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Vendas do varejo sobem 0,8% em janeiro ante dezembro, afirma IBGE
Economia

Varejo deve continuar crescendo, dizem analistas; veja as empresas indicadas

Continuidade do auxílio emergencial deve favorecer o setor, desemprego e alta dos juros podem atrapalhar

Data de publicação:08/07/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Embora tenha ficado abaixo dos números projetados pelo mercado, o crescimento do setor de varejo em maio, de 1,4,% segundo o IBGE, parece ter sido bem-recebido pelos analistas, que continuam apostando em continuidade de bons resultados para o segundo semestre. A performance deve influenciar positivamente as ações de várias empresas varejistas. Veja por quê.

Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos destaca que após ter apresentado uma contração no início deste ano, resultado da piora da crise sanitária e restrições de mobilidade, o setor de varejo mostra um certo vigor, meio inesperado até: “As vendas no varejo brasileiro cresceram 3,8%, um sinal adicional de retomada do setor”, afirma ele.

Foto: envato
Posicionamento em papeis de supermercados é recomendado para fazer frente à inflação

Quando a comparação é feita com maio do ano passado a expansão das vendas foi de 26,1%, com a ressalva de que a base de cálculo estava muito deprimida pela chegada da covid-19 no País, com a adoção de lockdown e paralisação das atividades econômicas, o que reduziu drasticamente o consumo das famílias. Daí porque o desempenho dispara com o mesmo mês de 2020.

Dos dez segmentos varejistas acompanhados pelo IBGE, nove registraram crescimento em maio. “Apenas a atividade de “artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos” exibiu queda de 1,4%, mas os resultados anteriores haviam sido bastante sólidos”, explica o economista.

Os destaques positivos, segundo ele, foram os segmentos de “tecidos, vestuário e calçados”, “combustíveis e lubrificantes”, que subiram 16,8% e 6,9%, respectivamente, além de “outros artigos de uso pessoal, móveis e eletrodomésticos”.

Perspectivas para o varejo

Os economistas da Boa Vista, bureaux de serviços de proteção ao crédito, acreditam que os resultados dos próximos meses serão beneficiados pela prorrogação do auxílio emergencial até outubro. Em contrapartida, poderão impactar negativamente o varejo o comportamento do mercado de trabalho que, embora tenha registrado estabilidade entre março e abril, ainda são fracos, com nível elevado de desemprego.

Também poderá pesar na expansão do setor a expectativa de continuidade de elevação dos juros, encarecendo o crédito e inibindo o consumo, afirmam os profissionais da Boa Vista. “O rumo da inflação é incerto e o discurso menos tolerante do Comitê de Política Monetária fez com que algumas instituições revisassem para cima as expectativas relacionadas à Selic. Há quem acredite que a taxa básica de juros possa encerrar 2021 acima de 7%.

Já para o economista da XP, as vendas no varejo devem continuar em trajetória altista ao longo do 2º semestre, respaldadas pelos avanços na campanha de vacinação da população contra a covid-19, retomada das atividades econômicas e recuperação do mercado de trabalho.

“No entanto, acreditamos que o ritmo de crescimento do comércio será mais moderado nos próximos meses, uma vez que maior proporção do consumo das famílias será direcionado ao setor de serviços, com gastos em restaurantes, viagens, eventos, entre outros”, afirma Margato.

Foto: Shopping São Luiz / Reprodução
Setor de calçados deve ser um dos mais favorecidos na reabertura da economia pela demanda reprimida

Nesse cenário, a categoria de vestuário e calçados deve ser uma das principais favorecidas do movimento de reabertura da economia, segundo o economista da XP. A demanda reprimida por produtos do setor desde o ano passado deve contribuir para resultados positivos das empresas do setor nos próximos trimestres, sendo que muitas delas já se sobressaíram este ano em datas comemorativas como dia das mães e dia dos namorados.

Para fazer frente à alta da inflação, Margato sugere posicionamento em papeis do setor de supermercados, com preferência pelo atacarejo, que se beneficia da recuperação da demanda de pequenos negócios como bares, restaurantes e transformadores, e deve capturar a mudança de canal dos consumidores, que buscarão por uma opção de melhor custo-benefício frente ao aumento de inflação e restrição de renda.

O economista destaca o setor de medicamentos que vem de uma sólida performance e pode, ainda, ser favorecido pelo reajuste dos preços de medicamentos no curto prazo

Recomendações XP

A seguir estão as principais ações do setor, com a indicação para cada uma delas feita pelo time da XP Investimentos

E-commerce

COMPRA: Enjoei, Mosaico, B2W, Lojas Americanas

NEUTRO: Magalu, Via Varejo

Consumo

COMPRA: Arezzo & C, C&A, Grupo Soma, Vivara

NEUTRO: Lojas Renner

Supermercado

COMPRA: Assaí, Grupo Mateus

NEUTRO: Carrefour, Grupo Pão de Açúcar

Farmácia

COMPRAS: d1000, Pague Menos

NEUTRO: Raia Drogasil

Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.