60% dos fundos DI mais rentáveis do mercado cobram taxa de administração
Lista com 10 fundos líderes do setor tem 6 fundos com taxa de até 0,5% e 4 são isentos
Entre os 10 fundos DI mais rentáveis do mercado em 12 meses, 6 cobram taxas de administração e 4 isentam o cotista dessa despesa. São fundos com aporte exclusivamente em título de dívida pública (emitidas pelo governo), e a maioria que está no topo de rentabilidade nesse período se destaca por ter a taxa, mas em troca oferece retorno superior ao dos fundos com taxa zero.
O levantamento foi realizado na plataforma da Mais Retorno, com 132 fundos, em funcionamento há mais de um ano, abertos ao público e com patrimônio a partir de R$ 20 milhões, e a comparação foi feita em vários períodos: no de 24 meses, a predominância é dos fundos isentos entre os de maior retorno. Já em 12 meses, até dia 14 de novembro, todos superam o CDI, de 11,64%.
Fundo | Taxa adm. | Rend. 12 meses |
---|---|---|
XP Termo FIC FI RF | 0,50% | 12,87% |
TG Liquidez | 0,35% | 12,26% |
Vitreo Selic FI RF Simples | zero | 11,91% |
BB RF LP Estratégia Ativa | 0,40% | 11,91% |
FIC FI Caixa Indexa Tesouro Selic | 0,01% | 11,90% |
Órama DI FI RF Simples | zero | 11,87% |
BTG Pactual Investmais Simples | zero | 11,87% |
FI Caixa Topázio Corporativo | 0,10% | 11,84% |
Trend DI Simples | zero | 11,84% |
Trend NB FIC FI RF Simples | 0,20% | 11,82% |
CDI | -.- | 11,64% |
O mote de um fundo que cobra taxa de administração é justamente a entrega de uma rentabilidade mais atraente. Um aceno que se apoia em estratégias competitivas, executadas por meio de uma gestão mais ativa e arrojada. Mas o resultado esperado nem sempre vem estampado nos extratos.
Como no mercado coexistem fundos sem taxa que oferecem retornos mais atraentes do que os que cobram taxa de administração, “é preciso estar atento para ver se o fundo mais caro, com custo de administração, entrega o que promete”, alerta Pedro Tiezzi, especialista da SVN Gestão.
Gestão arrojada nos fundos DI
Uma gestão mais arrojada é o que está por trás do time dos seis fundos com taxa de administração que entregam um retorno maior que os que não exigem esse custo do investidor.
São fundos que, em troca de uma taxa de administração entre 0,20% e 0,50%, têm uma gestão mais ativa, dinâmica, em busca de um desempenho que vá além do CDI, o benchmark dessa classe ativos.
No ranking de 12 meses, estão bem posicionados, nesse time de rendimento apimentado, os fundos cujos gestores mesclam a carteira com LFTs, indexadas à Selic, e outros títulos públicos, como LTNs e NTNs-B. Os papeis prefixados, como as LTN, são vistos como atraentes em cenário de desaceleração da inflação. Uma perspectiva que torna mais robusto também o juro prefixado de títulos indexados à inflação, como as NTNs-B.
As LFTs, com a Selic estacionada no pico neste fim de ciclo, tem seu apelo, mas a dinâmica prevista para a inflação abre caminho para uma performance diferenciada para a carteiras com LTNs e NTNs-B.
Considerando julho de 2021, mês a partir do qual todos os 10 fundos estavam em operação, os três campeões continuam sendo o XP Termo, o TG Liquidez, e o Vitreo Selic, mas há uma alternância de posição entre os demais. Todos superam o CDI no período.
Destaques
Um fundo que rentabiliza os cotistas com estratégia diferenciada é o XP Termo. Com uma taxa de administração de 0,5% ao ano, é o campeão em 12 meses e em 2022 também. No ano, apresenta um retorno de 11,55%, até 16 de novembro. Uma rentabilidade que supera por mais de um ponto porcentual o CDI acumulado de 10,56%.
Embora seja um fundo de renda fixa, o rendimento é originado por operações em ambiente de renda variável. O XP Termo FIC FI emprega até 75% dos recursos da carteira na bolsa de valores, mas sem compra ou venda de ações. O que o fundo faz é financiar o investidor que faz uma operação a termo, compra a ação à vista para pagamento futuro.
O investidor que quiser comprar ação e pagar depois, como estratégia ou porque está sem dinheiro, pode conseguir financiamento do fundo, bancando como custo uma taxa que rentabiliza dos cotistas do fundo.
O fundo aloca de 65% a 75% do patrimônio nesse tipo de operação e os demais 25% em LFTs, sem risco de crédito e sem risco de mercado. Esse título público indexado à Selic é considerado atraente com a desaceleração da inflação e a perspectiva de que o juro básico permaneça em patamar elevado, de 13,75% ao ano, por tempo prolongado.
Carteira diversificada no TG
O TG Liquidez FI RF, o segundo de melhor performance no ano, tem uma estratégia de alocação de recursos bastante diversificada em ativos de renda fixa. O portfólio acolhe desde títulos públicos, títulos de crédito privado, até fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC).
Em um ambiente de ciclo de alta dos juros, uma parcela preponderante da carteira do fundo, acima de 80%, está alocada em renda fixa. A posição em títulos públicos, em sua quase totalidade, está ancorada em LFTs, com baixa volatilidade e ampla liquidez.
Com uma meta de rentabilidade que visa superar 110% do CDI, o TG Liquidez FI RF rende 11,11% no ano, até 16 de novembro. O benchmark dessa classe acumula variação de 10,56% no período.
Em 24 meses, fundos DI com taxa zero predominam
Embora os dois campeões em rendimento tenham taxa de administração, a situação se inverte em ranking no período de 24 meses: entre os 10 mais rentáveis, 6 são fundos com taxa zero; os outros 4 cobram taxas entre 0,01% e 0,35%.
Fundo | Taxa adm | Rend. 24 meses |
---|---|---|
TG Liquidez I | 0,35% | 17,21% |
FIC FI Caixa Indexa Tesouro Selic | 0,01% | 16,26% |
Vitreo Selic Simples | zero | 16,17% |
Órama DI Simples | zero | 16,14% |
Trend DI Simples | zero | 16,03% |
Magnetis Tesouro Selic | zero | 16,02% |
Trend INB Simples | 0,20% | 16,01% |
BTG Pactual Investmais Simples | zero | 16,00% |
PI Selic Simples | zero | 15,99% |
FI Caixa Topázio Corporativo Ref. | 0,10% | 15,94% |
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