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Bolsa
Mercado Financeiro

10 ETFs internacionais mais negociados pelos brasileiros em maio; confira

Produto oferece a oportunidade de investir em setores nos quais a atividade no Brasil não é tão relevante, como tecnologia e healthcare

Data de publicação:25/06/2021 às 07:16 -
Atualizado um ano atrás
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As condições favoráveis da economia americana – velocidade de vacinação contra a covid-19, incentivos fiscais e grandes corporações em crescimento – motivaram o empresário João Henrique Valêncio de Oliveira, 24 anos, a buscar investimentos no mercado internacional no início deste ano.

João Henrique Valêncio de Oliveira se animou a investir em ETF's diante do cenário local cheio de incertezas - Foto: Arquivo Pessoal

Até então, sua experiência com o mercado financeiro limitava-se a uma carteira de ativos voltada totalmente para empresas locais.

Segundo Oliveira, os passos lentos das reformas do País, aumento do número de mortes por conta do coronavírus e a volatilidade da B3 na época fez com que ele tomasse a decisão de partir para outros territórios, como forma de diversificar e blindar seus investimentos.

“Levar meu dinheiro para os Estados Unidos me trouxe mais segurança e eu queria aproveitar a boa onda da economia americana, que estava próxima à normalização por conta da vacinação”, diz.

Um dos caminhos encontrados pelo empresário  foi a aposta nos ETFs (Exchange-Traded Fund), que replicam o desempenho de determinados índices, como o S&P 500 e o Nasdaq, que são negociados em bolsa de valores, como se fossem papéis de uma empresa.

O que vem chamando a atenção dos brasileiros sobre esse tipo de investimento é a possibilidade de diversificação de sua carteira. Em vez de colocar recursos em uma única ação que pode oscilar bruscamente, o ETF possibilita a diluição de recursos em vários papéis, o que, consequentemente, resulta em menor risco.

Crescimento

Os ETFs não eram tão populares no País, acessíveis somente para grandes investidores e investidores institucionais, até que, em setembro de 2020, a B3 reduziu o tamanho do lote-padrão para negociação de ETFs de 10 para 1 unidade.

Se antes era necessário ter, por exemplo, R$ 1.000 disponível para comprar um lote de 10 ETFs de R$ 100, desde então passou a ser possível adquirir somente um.

Essa mudança de regra fez com que o produto se tornasse mais popular e seu crescimento ganhou proporções significativas. Para se ter ideia, segundo dados da B3, neste ano os ETFs no Brasil já movimentaram R$ 153 bilhões na Bolsa.

Ao todo, atualmente a B3 disponibiliza 40 ETFs para negociação na Bolsa, sendo 33 de renda variável – 20 locais e 13 internacionais – e 7 de renda fixa.

A cada mês, o número de investidores também aumenta: em janeiro eram 269 mil investindo no produto. Ao final de maio, esse número cresceu 149%, atingindo a marca de 402 mil investidores, sendo 398 mil pessoas físicas e 2 mil investidores institucionais.

Recentemente, a Itaú Asset Management lançou três ETFs internacionais. No mês passado, a B3 iniciou a negociação do ETF Nasdaq 100 (NASD11), gerido pela XP e atrelado ao índice de referência Nasdaq 100, composto pelas 100 maiores empresas não financeiras listadas na bolsa eletrônica Nasdaq, nos Estados Unidos, incluindo grandes empresas de tecnologia.

ETFs internacionais

Para o gestor da Warren Investimentos, Igor Cavaca, os ETFs fazem sucesso, além da oportunidade de ter acesso ao mercado internacional, por não ser necessário pesquisar ou ser um conhecedor sobre o assunto.

“Por estar relacionado à exposição a um determinado índice, o investidor não precisa fazer uma checagem mais aprofundada. Há uma instituição avaliando a entrada e saída de ativos, de acordo com a performance”, ressalta.

A busca pelos ETFs atrelados ao mercado americano se tornou mais acentuada entre os brasileiros, que, segundo Cavaca, observaram um bom retorno de índices de mercado como o S&P 500, que reúne as ações das 500 maiores empresas do mundo listadas nas principais bolsas de valores dos Estados Unidos: a NYSE e a Nasdaq.

