GMV (gross merchandise volume)
O que é GMV?
GMV (Gross Merchandise Volume) é o Volume Bruto de Mercadoria, métrica própria dos e-commerces que ajuda no controle das vendas e é referente à receita gerada em intervalos de tempo específicos. É o produto da mercadoria bruta vendida e os preços cobrados por ela.
Se você costuma investir em ações de empresas do varejo, que, geralmente, também trabalham com o comércio digital, é essencial ler o GMV nos relatórios financeiros. Esse tipo de comércio tem se mostrado cada vez mais lucrativo, especialmente quando se adota o dropshipping.
Como calcular o GMV?
GMV = preço de venda x número de produtos ou número de transações totais x AOV (valor médio do pedido).
Lembrando que AOV é Average Order Value, outro indicador do e-commerce. É o valor médio dos pedidos feitos no site. Para se chegar no AOV, divida o valor total em reais gerado pelas vendas pelo número de vendas realizadas, em um determinado período.
Passando para a prática, o GMV pode ser calculado de uma maneira muito fácil.
Vamos tomar como exemplo uma loja virtual de papelaria. Na categoria escolar, os cadernos para anotações são vendidos a R$ 20 cada e existem 300 unidades no estoque. Portanto, o GMV é igual a 20x300, ou seja, R$ 6000.
Um caso real: o GMV da Magazile Luiza, no terceiro trimestre de 2020, foi de R$ 700 milhões no segmento de aquisições para o SuperApp, o novo app da empresa que integra várias lojas parceiras em um só lugar.
Críticas ao GMV
Há controvérsias quanto às vantagens de analisar o GMV. Alguns especialistas afirmam que quando empresas consideram a GMV como uma métrica principal de crescimento, elas são motivadas a vender produtos de ticket maior, como eletrônicos, já que eles ajudam a aumentar o valor total da transação.
O perigo de focar em produtos caros são as suas margens mais baixas, comparado com os cadernos do exemplo anterior, por exemplo.
Além disso, por ser um indicador simples, não entram no cálculo do volume bruto de mercadoria os descontos aplicados em certas vendas, os impostos e os custos por devoluções de produtos defeituosos. Isso significa que o GMV não deve ser analisado de forma isolada, mas em conjunto com outras métricas igualmente importantes.
Como analisar o GMV para investir em empresas de varejo?
Provavelmente você já ouviu falar na Via Varejo (VVAR3) e Magazine Luiza (MGLU3). São empresas que trabalham com e-commerce e são relevantes tanto para os investidores que apostam nelas como para os que preferem organizações perenes. Isso porque algumas são consideradas big players, como a VVAR3 que, sozinha, controla a Casas Bahia e o Ponto Frio.
Seja qual for o lado que você escolher, é interessante se embasar nos seguintes índices perante esta análise, além do GMV:
- Same Store Sales (SSS)
Indica o crescimento das lojas que opera há um ano ou mais, ou seja, apresenta o quanto as vendas aumentaram nas mesmas lojas em relação ao período anterior. Dessa forma, uma varejista pode apresentar aumentos contínuos na receita ao abrir mais filiais, no entanto, não investe nas unidades existentes. Isso é focar em quantidade, não em qualidade, o que não favorece a empresa.
- Like-for-like Sales (Vendas LFL)
A rigor, tem o mesmo significado da SSS, mas, no seu cálculo, podem ser excluídos os novos produtos. A ideia é verificar a evolução financeira apenas dos produtos existentes na mesma loja. Assim, este indicador auxilia a identificar quais produtos ou divisões de uma empresa estão contribuindo para seu crescimento e quais estão ficando para trás.