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renda fixa
Finanças Pessoais

Com segundo turno das eleições, mês será de volatilidade também aos juros; saiba o que escolher entre Tesouro Selic, IPCA ou Prefixado

Títulos pós-fixados de no máximo um ano e prefixados com vencimento enrre 2025 e 2027 estão entre os indicados

Data de publicação:05/10/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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O comportamento dos juros não saiu ileso à euforia que varreu o mercado financeiro no dia seguinte à votação em primeiro turno das eleições. A curva de juros, notadamente a parte mais longa, registrou forte queda refletindo a redução do risco fiscal diante do perfil político que se desenhou no Congresso.

A disputa entre os dois candidatos no segundo turno tende a ser acirrada podendo gerar mais volatilidade aos mercados. A oscilação dos juros no mercado futuro atinge o rendimento de alguns papeis de renda fixa. Como se posicionar de forma adequada no porto seguro dos títulos públicos: pós ou prefixado? Tesouro Selic ou Tesouro IPCA?

Juros
A combinação de Tesouro IPCA e Tesouro Selic forma uma carteira balanceada em renda fixa - Foto: Reprodução

A melhor composição de carteira, no momento, são os ativos pós-fixados, de no máximo um ano, e ativos prefixados, nos vencimentos intermediários, algo em torno de 2025 a 2027”, opina Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores.

Victor Zucchi Meneghel, especialista em renda fixa da Valor Investimentos, considera uma carteira bem balanceada a que combina títulos com juros prefixados, indexados à inflação e pós-fixados, atrelados à Selic. Sem prazos muito longos de vencimento para os prefixados.

Se for um título público com juro prefixado, como a Letra do Tesouro Nacional (LTN) ou um Tesouro Prefixado, o especialista diz que o investidor pode até optar pelos de vencimento pouco mais longo. “O que não é indicado para um CDB, um ativo com menos liquidez.”

Um Tesouro Prefixado com vencimento em 2025 ofereceu, na plataforma do Tesouro Direto, uma taxa de 11,57% ao ano nesta terça-feira, 4. Quem comprou esse papel terá ganho se a inflação a cada ano, até o vencimento, ficar abaixo de 11,57%.

Meneghel entende ser interessante uma posição pouco maior em títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA. “Mesmo com inflação baixa ou negativa, a expectativa de ganho é muito boa”, avalia. É um título interessante para vencimentos no médio e longo prazo, em sua avaliação, para ter um carrego maior de inflação.

Um Tesouro IPCA com vencimento em 2026 ofereceu IPCA + 5,64% ao ano de juro, nesta terça-feira, e um Tesouro IPCA ofereceu IPCA +5,66 ao ano. É uma remuneração assegurada para o comprador que levar o título até o vencimento para fazer o resgate.

Embora veja com maior atratividade os títulos pós e prefixados, Ricardo Jorge acredita que uma posição aplicada em inflação, como o Tesouro IPCA, para vencimentos entre 2025 e 2027, “pode se beneficiar com a possível queda as taxas de juro a partir do ano que vem.

O especialista em renda fixa da Quantzed lembra que os ativos vinculados à inflação têm, na composição, uma parcela prefixada, que se beneficia da queda dos juros, do mesmo modo que os ativos com taxa 100% prefixada.

Posição pouco maior em títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, também é recomendada por Meneghel, “para surfar na onda dos juros altos”, até que o BC inicie o ciclo de redução da Selic.

Entendendo a volatilidade do mercado

No day-after ao 1º turno, a bolsa de valores disparou e subiu 5,54% e o dólar despencou, em queda de 4,10%, na segunda-feira. Para analistas, foi uma reação ao bom desempenho de candidatos conservadores e menor diferença que a projetada entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT), considerado favorito, e Jair Bolsonaro (PL), na corrida presidencial.

Alguns especialistas avaliam esse movimento dos mercados como uma antecipação do rali que seguiria à eleição em segundo turno. Uma análise que contrasta com a de outros, que alertam para momentos de muita tensão e volatilidade à frente. Seja pelo embate entre os candidatos, seja pelas propostas econômicas que devem ser apresentadas.

O mercado financeiro, diz um especialista, não olha para a ideologia, se de esquerda ou de direita, ou o partido do candidato. O olhar do mercado está na política econômica que vai ditar a tendência dos principais ativos financeiros, como ações, juros futuros e dólar.

Ricardo Jorge entende que “a melhora dos mercados refletiu uma percepção de menor risco político dentro do Congresso”, com a maior concentração de políticos conservadores na composição da Casa.

Juros da renda fixa, porto mais seguro para a travessia

As oscilações que costumam permear mais intensamente os mercados de ações e dólar também atingem, com menos virulência, o segmento de juros. O que não impede, contudo, que as aplicações remuneradas por juros sejam consideradas as mais seguras e previsíveis.

Senão por outros motivos, porque o Banco Central pôs um ponto final no ciclo de elevação dos juros com a Selic acomodada em 13,75% ao ano. Um patamar elevado em que, segundo estimativas, a Selic deve permanecer marcando passo pelo menos durante o primeiro semestre de 2023.

O especialista em renda fixa da Quantzed acredita que o BC mantenha a taxa básica elevada, por período prolongado, “que pode ser até aproximadamente maio ou junho de 2023”

Joga em favor da renda fixa ainda o momento de inflação negativa ou deflação que vive a economia desde julho. Ainda que à custa de medidas tributárias adotadas pelo governo que reduziram os preços de combustíveis e de energia elétrica. Dois itens que têm forte peso no bolso do consumidor e no cálculo da inflação.

A inflação negativa torna ganho real, em tese, todo o rendimento nominal da renda fixa – ainda que a maioria dos preços de demais produtos, fora combustíveis e energia, persista em alta.

Não apenas por isso, mas porque a deflação é considerada fenômeno transitório, “o investidor não deve deixar a inflação negativa de momento impactar as decisões de investimento”, alerta Meneghel, da Valor Investimentos.

“O Brasil não tem, historicamente, tradição de inflação negativa e em algum momento a inflação vai voltar”, avalia. E a renda fixa é um porto seguro, com um cardápio de títulos, dos pré aos pós-fixados, para a escolha do investidor, conforme seu perfil e objetivos.

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Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.