Ações de varejo podem valorizar após dados do 2° tri com forte recuperação
Continuidade da retomada do crescimento deve incrementar os ganhos das grandes empresas do setor na Bolsa
O setor varejista mostrou indicativos de recuperação de sua atividade nos meses de abril, maio e junho deste ano. E esse movimento de retomada, que deve ganhar mais força nos próximos meses, tende a valorizar os papéis das principais companhias do mercado.
Segundo os analistas do BTG Pactual, em relatório sobre o varejo e seus resultados do segundo trimestre, o desempenho do setor, apesar de superior, foi afetado pelas incertezas que permeiam a economia brasileira. Porém, com a reabertura do mercado, a trajetória ascendente deve engatar em uma ascendente nos próximos trimestres do ano.
No segundo trimestre, de acordo com o banco, os resultados dos balanços foram incorporados parcialmente no comportamento das ações de algumas empresas cobertas pelo BTG, “mas que ainda apresentam mais espaço para valorização”.
De acordo com a casa de análise, empresas do setor com balanços patrimoniais mais sólidos e com maior poder de barganha com os fornecedores foram favorecidas pela pandemia.
“Embora o crescimento ainda seja comedido também no terceiro trimestre, o que poderia pesar no desempenho das ações, ainda vemos o setor varejista como uma performance mais positiva no médio e longo prazo”, enfatizam.
Sinalizado anteriormente pelos analistas, o BTG segue reforçando sua aposta em quatro tendências principais que devem influenciar os investimentos do setor.
Entre elas, os números das principais empresas de e-commerce, após um forte crescimento em 2020; o ritmo de recuperação de segmentos discricionários, como varejo de vestuário, que apontaram forte queda nas vendas durante a pandemia; a resiliência de atividades que se beneficiaram do auxílio emergencial, como o varejo de alimentos e material de construção; e os movimentos de fusões e aquisições entre as varejistas.
Para o BTG, a aceleração da campanha de vacinação deve proporcionar melhorias contínuas sob o ponto de vista do consumo, prejudicado pela menor disponibilidade de renda, redução do auxílio e elevação do desemprego.
M&A
Os analistas destacam a tendência de consolidação entre os varejistas, por meio de M&A (fusões e aquisições em inglês), “o que também deve impulsionar a obtenção de números melhores nos próximos trimestres”, avalia o banco.
Os últimos movimentos nesse sentido foram feitos por grandes companhias do mercado, como o Grupo Soma, Lojas Americanas, Arezzo, entre outras. Além disso, a Lojas Renner também realizou um follow-on bem-sucedido de R$ 4 bilhões.
Para o BTG, o sucesso no mercado de e-commerce, que é altamente competitivo, dependerá da oferta de propostas de valor diferenciadas, promoção de maior engajamento dos usuários, incrementos na gama de serviços e produtos e melhorias nos níveis de serviço.
“Isso significa obter maior monetização do GMV (volume bruto de mercadorias, em português), variável importante para esse mercado”.
Oportunidades
O banco aposta em uma carteira de varejistas com um misto de empresas mais resilientes com outras que têm uma perspectiva mais volátil, como Arezzo, Track&Field, Lojas Renner e Assaí.
Na visão dos analistas, ao observar a retomada da normalidade nos ganhos das empresas, o enfraquecimento e o desempenho de alguns nomes de maior destaque do setor varejista podem oferecer oportunidades de investimento.
“Para este ano, temos uma cesta de ações top pick do setor como Arezzo, Magazine Luiza, Lojas Quero Quero e Grupo Mateus”, concluem.