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Finanças Pessoais

Selic é mantida em 13,75%, mas rendimento de poupança, títulos e fundos de renda fixa sobe; entenda o porquê

Rendimento sobe consideravelmente em termos reais, na comparação com última reunião do Copom

Data de publicação:22/09/2022 às 05:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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A manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano em teoria não muda o rendimento dos produtos de renda fixa. Em teoria, porque, na prática, a expectativa de inflação agora é bem menor do que era última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). E, com isso, o ganho real dos produtos sobe, adiciona mais atratividade aos investimentos remunerados por juros.

A Selic está em patamar que os analistas consideram restritivo. Acima da taxa neutra, aquela que não estimula nem inibe a atividade econômica. Uma taxa de aperto monetário que desestimula o crescimento, mas, do ponto de vista de investimento, contempla a renda fixa com atraentes ganhos, após um período prolongado de vacas magras.

Selic investimentos
Selic a 13,75% ao ano deve deixar rendimento da renda fixa mais atraente - Foto: Reprodução

Como fica o rendimento de cada aplicação

Os dados de simulação da tabela abaixo, feita pela Mais Retorno, dão ideia de quanto pode render, com a nova Selic de 13,75%, uma aplicação de R$ 1.000 nas principais modalidades de renda fixa em um ano.

São aplicações indexadas à Selic, que em alguns ativos muda para CDI, juro adotado no mercado financeiro para troca de reservas entre bancos. A Selic é usada como indexador de títulos públicos, nas operações do mercado com o Tesouro e o Banco Central, e o CDI, de papeis privados. Mas ambos andam de mãos dadas. Quando sobe a Selic, o CDI vai junto.

InvestimentoRendimento
bruto (R$)
Desconto
do IR (R$)
Rendimento
líquido
Rendimento real
descontada inflação
LCA (97% CDI)1.133,38 -.-1.133,381.065,37
LCI (80% CDI)1.110,00 -.-1.110,001.043,40
CDB (100% CDI)1.137,5030,941.106,561.040,17
Tesouro Selic1.134,6626,931.107,731.041,26
Fundo DI *1.129,0825,821.103,261.037,07
Poupança1.096,25 -.-1.096,251.061,70
Fundos DI 2 **1.123,40 24,681.098,721.032,80
Fonte: Mais Retorno

(*) Fundos com taxa de administração de 0,50% ao ano

(**) Fundos com taxa de administração de 1% ao ano

A inflação considerada para o cálculo do rendimento líquido que chega como retorno ao investidor depois de um ano, medido pelo poder de compra do capital aplicado, foi estimada em 6,00% pelos especialistas de mercado no boletim Focus. No entanto, e fatia de ganho real pode ser ainda maior diante da projeção de inflação do Banco Central, que agora está em 5,8% para este ano.

Embora a Selic seja o principal foco de interesse do investidor, porque os ajustes na taxa levam a um aumento do rendimento nominal das aplicações, a inflação é um componente importante nessa equação.

É ela que determina se o investidor está tendo ganho real, mantendo ou ampliando o poder de compra do dinheiro, ou se o capital está sendo desvalorizado, porque o rendimento está sendo insuficiente.

Como investir nesse cenário

A renda fixa de forma geral está com o rendimento nominal em alta em todas as modalidades de ativos, de títulos a fundos de investimento. Um desempenho que se estende também em ganhos reais positivos, com a forte desaceleração da inflação.

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, diz que já se sabe que o Banco Central manterá a Selic em patamar elevado por um tempo mais prolongado . Dessa forma, os investimentos em ativos pós-fixados ganham atratividade, como é o caso do Tesouro Selic que vai oferecer um rendimento maior quanto maior for a taxa Selic.

Então, temos uma estratégia dupla de alocação. Uma de curto prazo em operações pós-fixadas para aproveitar toda a rentabilidade alta da taxa de juros, que vai continuar elevada por algum tempo. E temos uma estratégia de médio e longo prazo (2025 até 2029) em prefixados, acreditando que lá para frente o Banco Central vai voltar a derrubar a taxa de juros.

Ricardo Jorge, da Quantzed

Agora no curto prazo, segundo o especialista, os pós-fixados aproveitam toda a taxa de juros que vai permanecer alta por mais tempo, enquanto isso, lá na frente os ativos préfixados vão se beneficiar quando o BC começar a baixar as taxas de juros. Esse mix entre pré e pós fixado é uma boa estratégia que pode trazer bons retornos aos investidores.

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Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.