Nos últimos 12 meses, o S&P 500 subiu 37% e o Nasdaq 100, 45%.

De acordo com o advogado Emanuel Pessoa, especialista em Direito Econômico, o custo da informação é algo que pesa para os investidores, o que fez com que muita gente acabasse indo para o mercado de ETFs. “Para o investidor, dá mais trabalho ter acesso a informações sobre as empresas. São muitos relatórios e soma-se a isso a falta de tempo”.

Para o diretor de Investimentos do banco BS2, Mauro Orefice, o ETF permite que os investidores brasileiros façam a alocação de seus recursos em setores que não tem tanta expressão no Brasil.

Entre eles – que inclui o de tecnologia - Orefice cita o setor de healthcare. “Pelos ETFs é possível investir em indústrias farmacêuticas que investem em pesquisas inovadoras, assim como em empresas de alta tecnologia”, aponta.

No Brasil, a Bolsa é composta, em grande parte, por empresas ligadas às commodities, bancos, varejo e com participação mínima de empresas de tecnologia – chega a 1%, segundo a estrategista de ações da XP, Jennie Li.

Somente neste ano, a Bolsa registrou um volume de movimentação de ETFs na ordem de R$ 153 bilhões - Foto: Envato

ETFs ou BDRs?

De acordo com Orefice, do BS2, a escolha pelo ETF ou BDR (Brazilian Depositary Receipts) vai depender do perfil do investidor. “O ETF permite diluir o risco em uma cesta de diversas empresas. Já o BDR expõe o risco a um setor específico”.

Porém, o olhar profissional faz com que a escolha do ETF seja mais acertada. “Há alguns ETFs, entre os mais buscados pelos brasileiros, que estão alavancados, o que aumenta bastante o risco”, diz Cavaca, da Warren.

O sócio e diretor da Apollo Investimentos, João Guilherme Penteado, ressalta que o fato de alguns ETFs seguirem índices como o S&P 500, que sobe 8% ao ano, o ganho em dólar se torna interessante.

Para o especialista em renda variável da EWZ Capital, Rafael Bombini, as BDRs têm menos liquidez do que os ETFs pois estão atrelados à variação cambial. E foi exatamente isso que levou as pessoas a investirem em ETFs.

“O último mês não foi um bom período para as BDRs, pois com a queda do dólar, os investidores foram alocar seus recursos em ativos lá fora. Nós acreditamos na precificação do dólar entre R$ 4,80 a R$ 5,20 até o final do ano”, ressalta Bombini.

Porém, o cenário deve ser positivo para as BDRs no final do segundo semestre, de acordo com o especialista, por conta de riscos políticos, fiscais e movimentação da vacinação.

“Logo mais teremos eleições, há a discussão sobre a taxação dos dividendos pelo presidente Joe Biden, a subida do DXY e a velocidade lenta da vacinação. Tudo isso causa estresse e faz o dólar subir, o que se torna um cenário favorável para as BDRs”, analista.

Mas investir em BDRs, segundo Bombini, requer um acompanhamento constante do que acontece com as empresas. “É preciso acompanhar o câmbio e a trajetória da empresa, por meio das notícias sobre ela, balanços, fatos relevantes e comunicados. Já o ETF é acompanhado por um gestor, que cuida das movimentações de posição dentro da carteira”.

Os 10 ETFs negociados pelos brasileiros lá fora

Segundo levantamento feito pela plataforma Stake, os 10 ETFs mais negociados pelos brasileiros no mês de maio são, em grande maioria, americanos. De acordo com o especialista da EWZ, o brasileiro tem a cultura de pensar no mercado norte-americano quando pensa em investir fora do País.

“A economia americana tem uma forte influência global. Além disso, tem a bolsa de valores mais antiga do mundo e que também é mais líquida”, avalia.

Buscar ETFs de outros países, como a China – que está em evidência no momento por sua recuperação econômica – tem algumas barreiras, que, segundo Bombini, dificultam o acesso aos produtos.

