsa cai 0,29% com Petrobras e inflação; dólar sobe 0,53%
Rumores sobre a demissão do presidente da Petrobras interromperam recuperação do Ibovespa no fim dos negócios
Depois de trafegar pelo vermelho por boa parte do dia, com queda nos preços do petróleo lá fora e projeções mais altas para a inflação doméstica, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, até ensaiou uma recuperação no fim da tarde, mas foi impactada pelos rumores de demissão do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna. No encerramento dos negócios, o Ibovespa fechou em queda de 0,29%, aos 118.737 O dólar teve um dia de valorização, fechou com alta de 0,53%, cotado a R$ 4,77.
Um dos principais vetores de queda para o mercado de ações ao longo desta segunda-feira foi a queda do petróleo no mercado internacional de mais de 7%, motivada pelo novo surto de covid-19 na China que provocou o fechamento das atividades em Xangai, destaca o especialista em Renda Variável da Blue3, Artur Borges.
A perspectiva de redução da atividade econômica e, portanto, de uso da commodity na segunda maior economia do mundo levou a uma depreciação de suas cotações. O movimento bateu direto nos preços de Petrobras por aqui: as PETR4 fecharam com queda de 2,17%, e as PETR3, de 2,63%.
A melhora do humor nas bolsas americanas ajudavam a B3 a engatar uma ligeira alta no fim do pregão, quando começaram a circular informações de que o presidente Bolsonaro havia decidido demitir o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, segundo o especialista da Blue3.
O mercado encerrou os negócios sem ter a confirmação oficial dessa informação, mas já noticiada por alguns veículos de imprensa.
A revisão para cima das projeções de inflação para este ano também pesou sobre o mercado de ações: segundo o Boletim Focus do Banco Central, analistas e economistas subiram de 6,59% na semana anterior para 6,86% nesta segunda. As estimativas da Selic continuaram em 13%.
Números que destoam das estimativas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que dão conta de um último ajuste da Selic em maio, levando-a para 12,75% ao ano.
Lá fora, os mercados operaram com expectativas sobre dados do emprego e da inflação nos EUA, de acordo com Borges. No fechamento, as bolsas americanas fecharam no azul: Dow Jones apresentou alta de 0,27%, S&P500, de 0,71%, e Nasdaq, de 2,16%. Comportamento que foi ajudado pela queda dos juros em contratos mais longos, de 30 anos.
Destaques do Ibovespa
Entre so destaques do dia apareceram os frigoríficos, a maior alta foi de Marfrig, com alta de 4,02%, seguida por Minerva Foods, com valorização de 3,66%. Estiveram ainda entre as cinco maiores altas, Assaí, 3,35%, Ambev, 2,93%, e Weg, 2,53%.