Fed mantém taxa de juro zerada nos EUA, mas sinaliza alta para 2023
Maioria dos dirigentes indicaram que o juro americano deve subir para perto de 0,50% e 1,75% daqui a dois anos
No primeiro teste da 'super quarta', como é chamada aqui no Brasil a dobradinha de revisões de taxa de juros aqui no País, com os técnicos do Banco Central (BC), e nos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED, o banco central americano), assustou os invetidores.
Apesar de não alterar os juros por lá, o Fed deixou a porta aberta para revisões, caso os índices de preço se mantenham acima das previsões. A maioria dos dirigentes do Fed indicaram que o juro americano deve subir para perto de 0,50% e 1,75% para daqui a dois anos, em 2023.
O texto do Fed indica que a autoridade deixará a inflação nos Estados Unidos moderadamente acima da meta de 2% por "algum tempo" para que o nível de preços fique dentro do objetivo da entidade e a inflação permaneça "ancorada" em 2% a longo prazo.
Powell
Muito aguardada, a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, realizada após o comunicado, acalmou um pouco os agentes financeiros.
Powell afirmou que a inflação dos Estados Unidos "acelerou de forma notável e acima das previsões" nos últimos meses. Segundo ele, o movimento foi provocado pelo conjunto da fraca base comparativa de 2020, alta nos preços do setor de energia e retomada dos gastos com consumo, segundo ele.
Caso isso se mantenha, disse Powell, o Fed pode ajustar a sua política monetária de acordo. Isso, no entanto, só ocorrerá após uma "sinalização antecipada" da autoridade monetária americana.
De acordo com o presidente do banco central americano, as análises têm apontado para o surgimimento de gargalos na cadeia de suprimentos que afetam o nível de preços no país.
Ele, no entanto, disse esperar que a inflação retorne à meta de cerca de 2% do Fed no médio prazo.
Mercado
O conjunto de declarações realizada pelo Fed atingiu o mercado financeiro. O Ibovespa bateu no piso do dia às 15h44, aos 128.370 pontos. Depois, retomou o patamar dos 129 mil pontos e fechou o dia em queda. Já o dólar, que mais cedo testou o patamar abaixo de R$ 5, foi para perto de R$ 5,08 no mesmo período, para se equilibrar perto de R$ 5,06 em seguida.
O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, atingiu máximas no dia, igualmente com o juro da T-note de 2 anos, enquanto entre as bolsas de Nova York houve mínimas no dia.