“A dificuldade de abrir uma conta na China é imensa. Soma-se a isso a barreira da língua – lá a maioria dos sites financeiros são em mandarim – e pelas regras do governo chinês, que são muito diferentes das nossas”, enfatiza.

ETF Vanguard S&P 500 (VOO)

Faz benchmark com o índice S&P 500 e é um dos mais procurados pelos brasileiros, de acordo com o especialista da EWZ Capital. “No Brasil há o ETF IVVB11, na B3, mas a diferença é que no Brasil o câmbio pesa em cima do ativo”.

ARK Innovation (ARKK)

Tem como base as empresas de tecnologia que compõe a FANG (Facebook, Apple, Netflix e Google) e inclui ainda Tesla, Amazon, entre outras. “Esse ETF é um bolinho de vários ativos, incluindo as big techs e pequenas empresas da área”, reforça Bombini.

A estrategista de ações da XP, Jennie Li, ressalta que a gestora que cuida desse ETF é conhecida por suas ideias progressistas sobre o futuro. “Eles abordam desde exploração espacial, pesquisa sobre genética, entre outros temas ligados aos avanços tecnológicos”.

Direxion Semiconductor 3x Bull (SOXL)

Com a tecnologia na mira dos investidores brasileiros, as empresas de semicondutores também passaram a chamar a atenção. Esse ETF inclui fabricantes de semicondutores de vários locais – incluindo fabricantes de microchips para a Apple e a Taiwan Semiconductors Manufacturing.

Na visão de Jennie Li, esse produto ganhou importância pois esses componentes serão o pilar da tecnologia daqui para frente. “Eles estão presentes em celulares, computadores, nos carros elétricos e com uma demanda cada vez mais forte gerada pela pandemia”.

SPDR S&P 500 (SPY)

Esse ETF segue a mesma linha do ETF Vanguard S&P 500 (VOO), pois também está atrelado ao índice S&P 500. “Às vezes o que diferencia um produto do outro é somente a gestora”, aponta Bombini.

Produtos como esse são, na visão de Jennie Li, interessantes para os investidores que não tem tempo de fazer stock picking.

Invesco Nasdaq (QQQ)

Atrelado à carteira teórica da Nasdaq, esse ETF obteve relevância por conta do aumento cada vez maior da importância da tecnologia na vida das empresas. “Durante a pandemia, o processo de digitalização das empresas acabou sendo acelerado, com muitas delas tendo que investir em vendas e atendimento online, em infraestrutura de TI, entre outras”, reforça Bombini.

Para Jennie Li, esse tipo de ETF é uma forma de investir passivamente em empresas de tecnologia do mercado americano.

ProShares leveraged (UVXY)

Segundo Bombini, da EWZ, esse ETF é atrelado ao VIX – conhecido como “índice do medo” - e adotado como proteção de carteira de investimentos. “Quando a economia americana passa por uma crise, o VIX tende a subir e ajuda a proteger a rentabilidade da carteira em momentos difíceis”. O recomendado, segundo ele, é não investir somente nesse ETF.

FANG+ 3x leveraged (FNGU)

Este ETF está ligado às big techs Facebook, Apple, Netflix, Google, Tesla, entre outras, porém tem como ponto de atenção a sua alavancagem 3 vezes mais forte. “É um produto com bastante volatilidade. Nós o chamamos como ‘ETF atacante’, que pode dar bastante retorno”, analisa o especialista da EWZ.

ProShares 3x long Nasdaq (TQQQ)

É um ETF mais completo, que concilia empresas que são boas pagadoras de dividendos com startups mais agressivas de tecnologia. Mas há a questão da alavancagem 3 vezes mais forte como aspecto a ser levado em conta, na visão de Bombini.

Vanguard Total Stock Market (VTI)

Se a intenção é acessar todas as empresas listadas na Nasdaq e na NYSE, esse ETF é uma boa alternativa. Indexado ao CRSP/US Total Market, o produto faz um balanceamento mensal sobre o volume negociado, de acordo o especialista.

Sobre o autor
Julia Zillig
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